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Braskem (BRKM5) cai 5,85% com risco iminente de colapso em Maceió

Ação da petroquímica ficou entre as maiores baixas num dia positivo para Ibov, que foi a 128 mil pontos após falas de Powell e Campos Neto.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 1 dez 2023, 19h31 - Publicado em 1 dez 2023, 19h21
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 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Maceió está em alerta total. Segundo a Defesa Civil, uma das minas da Braskem (BRKM5) na cidade pode colapsar a qualquer momento, com risco de abertura de grandes crateras. O escopo das consequências ainda é incerto, mas está claro que a capital alagoana está à beira de um desastre ambiental. As áreas sob risco de desabamento iminente já foram desocupadas, mas ainda há moradores em regiões próximas.

O desastre não é de hoje: a cidade afunda desde 2018, quando começaram a aparecer rachaduras e afundamentos em ruas e casas de alguns bairros. Mas tremores e movimentações atípicas começaram nesta semana, e o município decretou emergência na quarta-feira. 

Em 2019, após meses de estudo, o Serviço Geológico do Brasil concluiu que o desastre é sim culpa da Braskem e de suas minas. A petroquímica extraia sal-gema na região, material que era utilizado para a produção de soda cáustica, PVC e outros produtos. Após a conclusão do estudo, as minas foram desativadas. 

Estima-se que até 20% do território da capital alagoana foi afetada até agora pelo desastre ambiental, bem como mais de 14,5 mil casas e 60 mil pessoas. E especialistas alertam que a situação ainda deve piorar, com a possibilidade de novos afundamentos e tremores no futuro. 

Na bolsa, os papéis da empresa derreteram 5,85% hoje – após cair 6,45% ontem. No pregão, as ações chegaram a cair 9%. Isso porque aumentou-se a pressão sob empresa, que já enfrentava ações na Justiça para ser responsabilizada pela crise ambiental e social que criou. Ontem, a empresa confirmou que foi intimada numa nova ação, movida por agentes federais e estaduais, que pede R$ 1 bilhão. 

Além disso, a área sob risco foi ampliada nesta semana após os novos sinais de desabamento, o que aumentou o número de moradores de Maceió no programa de realocação e compensação.

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A crise atual, vale lembrar, é por causa do risco de desabamento de uma única mina. São 35 no total. E cientistas alertam que outras também podem colapsar no futuro. 

Por esses motivos, os papéis BRKM5 se destacaram entre as baixas hoje, mesmo num dia positivo para a bolsa. 

Ibovespa hoje

O mais importante índice da B3 teve mais um dia animado nesta sexta-feira: alta de 0,67%, conquistando assim os 128 mil pontos – patamar visto pela última vez em julho de 2021. Cortesia também de um novembro excepcional, quando o índice acumulou alta de 12,54% (melhor performance mensal em três anos). Na semana, o Ibovespa subiu 2,12%

Hoje, o mercado acompanhou de perto a fala de Jerome Powell, presidente do Fed, em busca de novas pistas sobre os juros americanos. Em novembro, uma grande onda de otimismo inundou Wall Street em relação a esse tema. Na visão dos investidores, a inflação parece controlada e pode-se começar a especular o início da redução da taxa em breve. E, melhor ainda, a economia segue resiliente, com um mercado de trabalho aquecido mesmo com a política restritiva do Fed, ou seja, o melhor cenário.

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Powell, como é de costume, foi moderado em seu discurso. Confirmou que o Fomc deve manter as taxas de juros inalteradas na próxima reunião, que ocorre ainda em dezembro, mas disse que é precipitado falar em corte de juros. Óbvio: o presidente do Fed não adiantaria uma decisão importante dessas casualmente. Wall Street respondeu dobrando a aposta e as bolsas subiram.

Apesar de nenhum dirigente do Fed confirmar com certeza, as chances de uma nova alta nos juros são praticamente zero aos olhos do mercado. Hoje, Powell reforçou essa ideia ao admitir que a política monetária está num patamar suficientemente restritivo e ao mostrar otimismo com a queda na inflação.

A maioria dos investidores já projeta o primeiro corte para o primeiro trimestre de 2024, com 52,5% de chances, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.

Focando na parte positiva do discurso do banqueiro, e ignorando a cautela habitual, o S&P 500 saltou 0,59% e o Nasdaq subiu 0,55%.

O otimismo americano respingou por aqui e ajudou a puxar o Ibovespa. Na agenda doméstica, as atenções também ficaram com a fala do presidente do banco central, desta vez o brasileiro. Campos Neto reiterou que o ritmo atual de corte na Selic, de 0,5 p.p. por reunião, parece apropriado. Não trouxe nada de novo, mas confirmou o clima mais ameno que se instalou na Faria Lima em Novembro.

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E assim foi o primeiro pregão de dezembro, mês que costuma ser marcado pelo rali de Natal. Aparentemente, ele começou mais cedo neste ano, dada a performance do Ibovespa em novembro.

Bom final de semana e até segunda-feira.

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MAIORES ALTAS 

Cielo (CIEL3): 7,96%

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Magazine Luiza (MGLU3): 7,43%

Grupo Soma (SOMA3): 7,37%

Embraer (EMBR3): 6,23%

IRB Brasil (IRBR3): 6,20%

MAIORES BAIXAS

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Klabin (KLBN11): -6,25%

Braskem (BRKM5): -5,85%

Suzano (SUZB3): -3,76%

Prio (PRIO3): -2,96%

3R Petroleum (RRRP3): -1,93%

Ibovespa: 0,67%, aos 128.184 pontos. Na semana, o índice subiu 2,12%.

Em Nova York

Dow Jones: 0,82%, aos 36.245 pontos. Na semana, alta de 2,42%.

S&P 500: 0,59%, aos 4.594 pontos. Na semana, alta de 0,77%.

Nasdaq: 0,55%, aos 14.305 pontos. Na semana, alta de 0,38%.

Dólar: -0,70%, a R$ 4,8807. Na semana, queda de 0,36%.

Petróleo 

Brent: -2,45%, a US$ 78,88. Na semana, queda de 1,99%.

WTI: -2,49%, a US$ 74,07. Na semana, queda de 1,95%.

Minério de ferro: 1,99%, cotado a US$ 137,71 por tonelada na bolsa de Dalian (China).

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