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Balanço do Google derruba ações de tecnologia e Nasdaq cai 2,43%

Ações da companhia tombaram mais de 9% em NY. Por aqui, Ibovespa acompanha exterior e cede 0,82%; WEG cai 10,11% após balanço.

Por Camila Barros
Atualizado em 26 out 2023, 14h28 - Publicado em 25 out 2023, 17h51

Duas letrinhas mágicas que dão o tom do setor de tecnologia em 2023: IA. Se as ações das big techs decolaram este ano – depois de um 2022 complicado –, foi porque o mercado passou a acreditar que a inteligência artificial traria novos horizontes (e fontes de receita) para o setor. Nessa, o índice Nasdaq, que concentra empresas de tecnologia, já subiu 23% no ano – contra 9,5% do S&P 500. A Nvidia, fabricante de chips que ganhou o protagonismo na corrida das IAs, disparou fantásticos 190%.

Outras gigantes surfaram na mesma prancha. A Apple sobe 36% no ano; Amazon, 41%; Tesla, 98%. Aí é aquela velha frase do Tio Ben: com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Nos balanços trimestrais das companhias, os investidores procuram por indicativos de que o entusiasmo tem valido a pena. Ontem à noite, a Alphabet não conseguiu convencê-los disso. 

A empresa-mãe do Google registrou uma receita de US$ 76,69 bilhões, acima das expectativas, que apontavam para US$ 75,97 bi, e 11% mais do que o registrado no 3T22. Legal. Só que a divisão de computação em nuvem (que tem recebido injeção de grana para aprimoramento de IA) ficou abaixo das expectativas (de US$ 8,6 bi), com receita de US$ 8,41 bi. 

O mercado recebeu a notícia com mau gosto: hoje, as ações da empresa derreteram 9,51%. No ano, vale mencionar, os papéis têm alta de 40,94%. 

Já o resultado trimestral da Microsoft, também divulgado na terça à noite, entregou o que Wall Street queria ver. A empresa reportou uma receita de US$ 56,5 bilhões, alta de 13% na comparação anual. E mostrou que seu segmento de computação em nuvem foi o motor da melhora. O ramo teve receita de US$ 24,3 bilhões, alta de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior. Hoje, as ações da companhia subiram 3,07%. 

Mas a decepção com a Alphabet contaminou outras empresas do setor. A Nvidia caiu 4,31%, e a Apple, 1,35%. A queda em massa das big techs puxou as bolsas lá pra baixo: O S&P 500 caiu 1,43% e o Nasdaq afundou 2,43%. O Dow Jones, sem influência de empresas do setor, caiu bem menos, a -0,32%. 

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Enquanto isso, os Treasuries continuaram em sua montanha russa. Em alta de 12 pontos base, os títulos públicos de 10 anos voltaram a se aproximar da casa dos 5%, a 4,94% no fechamento. 

No Brasil 

O Ibovespa acompanhou o mau humor lá de fora. Até o início da tarde, a Vale ajudava a reduzir as perdas. No fim do dia, porém, ela perdeu força. Sem o contrapeso da gigante, o tombo foi maior: Ibov em queda de 0,82%.

A Vale amanheceu feliz com a notícia de que a China tem, oficialmente, um pacote de estímulos em mãos. O país anunciou que vai aumentar seu limite de déficit orçamentário de 3% para 3,8%, além de emitir US$ 137 bilhões em dívida soberana para apoiar setores em crise. O minério de ferro comemorou, em alta de 3,32% em Dalian. Mas a mineradora brasileira não foi junto: VALE3 -0,09%. 

Por aqui, a temporada de balanços vem tomando fôlego – e movimentando cotações. Maior queda do dia, a WEG derrapou 10,11% depois de divulgar lucro de R$ 1,31 bilhões – um pouco abaixo das expectativas de R$ 1,32 bi. Não parece tão ruim assim. O problema é que, em trimestres anteriores, a empresa vinha apresentando resultados robustos e acima das expectativas. Agora, os números mundanos apontaram uma desaceleração no crescimento. 

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Puxando a fila de resultados do setor bancário, o Santander divulgou pela manhã um lucro líquido de R$ 2,72 bilhões. Uma queda de 12,6% em relação ao mesmo período de 2022, mas acima das projeções dos analistas (dados compilados pelo Valor apontavam lucro de R$ 2,5 bi). 

O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) melhorou em relação ao trimestre anterior. Trata-se de uma métrica que avalia a capacidade de uma empresa de gerar dinheiro a partir do capital que já tem. Para os bancos, ROEs acima de 20% são considerados ótimos. O do Santander veio a 13,1%, contra 11,2% no 2TRI. Ainda assim, continua baixo. 

O saldo geral desagradou, e os papéis SANB11 caíram 1,75%. 

Aqui e lá fora, a temporada de balanços está longe de terminar. Amanhã, os resultados da Amazon nos EUA e da Vale no Brasil dividem atenções com a divulgação do PIB americano. O mercado também reagirá aos números da Meta, divulgados agora, logo após o fechamento do mercado. A empresa de Zuckerberg registrou receita de US$ 34,15 bilhões – contra estimativa de US$ 33,56 bi. No pré-mercado, as ações da companhia já sobem mais 3%. 

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MAIORES ALTAS

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Magazine Luiza (MGLU3): 2,13%

Gol (GOLL4): 1,60%

Ultrapar (UGPA3): 1,36%

CVC (CVCB3): 0,69%

Petrobras (PETR4): 0,53%

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MAIORES BAIXAS

WEG (WEGE3): -10,11%

Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): -6,02%

Casa Bahia (BHIA3): -5,88%

Rede D’Or (RDOR3): -5,35%

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Hapvida (HAPV3): -5,15%

Ibovespa: -0,82%, aos 112.829 pontos

Em Nova York

S&P 500: -1,43%, aos 4.186 pontos

Nasdaq: -2,43%, aos 12.821 pontos

Dow Jones: -0,32%, aos 33.036 pontos

Dólar: 0,16%, a R$ 5,00

Petróleo 

Brent: 2,24%, a US$ 89,12

WTI: 1,97%, a US$ 85,39 

Minério de ferro: 3,32%, a US$ 119,16 por tonelada em Dalian

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