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Acha a queda das bolsas americanas exagerada? Experimente olhar o tombo das criptos

Wall Street teve a pior semana desde março de 2020, quando a pandemia espalhava pânico pelos mercados.

Por Tássia Kastner, Guilherme Jacques
Atualizado em 24 jan 2022, 07h13 - Publicado em 21 jan 2022, 18h37
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 (Caroline Aranha/VOCÊ S/A)
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Nesta sexta se esvaiu mais um fio de esperança de investidores. Ao menos daqueles que acreditavam nas criptomoedas como instrumento de diversificação. O Bitcoin caiu para a faixa de US$ 37 mil, o menor patamar desde agosto do ano passado. Levou junto o Ethereum e mais uma paulada de criptos. Juntas, elas perderam mais de US$ 1 tri em valor de mercado nesta sexta.

A queda acumulada no ano é de 21%. Desde o pico mais recente, em novembro, o tombo é da casa de 50%. Haja estômago para ver o dinheiro cair pela metade em coisa de dois meses. 

É um tombo maior – muito maior, óbvio – que a baixa das ações negociadas na bolsa. Nesta sexta, S&P 500 e Nasdaq recuaram com força: -1,90% e -2,72%, respectivamente. Na semana, foi uma sangria: -5,18% para o índice amplo e -6,38% para o de empresas tech. Essa foi a pior semana de Wall Street desde março de 2020 – ainda bem, porque  vamos combinar que bater o período de pânico do começo da pandemia seria ainda mais cruel com o investidor.

O Nasdaq, por sinal, acumula mais de 10% de queda desde o pico recente. No jargão do mercado, isso se chama de “correção”, uma espécie de explicação para dizer que investidores haviam se empolgado demais com as altas e estão se ajustando à nova realidade.

Correção é uma questão puramente matemática, claro. O que vale no longo prazo é o por que tudo está caindo. E aí a explicação é a mesma desde a virada do ano. O Fed planeja começar a enxugar dinheiro da economia americana elevando os juros (e usando outros instrumentos). O objetivo é recolocar a inflação nos eixos. Só que tirando dinheiro da economia, sobra menos grana para aventuras temerárias como criptomoedas ou mesmo ações de empresas que ainda não dão lucro. Investidores saem desses ativos em busca do colo quentinho dos títulos públicos, que têm tudo para render mais com a alta de juros.

Em resumo: esse ralo ainda vai drenar muita água – e pode deixar pequenos investidores bastante machucados.

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Aqui no Brasil, a Mercado Bitcoin, uma das maiores corretoras de criptoativos e que acabou de receber um investimento do Mercado Livre, afirma ter mais de 3 milhões de clientes. Nada mal comparado com a B3, que chegou a quase 5 milhões de investidores na virada do ano com um empurrãozinho do IPO do Nubank. Quando o banco digital decidiu dar um BDR a seus clientes, acabou colocando para dentro do mercado 1 milhão de novos potenciais investidores – mas que não necessariamente estão negociando ativos.

Nessa conta dos quase 5 milhões da B3 existem os investidores que têm ETFs de cripto. O fundo Hashdex tem 130 mil investidores pessoa física. Desde sua estreia na B3, a queda acumulada é de 27%.

O ponto é que tem muito brasileiro exposto ao risco das criptos – e é agora que os riscos vão começar a aparecer.

Ibovespa

E faz sentido que investidores tenham buscado alternativas depois do desastre que foi 2021 para a bolsa brasileira. Agora, ela tenta uma recuperação – ainda que a sexta tenha sido negativa. Com a liquidação de ações americanas e criptomoedas, o mercado local sentiu a pressão. A queda foi relativamente modesta quando comparada à Wall Street, de 0,15%, a 108.942 pontos. Mas nada capaz de azedar o bom momento da B3. Na semana, o ganho acumulado foi de 1,88%. No ano, +4,89%

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Das 93 ações que compõem o índice, 53 subiram. Fica até difícil entender a queda do dia. A culpa vai para a conta da Vale e siderúrgicas, ainda que tampouco exista um motivo sólido para isso.

O preço do minério segue sua trajetória de alta, impulsionado pela disposição da China em ir na contramão do mundo e baixar os juros do país para estimular a economia. Não bastou para manter as siderúrgicas brasileiras em alta.

Não faz mal. O que importa, por enquanto, é manter o ritmo de recuperação do estrago deixado em 2021. Até segunda.

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MAIORES ALTAS

JHSF (JHSF3): 6,38%
Natura (NTCO3): 4,28%
Locaweb (LWSA3): 4,17%
Magazine Luiza (MGLU3): 3,76%
Hapvida (HAPV3): 3,75%

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MAIORES BAIXAS

IRB Brasil (IRBR3): -5,11%
Usiminas (USIM5): -4,28%
Gerdau (GGBR4): -4,09%
Gerdau Met (GOAU4): -3,61%
Klabin (KLBN11): -3,36%

Ibovespa: -0,15%, aos 108.941 pontos

Em Nova York

S&P 500: -1,90%, aos 4.397 pontos

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Nasdaq: -2,72%, aos 13.768 pontos

Dow Jones: -1,30%, aos 34.265 pontos

Dólar: 0,72%, a R$ 5,4553

Petróleo

Brent: -0,55%, a US$ 87,89

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WTI: -0,48%, a US$ 85,14

Minério de ferro: 1,96%, negociado a US$ 137,36 por tonelada no porto de Qingdao (China)

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