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Bolsas têm pior semana desde março e indicam que a bruxa tá solta

Tem segunda onda da covid na Europa, eleições americanas na próxima semana e segunda é feriado no Brasil. O pacote perfeito para derrubar os mercados.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 30 out 2020, 19h00 - Publicado em 30 out 2020, 18h56

Pode chamar de tempestade perfeita. Ou, se preferir, de filme de terror, para combinar com a temática de dia das bruxas, que é comemorado no sábado (31). O fato é que o mercado financeiro entrou no modo pânico e terminou o mês tão no vermelho que até parece que voltamos à março. Só dá para ter certeza que estamos falando de outubro por causa das abóboras e fantasmas por aí.

O tamanho das perdas varia, mas há uma marca incontestável. É a pior semana das bolsas desde março, justamente quando o coronavírus foi promovido à pandemia e medidas de controle da doença, como lockdown, começaram a ser tomadas. Vamos às magnitudes das perdas nesta semana: S&P 500, -5,6%; Dow Jones, -6,5%; Nasdaq, -5,5%; Ibovespa, -7,2%.

Pois nesta última semana de outubro, Alemanha, França e Bélgica anunciaram novas medidas de lockdown para conter a segunda onda da doença. A Espanha e a Inglaterra também andaram apertando o cerco para tentar diminuir o número de infectados. Isso enquanto os Estados Unidos batem recordes sucessivos de novos casos diagnosticados da Covid e algumas medidas de restrição também começam a ser adotadas, ainda que bem regionalmente.

O ponto é que um lockdown fecha comércio e serviços não essenciais e isso reduz a atividade econômica, levando o povo do mercado financeiro a rever projeções de PIB. Para baixo, claro.

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E a verdade é que já andava bastante difícil projetar qualquer coisa. Uma das razões para o tombo das ações nesta sexta-feira  foi justamente essa. Ontem saíram resultados de empresas de tecnologia no terceiro trimestre, e por mais que os resultados, no geral, tenham sido bons, as ações despencaram.

Apple, Facebook e Amazon tombaram mais de 5% cada. E dessas, só a Apple teve redução (esperada) no lucro, depois que companhia precisou adiar o lançamento do novo iPhone por causa da pandemia.

A Alphabet, do Google, foi a única das big techs que divulgou resultados na quinta à noite e não tombou na sexta. A alta foi de 3,80%.

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“As ações das big techs estavam precificadas para a perfeição,” disse Michael Mullaney, diretor de research para mercados globais do Boston Partners ao The Wall Street Journal. 

Por sinal, quem comprou BDR das big techs na semana pode ter ficado bastante assustado. Isso porque nem o dólar ajudou hoje, caiu para R$ 5,73.

Com toda essa onda negativa lá fora, é óbvio que o Ibovespa não escaparia do estrago. Só nesta sexta, o tombo foi de 2,72% e o índice voltou a ser negociado abaixo dos 94 mil pontos — fechou a 93.952 pontos. Das 77 ações do Ibov, apenas três registraram alta (veja abaixo). No mês, a baixa é modesta, 0,68%.

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Além de tudo o que parece estar dando errado no mundo, por aqui, os investidores ficaram com medo de um déjà-vu. Isso porque segunda-feira é feriado, mas só no Brasil. Não é que essa seja a única data de mercado fechado aqui e aberto lá fora, mas a última vez que investidores minimizaram esse descasamento foi no carnaval. Na volta, a bolsa reabriu em forte queda e o resto é a história do derretimento dos mercados. 

E há ainda mais um agravante para a próxima semana. Quando a bolsa brasileira reabrir na terça, será o dia da eleição americana. Não só isso, a bolsa brasileira terá uma hora a mais de negócios — até as 18h. O novo horário valerá durante o verão.

No cenário atual, será mais uma hora para o investidor perder dinheiro? Que as bruxas se dispersem essa maré de azar dos mercados na próxima semana, para o bem dos nossos investimentos. Bom feriado.

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Maiores altas

Vivo +0,93%
IRB Brasil +0,49%
Rumo +0,05%
Sul América -0,05%
Suzano -0,24%

Maiores quedas

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B2W -8,97%
Hering -6,80%
Via Varejo -5,97%
Lojas Americanas -5,91%
GOL -5,54%

Petróleo

Brent: -0,50%, US$ 37,46
WTI: -1,24%, US$ 35,72

Dólar
-0,50%, R$ 5,7380

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