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Ata do Fed e crise imobiliária na China guiam o Ibovespa após 11 quedas seguidas

O 12º tombo vem aí? Vai depender do humor gringo, que pauta o Ibov nesta quarta-feira. Entenda.

Por Bruno Carbinatto e Sofia Kercher
Atualizado em 16 ago 2023, 09h24 - Publicado em 16 ago 2023, 08h17

Bom dia!

Investidores apostam que o Fed não subirá novamente os juros nos EUA. E o Fed, o que tem a dizer? Saberemos hoje, às 15h, com a divulgação da ata do Fomc, o comitê de política monetária americano. O mercado quer saber não só se os juros vão ou não subir como também por quanto tempo eles ficarão no patamar atual (ou seja, na faixa de 5,25% a 5,5%, a maior em 22 anos). 

Antes do documento, um outro dado importante: às 10h15 sai a produção industrial de julho nos EUA, um número importante para medir a força da economia do país. Vale lembrar que, apesar do aperto monetário, a economia americana tem se mostrado resiliente, a ponto de que até o próprio Fed já não projeta mais uma recessão no país.

Só que os EUA não concentram sozinhos a atenção do mercado nesta quarta-feira. A crise na China continua a preocupar investidores mundo afora, com um tempero de pessimismo especial no caso do Brasil. As bolsas asiáticas voltaram a cair de olho no dragão chinês, que já vinha apresentando um crescimento decepcionante, e agora enfrenta uma nova crise no mercado imobiliário, que já respinga também no setor bancário. 

A protagonista da vez é a Country Garden, construtora gigantesca que, após uma crise brava, parou de pagar o que deve e ameaça dar calote. E causou um pânico generalizado no mercado, já que isso causaria um efeito dominó forte em toda economia chinesa – e mundial. É um episódio que relembra a crise da Evergrande, há dois anos, mas em proporções ainda maiores.

Hoje, o mundo amanhece com mais um dado preocupante da China, justamente do segmento imobiliário: os preços de novas casas caiu 0,23% em julho em relação a junho, quando esse dado já tinha vindo no negativo (-0,06%). Pois é: não há sinais de que a crise de crédito do setor imobiliário será aliviada, e incorporadoras deverão continuar sofrendo.

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O governo chinês, por sua vez, permanece enigmático sobre seu nível de auxílio à economia cambaleante. Ontem, cortou juros para estimulá-la, mas o mercado achou pouco demais.

Diante tudo isso, o bancão americano JPMorgan Chase revisou para baixo sua projeção de crescimento do PIB chinês para 2023. Agora, prevê que o país cresça “só” 4,8%, abaixo da meta de 5%.

A turbulência na China é um dos principais motivos que explica a onda de pessimismo que tomou o Ibovespa nos últimos dias: 11 quedas seguidas, e contando. Como explicamos neste texto, uma tempestade perfeita se formou para travar a bolsa brasileira, num momento em que deveria ser ensolarado – afinal, o ciclo de queda na Selic começou. Mas, para onde o Ibov olha (Brasília, China, EUA, balanços…), não encontra muita coisa que possa justificar o fim do mau humor, pelo menos até agora. Pois é. Vem o 12º tombo por aí?

Balanços: Nubank

O banco roxo divulgou seus números ontem, após o fechamento. No after hours em NY, as ações do Nubank subiram 4%.

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O lucro líquido foi de US$ 224,9 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de US$ 29,9 milhões registrados um ano antes. O resultado veio bem acima do esperado por analistas (US$ 170 milhões).

No trimestre, o Nubank adicionou 4,6 milhões de clientes, atingindo no final de junho um total de 83,7 milhões. Com o saldo, o Nubank ultrapassou o Banco do Brasil em número de clientes.

A carteira de crédito total do Nubank cresceu 48% na base anual, para US$ 14,8 bilhões. Já a inadimplência subiu para 5,9%, de 5,5% no segundo trimestre e 4,1% no mesmo período do ano passado. 

Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,02%

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Futuros Nasdaq: 0,01%

Futuros Dow Jones: -0,01%

*às 8h03

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Investidor que previu crise de 2008 faz nova aposta contra os EUA

Michael Burry, famoso por ter previsto o estouro da bolha imobiliária de 2008, acaba de apostar US$ 1,6 bilhão em uma nova crise. Documentos enviados à SEC mostram que na segunda-feira (14), o investidor está fazendo apostas pessimistas contra o S&P 500 e o Nasdaq 100. 

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O fundo do guru de A Grande Aposta comprou US$ 866 milhões em opções de venda contra um ETF que acompanha o S&P 500, e US$ 739 milhões contra outro, que acompanha o Nasdaq 100. Isso significa que ele espera lucrar com eventuais baixas nos índices.

Impulsionado por empresas de tecnologia (na onda do rally da IA), o S&P 500 subiu cerca de 17% no acumulado do ano; o Nasdaq 100, 39%. Burry, de qualquer forma, está confiante numa derrocada. Usou 93,5% de sua carteira para apostar no desabamento dos índices. Será que “A Grande Aposta 2” vem aí? 

Agenda

09h40 Roberto Campos Neto fala em evento da Abrasel

10h15 Produção industrial nos EUA

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10h45 Fed divulga ata da última decisão monetária do Fomc 

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
      • Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,02%
      • Londres (FTSE 100): -0,43%
      • Frankfurt (Dax): 0,08%
      • Paris (CAC): -0,01%

      *às 8h05

      Fechamento na Ásia

      • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,73%
      • Hong Kong (Hang Seng): -1,36%   
      • Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,46%  
      Commodities
      (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
        • Brent: -0,07%, a US$ 84,43
        • Minério de ferro: 0,82% a US$ 101,22 por tonelada na bolsa de Dalian (China) 

        *às 7h53

        Vale a pena ler:
        (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

        A crise do ESG nos EUA

        Gestoras de investimento têm evitado mencionar a sigla, à medida que alguns estados americanos aprovam leis que dificultam estratégias ESG de investimento. Eles alegam que fundos de aposentadoria devem focar em empresas que deem lucro, e pronto, sem que preocupações ambientais e sociais estejam na pauta. Entenda o fenômeno nesta reportagem da Você S/A.

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