Bitcoin começa semana ensaiando recuperação, mas queda ainda é grande
Cripto voltou ao patamar dos US$ 20 mil, depois de ter furado os US$ 18 mil. Enquanto isso, Petrobras volta a ser o centro das atenções após ataques do governo.
Bom dia!
Depois de retroceder aos dois dígitos e bater o menor nível do ano na sexta-feira, para onde irá o Ibovespa nesta segunda-feira?
Como o feriado fecha o mercado financeiro nos EUA, fica mais difícil tentar adivinhar. Não há índices futuros hoje para saber como anda o humor dos investidores americanos, que costuma influenciar as coisas por aqui.
As notícias do leste, porém, não são nada boas. Em Cingapura, o preço do minério de ferro despenca (-7%), o que pode machucar o todo-poderoso setor de mineração e siderurgia da bolsa brasileira. Na sexta-feira, a queda no preço da commodity levou consigo a Vale (-5%) e outras ações do setor, o que ajudou na sangria do índice.
O que pressiona o preço do minério é o mesmo que causa pânico em todo o mercado: o temor de uma recessão global, talvez ainda acompanhada de uma inflação alta – a chamada estagflação. Os humores andam tão à flor da pele que as bolsas americanas reagem de forma bastante volátil.
Na semana passada, por exemplo, o S&P 500 subiu 1,46% no mesmo dia em que o Fed surpreendeu e aumentou os juros em 0,75 pontos percentuais, indicando uma postura cada vez mais dura contra o aumento dos preços. Ninguém soube explicar exatamente o porquê da alta. No dia seguinte, mudança de humor: o S&P 500 desabou mais de 3%.
Enquanto isso, o mercado cripto ensaia uma recuperação, ainda que tímida. Depois de furar os US$ 18 mil neste fim de semana, o bitcoin volta a subir e é negociado nos US$ 20 mil agora. A alta nas últimas 24 horas é de 5%, mas, nos últimos sete dias, a queda é de 15%. Juntas, todas criptos valem US$ 900 bi, ainda longe de recuperar a casa do trilhão, perdida há uma semana. Vale lembrar que, em novembro de 2021, o valor de mercado total das criptos chegou a se aproximar dos US$ 3 tri.
Por aqui, a Petrobras deve voltar aos centro das atenções. Bolsonaro e Arthur Lira redobraram seus ataques à estatal após o novo reajuste nos preços do combustíveis e já anunciaram que querem uma “CPI da Petrobras”. Ao mesmo tempo que o mercado já viu essa novela, os novos episódios dela podem aprofundar ainda mais o mau-humor e ajudar a derrubar seus papéis.
Na semana, o destaque fica para as falas de Powell no congresso americano, na quarta e na quinta-feira. Por aqui, investidores vão analisar a ata do Copom, divulgada na terça-feira, para tentar descobrir quando o Banco Central vai parar de aumentar os juros.
Bons negócios!
Feriado nos EUA, sem pregão.
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,35%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 1,11%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,35%
Bolsa de Paris (CAC): 0,13%
*às 07h58
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,50%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,74%
Hong Kong (Hang Seng): 0,42%
Brent*: -0,43%%, a US$ 112,63
Minério de ferro: -7,20%, cotado a US$ 110,90 por tonelada na bolsa de Cingapura
*às 7h43
Dia de agenda esvaziada.
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, fala ao Parlamento Europeu às 10h e às 12h.
Renovação
A Eletrobras anunciou a renúncia de nove dos seus dez conselheiros de administração – uma das cadeiras estava vaga. Os conselheiros que renunciaram haviam sido indicados pelo governo. No documento, eles afirmam que a troca do colegiado é necessária para ajustar a companhia a sua nova condição de empresa privatizada e sem um controlador (corporation). Na privatização, o governo vendeu cada papel dele ELET3 a R$ 42. Uma semana depois, as ações são negociadas a R$ 42,89. No mesmo período, o Ibovespa caiu 2,7%.
Esquema de pirâmide do Elon Musk
Um cidadão americano está processando o Elon Musk, a Tesla e a SpaceX em US$ 258 bilhões. Ele acusa Musk e suas empresas de formarem um esquema fraudulento para inflar o preço da Dogecoin, criptomoeda que já perdeu 81% de seu valor em um ano. Além do dinheiro, ele quer que o comércio de Dogecoin passe a ser considerado jogo de azar nos EUA. Leia mais nesta reportagem da Bloomberg.
Trajano vice
Luiza Trajano foi cotada para a disputa eleitoral de 2022 e rumores a apontavam como uma possível vice de Lula. Segundo a empresária, esse convite do ex-presidente nunca aconteceu. Ela recebeu, porém, outras propostas para disputar as eleições — e diz que quase aceitou uma delas. Nessa entrevista a VEJA, Trajano comenta sobre eleições, inflação, reforma trabalhista e ações da Magalu.