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Ada Lovelace, considerada mãe da computação, e sua definição da imaginação

Se estivesse viva, Ada Lovelace, escritora e matemática, comemoraria 200 anos de idade. Em trecho de carta, ela define o que é imaginação

Por Por Anna Carolina Rodrigues
Atualizado em 17 dez 2019, 15h24 - Publicado em 10 dez 2015, 12h26

SÃO PAULO — Se estivesse viva, Ada Lovelace, escritora e matemática, comemoraria 200 anos de idade nesta quinta-feira (10/12). A inglesa, que faleceu em 27 de novembro de 1852, é reconhecida como a primeira programadora de computação da história, por ter sido a primeira pessoa a unir as capacidades matemáticas de máquinas computacionais com lógica aplicada. Dentre suas anotações é possível encontrar o que teria sido o primeiro algoritmo a ser utilizado por uma máquina de computador.

Ela não foi o único prodígio da família. Seu pai, Lorde Byron, ficou conhecido por seu trabalho como escritor do período do Romantismo. Uma de suas obras mais notórias foi o livro “Don Juan”. Os dois, no entanto, não chegaram a se conhecer. A menina foi criada por sua mãe, que estava determinada a erradicar qualquer vestígio de influência de seu pai, imergindo-a em ciências e matemática a partir do momento que ela tinha quatro anos. Byron morreu na Grécia quando ela tinha 4 anos.

Aos doze anos, Ada ficou fascinada por engenharia mecânica e escreveu um livro chamado Flyology, em que ilustrou com suas próprias placas seu plano para construir um aparelho de vôo. Em parceria com Charles Babbage, criou o primeiro computador do mundo.

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No início de 1841, dois anos antes de escrever o primeiro artigo sobre ciência da computação, ela abordou a imaginação e o que acreditava ser suas três principais capacidades em uma carta que pode ser encontrada no livro Ada, the Enchantress of Numbers: A Selection from the Letters of Lord Byron’s Daughter and Her Description of the First Computer (Strawberry Press, sem edição em português) — onde também trata a questão da ciência e religião.

Eis o trecho traduzido livremente:

“O que é Imaginação? Falamos muito sobre Imaginação. Falamos sobre Imaginação dos Poetas, a Imaginação de Artista e sou inclinada a pensar que no geral nós não sabemos muito exatamente sobre o que estamos falando. (…) 

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Primeiro: é a Faculdade Combinatória. Ela une coisas, fatos, ideias, concepções, em combinações novas, originais, intermináveis, sempre variáveis. Ela aproveita pontos em comum, entre sujeitos que não têm nenhuma relação muito evidente, e, portanto, raramente ou nunca postos em justaposição.  

Em segundo lugar: Concebe e põe em presenças mentais o que está longe, ou invisível, ou que em breve não existe dentro do nosso conhecimento físico e consciente. Por isso, é especialmente a faculdade religiosa; o trabalho de base da fé. Ela é uma deusa, uma faculdade nobre. Ela torna terra tolerável (ou pelo menos deveria); ela nos ensina a viver, no tom do eterno.”


Via | brainpickings

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