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Como lidar com a ansiedade e a agonia crescentes no trabalho

Esses sentimentos são dominantes hoje, mas você não pode deixar que eles afetem sua vida. Mantenha o foco no que é importante para você

Por Luiz Carlos Cabrera, colunista da VOCÊ S/A
Atualizado em 19 dez 2019, 14h11 - Publicado em 26 out 2019, 06h00

Assisti a uma palestra de Cristina Panella e Daniel Motta que me impressionou muito. Eles falaram sobre dois sentimentos dominantes atualmente: a ansiedade e a agonia. Concordei imediatamente com a colocação da dupla, porque são essas as duas sensações mais recorrentes que vejo nos executivos que atendo e também em meus queridos alunos.

A ansiedade do “tudo é para já” costuma ser seguida do sentimento de frustração, quando você percebe que não responde tão rápido, que não age tão rápido, que não pensa tão rápido… Por causa disso, muitos de nós estão perdendo a noção de tempo e espaço: o amanhã é hoje, e ontem aconteceu faz tanto tempo que nem lembramos o que ocorreu.

A predominância dessa ansiedade tem consequências sérias: a superficialidade e a destruição das emoções. Isso porque passamos a agir sem pensar e a falar sem refletir apenas para cumprir a exigência do aqui e agora.

A agonia é o outro problema. E ela aparece numa expressão que os dois palestrantes compartilharam: “Manter-se à tona”. Essa sensação surge de nossa necessidade de estar 100% atualizados em relação à tecnologia e às inovações e do medo de nos tornarmos obsoletos, irrelevantes e dispensáveis.

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É uma paranoia coletiva. Afinal, é impossível estar atualizado em todos os campos. Escolha uma área, procure ser muito bom nela e se atualize frequentemente.

Mas tenha foco. Não se deixe levar pelos modismos nem por jargões. Por exemplo, hoje todos querem se identificar com a palavra “ágil”. Calma! Essa agilidade não pode fazer com que você perca seu equilíbrio e caia em ciladas e esparrelas comuns aos que fazem as coisas sem pensar.

O ato de pensar antes de agir ainda é o melhor caminho para uma boa decisão. E, mais ainda, procure escolher seu modelo mental de diagnóstico. Isso vai auxiliá-lo muito a fazer as análises mais depressa.

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Dou uma dica: em primeiro lugar, promova uma avaliação do contexto, ou seja, de tudo o que se encontra à sua volta. Depois avalie exatamente o que você quer e precisa fazer. No momento de solucionar o problema, separe bem os fatos das opiniões. Isso já vai ajudar bastante. Dividir os temas orientando-se por um modelo mental evita que você desperdice seu tempo ou misture os assuntos e se perca no diagnóstico.

Reaja contra a ansiedade, administre bem a agenda e cuide de si mesmo. Lembre-se: a vida é prioritariamente estar com os amigos, com a família e com as pessoas amadas. A evolução do mundo não pode destruir sua felicidade.

(Luiz Carlos Cabrera/VOCÊ S/A)
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