Bolsonaro quer baixar o combustível cortando imposto (de novo). Vai funcionar?

Plano prevê compensação de R$ 50 bilhões a estados. O dinheiro virá do mesmo lugar: impostos que você paga.

Por Tássia Kastner e Camila Barros
Atualizado em 18 out 2024, 14h16 - Publicado em 7 jun 2022, 08h22
-
 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

É daqueles planos que parecem bombásticos, mas a chance maior é que o tiro caia na água. Ontem, o governo Bolsonaro anunciou que planeja reduzir os preços dos combustíveis zerando impostos. 

A ideia é estender para a gasolina e o etanol o corte de PIS/Cofins que já foram aplicados ao diesel e ao gás de cozinha há três meses. No caso da gasolina, o governo também quer zerar a Cide (um imposto que existe para manter o etanol atrativo e estimular o uso de um combustível menos poluente). 

Não parece que funcionou como o esperado no diesel. Segundo a pesquisa semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), mesmo após o corte de PIS/Cofins os preços do diesel continuaram subindo até a terceira semana de maio, quando atingiram a máxima histórica (em termos nominais). 

O valor foi de R$ 6,943. Agora, o diesel é vendido ao preço médio de R$ 6,882. No ano, o combustível sobe 47% nas refinarias. 

O ponto mais polêmico, no entanto, é outro. Bolsonaro quer que governadores zerem o ICMS do diesel e o gás. A promessa é que exista uma compensação para evitar o rombo nos caixas estaduais, que foi estimado em até R$ 50 bilhões. Essa conta, por sinal, ficaria fora do teto de gastos, a lei que proíbe o governo de elevar despesas acima da inflação.

Dentro ou fora do teto, a conta precisará ser paga e isso é feito com impostos. Com o foco na eleição, esse é um problema para o Brasil do futuro, diz o governo.

Continua após a publicidade

E nem sequer basta para resolver a questão central. Impostos são cobrados na forma de um percentual sobre o valor base do combustível – e esse continua, ao menos em teoria, atrelado ao mercado internacional. 

O governo não tem uma solução para isso, ao menos não dentro das atuais regras do jogo. Bolsonaro ainda tenta emplacar o quarto presidente da Petrobras, de modo a alterar a política de preços da companhia. Mas isso não resolve a crise tampouco.

Os preços do petróleo continuam firmes em US$ 120 por barril no mercado internacional, uma alta de mais de 50% no ano. E a esperança de alívio falhou. A Arábia Saudita anunciou o plano de elevar a oferta. O medo de desabastecimento é tanto que os Estados Unidos liberaram petroleiras venezuelanas a exportar para a Europa. 

Para o Goldman Sachs, o preço do barril precisaria ter preço médio de US$ 135 nos próximos 12 meses para equilibrar oferta e demanda.

Uma coisa é certa: o preço alto não vai fazer efeito se governos continuarem compensando consumidores para que eles não reduzam a demanda pelo produto.

Continua após a publicidade

Bons negócios.

Compartilhe essa matéria via:
Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,44%

Futuros Nasdaq: -0,61%

Continua após a publicidade

Futuros Dow: -0,40%

*8h07

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,88%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,05%

Continua após a publicidade

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,93%

Bolsa de Paris (CAC): -0,74%

*às 07h36

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,31%

Continua após a publicidade

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,10%

Hong Kong (Hang Seng): -0,56%

Commodities

Brent*: -0,24%, a US$ 119,22

Minério de ferro: 0,14%, a US$ 144,55 por tonelada, em Singapura

*às 07h40

Agenda

10h Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulga produção de veículos em maio

market facts

24 horas

O Bitcoin voltou a ser negociado abaixo dos US$ 30 mil nesta terça, após um breve alívio no dia de ontem. A criptomoeda estava tirando partido da relativa melhora de ânimos no mercado internacional. Durou pouco para o S&P 500, que começa a manhã no negativo, que dirá para o Bitcoin. A cripto cai 5,56% nesta manhã.

Vale a pena ler:

Azar de principiante

O mercado não tem sido bonzinho com as novatas da B3. Segundo um levantamento da Economática/TC, 80% das empresas que estrearam na Bolsa desde 2017 estão agora com as ações no vermelho. Elas vão na contramão do Ibovespa, que teve alta de mais de 70% nos últimos 5 anos. Veja aqui a lista das empresas que perderam valor de mercado, publicada pelo Estadão.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.