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Balanços da Microsoft (MSFT34) e da Alphabet (GOGL34) carregam mercado nas costas

Enquanto os resultados surpreendentes das big techs dão um sopro de vida nas bolsas americanas, o investidor brasileiro está de olho no Campos Neto durão, no balanço da Vale e no IPCA-15 de abril.

Por Bruno Vaiano e Bruno Carbinatto
Atualizado em 26 abr 2023, 11h48 - Publicado em 26 abr 2023, 08h34

No ano 2000, a Microsoft era a segunda marca mais valiosa do mundo, avaliada em pela consultoria Interbrands em US$ 68 milhões. Só ficava atrás da Coca. Duas décadas depois, ela é a única empresa que mantém sua posição inalterada no ranking, agora atrás da Apple. O dinossauro informático de Bill Gates se reinventou e foi a terceira empresa da história a bater uma capitalização de mercado (o valor somado de todas as ações) de mais de US$ 1 trilhão. 

Na madrugada de hoje, a mãe do Windows provou de novo que não deixa a peteca cair: estava em alta de quase 8% no aftermarket ontem (25) à noite, e manteve o desempenho agora cedo – às 7h10 da manhã, marcava 7,64% no pré-market da Nasdaq. É que seu balanço do primeiro trimestre de 2023 revelou lucro e receita acima do esperado. O lucro ficou em US$ 2,45 por papel, contra os US$ 2,23 previstos pela bola de cristal dos analistas. A receita, por sua vez, subiu 7% para US$ 52,9 bilhões, contra a expectativa consensual de US$ 51 bilhões. 

No pregão regular de ontem, ela havia fechado em queda de 2,25%, já que todos temiam o pior. Feita a liquidação e lido o balanço, foi hora dos investidores correrem atrás do tempo perdido. Uma fonte de receita importante para a empresa foi o serviço de computação em nuvem Azure. Ele cresceu 27%, um pouquinho além da previsão de 26,6%. 

(Vale lembrar que o Azure agora se vende como Azure-Open AI: a empresa que criou o ChatGPT, que recebe financiamento da Microsoft, dá acesso à sua inteligência artificial pop como um recurso dentro da plataforma. A popularidade do assunto na mídia e nas redes sociais, nos últimos meses, com certeza não machucou os resultados)

Falando em Google: embora seu resultado tenha sido eclipsado pela compra em massa de Microsoft, a empresa não se deu nada mal. Seu balanço também superou as expectativas e seu papel subia pouco menos de 1% no pré-market nesta manhã. O lucro caiu em relação ao trimestre anterior, mas veio acima dos US$ 1,08 por ação previsto pelos analistas, em US$ 1,17. 

As duas empresas estão ajudando a convencer os futuros de Nova York de que o verde é um bom lugar para se estar. O gás no setor tech fez bem pros futuros do índice Nasdaq, que estava em alta de 1,19% às 7h41 da manhã. Por outro lado, o Dow, com sua carteira pouco tecnológica, estava em queda quase imperceptível de 0,02%, ainda no clima do fechamento de ontem, em que Wall Street registrou um vermelho unânime. O S&P 500, em algum lugar no meio do caminho entre empresas tradicionais e disruptivas, registrava alta de 0,29%. 

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Hoje à noite tem balanço da Meta, e a crise de identidade de Zuckerberg – esqueça o metaverso, o negócio agora é IA – certamente não ajuda. 

Aqui no Brasil, a agenda traz IPCA-15, que deve desacelerar de 5,36% em março para 4,20% em abril, ou seja: está dentro do teto. A Vale (VALE3) solta seu balanço hoje à noite, no clima do fechamento melancólico de ontem. A queda nos preços do minério de ferro nas últimas semanas está pesando no desempenho de todo o setor de mineração e siderurgia.  Parece que a esperança com a reabertura chinesa não está mais operando um milagre pela cotação; a demanda por aço caiu no país asiático.

Por fim, ainda ecoa nos arredores da Faria Lima as falas de Campos Neto ontem, na audiência do Senado. Ele repetiu que não é hora de baixar a Selic, e que os núcleos dos índices inflacionários (ou seja, as medidas que excluem preços mais voláteis, como combustíveis e alimentos) ainda estão altos. Ou seja: não vai recuar da sua estratégia de política monetária, por mais que haja pressão política. 

Para a bolsa, claro, juros altos são sempre uma melancolia. A ver se esse climão continua puxando o Ibovespa para baixo hoje. 

humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: 0,29%

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Futuros Nasdaq: 1,19%

Futuros Dow: -0,02%

*às 7h40

market facts

3M anuncia demissões após queda nas vendas

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A 3M – multinacional americana conhecida pelos post-its, máscaras e vários outros produtos – divulgou seus resultados trimestrais nesta terça-feira (25). As vendas da empresa caíram 4,9% na comparação anual, e o lucro tombou 25%. Mesmo no vermelho, os números vieram acima do esperado por analistas. A inflação ainda alta no mundo explica a queda, bem como a demanda mais fraca pelos produtos – na pandemia, a empresa bombou com a venda de suas máscaras e outros itens médicos.

A empresa anunciou também que vai demitir cerca de 6 mil funcionários – isso após demitir 2,5 mil no começo do ano. O total, então, representa 10% da força de trabalho da 3M. Com isso, a companhia espera economizar entre US$ 700 e 900 milhões. As ações da multinacional fecharam em queda de 0,66% ontem.

Agenda

Brasil, 9h: IPCA-15 de abril

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,86%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,28%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,55%

Bolsa de Paris (CAC): -0,89%

*às 8h13

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,09%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,71%

Hong Kong (Hang Seng): 0,71%

Commodities

Brent: 0,01% a US$ 80,78 o barril

*às 7h11

Minério de ferro: -1,39%, a US$ 102,55 a tonelada, na bolsa de Cingapura

Vale a pena ler:

A polêmica do boicote à Bud Light nos EUA

A Bud Light, versão mais leve da Budweiser, é protagonista da mais nova polêmica cultural nos EUA. A cerveja da AB InBev (controladora da Ambev) fez, no começo do mês, uma ação publicitária com a influencer Dylan Mulvaney, que é transgênero e tem mais de 10 milhões de seguidores no TikTok. 

A #publi, porém, causou uma forte reação do público conservador americano – a pauta trans está no centro das discussões sociais por lá atualmente, inclusive entre políticos. Em reação, muitos passaram a pregar boicote à marca e criticar a empresa abertamente. A repercussão cresceu rapidamente nas redes sociais, a empresa não soube responder bem à polêmica e, agora, dois executivos do alto escalão acabaram saindo. O New York Times conta essa história aqui. Em português, a Folha resume aqui.

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Brasil, antes da abertura: Gol, Weg
Brasil, após o fechamento: 3R Petroleum, Vale
EUA, antes da abertura: Boeing
EUA, após o fechamento: Meta 

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