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Após 6º pregão seguido de alta, Ibovespa já sobe 8% em junho

Das 86 ações que compõem o índice, 63 fecharam esta sexta no verde. PETR4 crava 4,88%, CVCB3, 9,86%. Dólar cai a R$ 4,87 – menor cotação em um ano.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 10 jun 2023, 00h46 - Publicado em 9 jun 2023, 17h53

Dos 21 pregões que teremos no mês de junho, 6 já foram. E, para a felicidade de quem tem ETF de Ibovespa, o índice fechou todos em alta – a terminar pela desta sexta, 1,33%. No mês, o acúmulo já é de 8%. 

Cortesia do otimismo com o eventual início dos cortes na Selic. Se essa esperança já era uma realidade com a queda da inflação ao longo do ano, ficou ainda mais sólida depois do anúncio do IPCA de maio, nesta última quarta. De janeiro a abril, o índice em 12 meses tinha deslizado de 5,77% para 4,07. Agora, entrou na casa mágica dos 3%, a do centro da meta, ao fechar o quinto mês do ano em 3,94%.

Em condições normais de temperatura e pressão, um cenário com corte de juros no horizonte faz real desvalorizar (já que os títulos públicos indexados pela Selic passam a pagar menos). Mas não é o que está acontecendo. 

A moeda brasileira vem ganhando diante da americana, apoiada nas perspectivas otimistas na nossa economia como um todo – o PIB, afinal, subiu generosos 4% na comparação entre o primeiro trimestre de 2023 e o de 2022, mesmo sob uma Selic pesada. Com o cada vez mais provável alívio nos juros, a produção ganha um boost. E aí quem sustenta a moeda é o próprio crescimento do país. 

Ao final do maio, o dólar estava em R$ 5,07. Desde lá, já foram 4% de queda, fechando hoje em R$ 4,87. É a menor cotação desde 8 de junho de 2022, quando a moeda americana fechou em R$ 4,89.    

Na bolsa, a expectativa do fim da Selic em 13,75% faz com que investidores corram para comprar ações enquanto elas ainda estão baratas.

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E estão mesmo. O P/L do Ibovespa está em 7. Ou seja, o preço somado das empresas que compõem o índice equivale a 7 anos do lucro que elas tiveram nos últimos 12 meses. O que isso significa? Tudo. A média histórica dos últimos 15 anos é de 11. Ou seja: tem para onde subir. 

O S&P 500, turbinado pela bolha euforia das ações ligadas à inteligência artificial, está em 20. Se você não achar essa comparação justa, tudo bem. Fiquemos, então, com o PL da bolsa mexicana: 14 – o dobro da nossa. 

PETR4: 4,88%

A alta mais relevante de hoje foi justamente a de uma empresa com o P/L no chão: a Petrobras, com sua razão preço/lucro de esquálidos 2,2 (contra 7,3 da Chevron e 8,6 da Exxon, por exemplo). PETR4 subiu mais 4,88% hoje, no embalo da recomendação do Morgan Stanley – que veio na quarta e já tinha impulsionado uma alta de 2,92%.

O banco americano estima que a Petrobras vá gerar US$ 23 bilhões de caixa em 2023, e que 40% disso irá para o pagamento de dividendos, ou seja, US$ 9,2 bilhões. Isso dá R$ 44 bilhões. A Petrobras é composta por 13 bilhões de ações. Então rolaria um dividendo de R$ 3,38 por papel. Respeitável. Se o Morgan Stanley estiver certo, isso equivale a um yield de 11% sobre o preço atual do papel (R$ 30, já após as altas de quarta e de hoje).

A alta veio em um dia de queda no petróleo (-1,54%). Na semana, foram -1,76% – a segunda seguida de queda, ante o desânimo com a economia chinesa.   

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A alta da Petro é a mais relevante do dia, obviamente, por conta do peso da estatal no Ibovespa. No momento, ela responde por 11,25% do índice. Fica atrás apenas da Vale,com seus 13,66%. Já a mineradora não foi tão feliz. Afetada pelo temor de queda na demanda chinesa por minério, terminou o dia em -0,45%.

Mas essa foi só uma das poucas nuvens num dia ensolarado para a bolsa. Só 23 das 86 ações que compõem o índice fecharam em baixa. E o volume financeiro foi bom para um feriado que tanta gente emendou: R$ 29,1 bilhões – equivalente a um dia comum.  

CVCB3: 9,86%

A medalha de ouro de maior alta do dia ficou com a CVC. 

A baixa do dólar ajuda a companhia de turismo. Mas não foi só isso. Ela anunciou que pretende levantar R$ 200 milhões numa oferta de novas ações. A princípio, isso não tem nada de bom. A emissão de papéis desvaloriza as ações que circulam hoje (da mesma forma que e emissão de moeda faz o dinheiro em circulação perder valor – inflação). 

Mas, aparentemente, o mercado viu com bons olhos a provável injeção de capital, ainda mais num momento propício, com a economia em alta e o dólar em baixa. E o resultado foi uma alta de 9,86%.

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É isso. A ver agora até onde vai o fôlego de otimismo que a bolsa tomou neste início de junho.

Bom fim de semana – ou resto de feriado prolongado 😉  

Maiores altas

CVC (CVCB3): 9,86%

Gol (GOLL4): 7,28% 

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Petrobras PN (PETR4): 4,88%

Banco do Brasil (BBAS3): 4,88%

Petrobras ON (PETR3): 4,81%

 

Maiores baixas

Iguatemi (IGTI11): -2,17% 

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Dexco (DXCO3): -1,92%

3R (RRRP3): -1,84% 

Suzano (SUZB3): -1,29%

CSN Mineração (CMIN3): -1,08%

 

Ibovespa: 1,33%, a 117.019 pontos. Na semana, alta de 1,52%. 

 

Em NY:

S&P 500: 0,12%, a 4.229 pontos

Nasdaq: 0,17%, a 13.261 pontos

Dow Jones: 0,14%, a 33.880 pontos

 

Dólar: -0,97%, a R$ 4,87. Na semana, -1,54%. 

 

Petróleo

Brent: -1,54%, a  US$ 74,79 o barril. Na semana, -1.76% 

WTI: -1,57%, a  US$ 70,17 o barril. Na semana, -2,19% 

 

Minério de ferro: 3,44%, a US$ 113,91 a tonelada na bolsa de Dalian

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