Abertura de mercado: bolsas globais ensaiam pisada no freio; e Bolsonaro deve sentir um calorzinho na orelha esquerda
Fux, Lira e Pacheco se reúnem para analisar o caso dos precatórios. Enquanto isso, bolsas caem em ritmo acelerado na Europa, por conta da inflação, e índices futuros dos EUA oscilam perto dos 0%.
As bolsas da Ásia mantiveram o clima bem-humorado que vem desde a sexta-feira, quando Jerome Powell acalmou o mercado global, prometendo que vai seguir jogando aviãozinho de dinheiro para a plateia. Alta de 1,33% em Hong Kong, e 1% em Tóquio.
Na Europa, porém, já pisaram no freio. No Reino Unido, enquanto os britânicos se preparavam para o primeiro pint de cerveja do dia, o da hora do almoço, o índice FTSE 100 caía 0,60%, apontando para baixo desde mais cedo. O Stoxx 50, das maiores empresas do continente, caía 0,13%. Culpa do índice de inflação da zona do euro, que fechou agosto em 3% nos últimos 12 meses, contra a meta de 2%.
Nos EUA, os índices futuros do início da manhã também indicam uma frenagem. Tendiam a 0% no mesmo horário.
Por aqui, é dia de índice de desemprego, que o IBGE divulga às 9h30. A do mês passado ficou em 14,6%, ante 14,7% no período anterior. A estimativa para agora é de 14,5%.
Um pouco antes, tem uma daquelas reuniões nas quais dá vontade de ter nascido mosca para poder bisbilhotar: Luiz Fux (STF), Arthur Lira (Senado) e Rodrigo Pacheco (Câmara) se reúnem para discutir a legalidade e a viabilidade do chapéu nos precatórios – que Guedes propõe como saída para tentar a reeleição de seu chefe (digo, para bancar o novo Bolsa Família).
O prognóstico para a conversa é o seguinte: Bolsonaro deve sentir um quentinho na orelha esquerda, aquela que aquece quando alguém não está falando muito bem de você.
Índices dos EUA nesta manhã:
Futuros S&P 500: 0,06%
Futuros Nasdaq: 0,04%
Futuros Dow Jones: 0,09%
*às 8h20
Como estão as bolsas europeias:
Índice europeu (EuroStoxx 50): – 0,13%
Bolsa de Londres (FTSE 100): – 0,60%
Bolsa de Frankfurt (Dax): – 0,18%
Bolsa de Paris (CAC): – 0,36%
*às 8h26
Como fechou o mercado asiático:
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): – 0,16%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,08%
Hong Kong (Hang Seng): 1,33%
Petróleo (Brent):* – 0,87%, a US$ 72,77
*às 8h21
9h00 Reunião extraordinária entre os presidentes do STF, da Câmara e do Senado. Luiz Fux, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco se encontram em busca de uma solução para o caso dos precatórios.
9h00 IBGE divulga a taxa de desemprego para o “trimestre móvel” de maio-junho-julho. No anterior, ela fechou em 14,6%.
9h30 Sai o saldo do setor público consolidado – ou seja, diferença entre receitas e despesas da União, dos Estados e dos municípios.
11h00 Índice de Confiança do Consumidor Americano, do Conference Board.
O tamanho do corte chinês na produção de aço
Zou Jixin, CEO da Baoshan Iron & Steel, maior siderúrgica da China, disse que espera novas quedas no preço do minério de ferro – a commodity perdeu 20% do valor desde o pico mais recente (e histórico), em maio. Cortesia do governo chinês. O Partido Comunista decidiu mostrar que consegue controlar os preços internacionais de matéria prima – e também reduzir emissões de CO2 – quando bem entender. Só em julho, a produção chinesa de aço caiu em 12 milhões de toneladas. Isso dá 13% em relação à média mensal do primeiro semestre (94 milhões). Para efeito de comparação: só o corte chinês equivale a dois terços da produção brasileira mensal de aço (18 milhões de toneladas).
Big tech nacional
As ações da Multilaser caíram 23% desde o IPO, no dia 22 de julho. Fecharam ontem a R$ 9,47. Agora, os papeis MLAS3 passaram a ser acompanhados pela XP e pelo Bank of America, que passam a produzir relatórios sobre a companhia. E as duas instituições estão bem otimistas. A XP imagina um preço-alvo de R$ 15 para o final de 2022 – alta de 60%. O BofA, de R$ 16 – alta de 70%. Um dos destaques da companhia é a produção de smartphones de baixo custo, vendidos a partir de R$ 300.
Fundamentos do Santander
O Santander se tornou o banco mais rentável do país, em termos de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). Mesmo assim, suas ações acumulam uma queda de 7% desde o início do ano. Vale apostar em SANB11? Veja a análise da Você S/A.
Os próximos alvos da jihad
“No Yemen, soltaram fogos. Na Somália, distribuíram doces. Na Síria, homenagearam o Talibã por proporcionar um ‘exemplo de como derrubar um regime criminoso’. Mundo afora, jihadistas ficaram extasiados com a queda de Cabul”. Aqui, a Economist analisa como a vitória dos fundamentalistas armados no Afeganistão pode estimular insurreições semelhantes no mundo islâmico. (em inglês)
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