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Três perguntas para Fabian Valverde, CEO da Paketá

A empresa oferece crédito a funcionários CLT do setor privado, com taxas de juros que variam de 0,5% a 3,2% ao mês.

Por Camila Barros
Atualizado em 9 set 2022, 08h54 - Publicado em 9 set 2022, 06h09

O consignado costuma oferecer taxas de juros mais baixas do que outros produtos de crédito, já que o risco de calote é bem menor – praticamente nulo quando o beneficiário é servidor público ou aposentado. Por isso, os grandes bancos costumam privilegiar a concessão de crédito consignado para esse público.

A Paketá surgiu para atender uma fatia que considerava sub-representada no mercado de consignado: trabalhadores do setor privado com carteira assinada. A empresa trabalha com taxas de juros que variam de 0,5% a 3,2% ao mês, a depender do produto e do prazo, e oferece até sete vezes o salário do funcionário em crédito.

A seguir, conversamos com Fabian Valverde, CEO da Paketá, para entender os negócios da empresa.

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1) O que a Paketá faz?

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A Paketá oferece crédito para funcionários CLT por meio de três tipos de produto: crédito consignado, antecipação de salário e saque-aniversário FGTS. A gente pode fazer isso com a nossa própria marca, Paketá, ou licenciar nossa plataforma para outras marcas. Ou seja: disponibilizamos a plataforma para que as empresas possam oferecer esses três produtos a seus clientes – com marca e capital deles. Tem, por exemplo, redes de supermercados, empresários e até mesmo bancos utilizando a nossa plataforma para emprestar dinheiro para os funcionários.

2) Só empresas grandes têm interesse em oferecer crédito aos funcionários? O que empresas pequenas e médias têm a ganhar com isso?

Somos muito ecléticos: nosso menor cliente tem três funcionários; o nosso maior, 70 mil. As empresas estão começando a entender que oferecer crédito ao funcionário não significa endividá-lo, significa dar uma opção com custo acessível. Caso contrário, numa hora de emergência, ele vai correr para linhas muito mais caras: cartão de crédito [rotativo] e cheque especial. Ele fica sujeito a taxas de juros que podem ultrapassar 20% ao mês. Estamos vendo um movimento de consciência muito grande dessas empresas menores. Funciona como um benefício para os funcionários. Em muitos casos, a gente entra e acaba ajudando essas pessoas a trocar dívidas mais caras por crédito consignado.

3) Como fica o risco de calote?

O segredo é a tecnologia. O nosso processo é 100% digital, e isso facilita muito o convênio de novas empresas, simulação e tomada de crédito. Para evitar calotes, é um misto de tecnologia e dados. Primeiro, a gente verifica se a empresa de fato existe, se ela tem capacidade de pagamento e se costuma honrar compromissos com os funcionários. Alguns desses dados estão disponíveis no mercado e outros a gente obtém da própria companhia. Só conveniamos as empresas que acreditamos ser idôneas e que vão ter longevidade.

O segundo ponto é que nós emprestamos dentro das características de cada empresa. A gente faz uma análise, por exemplo, de qual é a rotatividade dos funcionários dessa empresa. Se ela é maior, talvez eu queira emprestar menos dinheiro àquele funcionário, para diminuir minha chance de inadimplência caso ele seja desligado. No fundo, é capturar muito dado para usar no processo de concessão de crédito.

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