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O futuro do trabalho depende desta harmonia e você pode se preparar

Ao imaginar o futuro, devemos levar em conta que os homens e as tecnologias precisam atuar em conjunto, é uma via de mão dupla

Por Ligia Zotini, colunista de VOCÊ S/A
Atualizado em 19 dez 2019, 15h33 - Publicado em 6 ago 2019, 06h00

Futuro do trabalho ou trabalho do futuro? Vocês devem estar se perguntando se existe diferença entre um e outro. A resposta é sim. E ela é crucial.

Muitas vezes, o “futuro do trabalho” é apenas um exercício de extensão do presente, no qual se apresentam cenários que simulam como a tecnologia vai impactar cada profissão. Quando solicitamos análises desse tipo, sempre projeta-se que, daqui a certo tempo, uma tecnologia será utilizada em determinada função.

Nesse pensamento, não se costuma levar em conta a interação humana — e, quando ela entra em cena, é apenas para mostrar as piores versões da relação entre homens e máquinas.

O “trabalho do futuro”, no entanto, vai além das previsões de ficção científica. Engloba o uso das inovações tecnológicas e avalia de que maneira nós, humanos, seremos aprimorados pela tecnologia — e qual será o progresso que surgirá de nosso encontro com as máquinas.

Há, nesse caso, o pensamento de que haverá um autodesenvolvimento por meio das experiências sociais e um aprimoramento pessoal que surgirá devido à parceria com a tecnologia.

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Para exemplificar, é só pensar no “futuro da medicina” versus a “medicina do futuro”. No primeiro caso, o foco está no uso da tecnologia em si, como o emprego de robôs em cirurgias e da inteligência artificial em diagnósticos precisos. No segundo caso, o olhar recai sobre a integração entre o melhor da tecnologia com o melhor do humano, algo que se baseia na confiança entre as duas partes.

Seguindo esse raciocínio, as máquinas são apenas mais uma das ferramentas disponíveis — e estão, lado a lado, com algo tão ancestral quanto a acupuntura. O médico do futuro poderá parar de exercer funções repetitivas, graças às inovações tecnológicas, para cocriar com os pacientes, pensando na prevenção e na manutenção da saúde, por exemplo. O que está em primeiro plano é o humano.

Ligia Zotini (redação/VOCÊ S/A)

Com base nessa reflexão, dá para projetar cenários para as mais diversas profissões. E algo é comum a todas elas: os profissionais que não compreenderem que precisam pensar em questões que vão além de alta performance e lucratividade competirão diretamente com as máquinas, que serão muito mais eficientes do que nós em produzir mais consumindo menos recursos.

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O que nos diferenciará é a nossa humanidade. Como diz o futurista Thomas Frey, “o trabalhador do futuro será um orquestrador de suas especialidades, para um bem maior, pois estaremos vivendo nas próximas décadas em um mundo que exigirá pessoas com maior calibre humano para fazê-lo funcionar”.

É por isso que nossos esforços não podem ser apenas na construção de cenários futuros onde subtraímos o humano e exponencializamos as máquinas. Tudo o que aprimoramos nos aprimora de volta. E, se as máquinas estão em franco desenvolvimento, nós também estamos!

(redação/VOCÊ S/A)
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