Show do Bruno Mars, viagem a Dubai e até Botox: Conheça empresa que promete ser Netflix dos benefícios
À Você S/A, Eduardo Rodrigues, cofundador da Applause, explica como funciona a operação da empresa, que recebeu uma captação de R$ 2,9 milhões este ano.
s colaboradores estão cada vez mais preocupados com qualidade de vida. As empresas, com a produtividade dos colaboradores. Nesse cabo de guerra corporativo, surge a Applause, uma startup de gestão de incentivos fundada por Eduardo Rodrigues em 2020.
A startup é uma plataforma que visa gamificar o conceito de “bater metas.” As empresas cadastram seus desafios – sejam eles vender produtos, participar de treinamentos, até vir presencialmente ao escritório – que os colaboradores podem trocar por pontos.
Nessas, têm de tudo: Rodrigues abre a plataforma e mostra à Você S/A serviços que vão de Botox à viagens a Dubai. Restaurantes, massagens, passagens de hotel, hospedagens… tudo pode ser reservado por meio da plataforma, com base nos desafios personalizados pela empresa. Segundo o executivo, são mais de 5 milhões de experiências disponíveis.
Com clientes como IFood, MadeiraMadeira, e Ferrero Rocher, a empresa levantou R$ 2,9 milhões em uma rodada de investimento neste ano, e planeja expandir o marketing da plataforma – e sua visibilidade fora do país. Entenda como funciona a operação da empresa que, segundo Eduardo afirmou à Você S/A, promete “perpetuar uma cultura de alta performance dentro das empresas”.
Segundo o executivo, inclusive, a implementação da Applause gerou um aumento de produtividade de cerca de 20% a 30% nas empresas que a contrataram. Confira.
Como funciona o modelo de negócio?
Nosso módulo busca atrelar a bonificação à produtividade. A gente entrega ROI (retorno financeiro) para as empresas, e aos colaboradores oferecemos mais de 5 milhões de experiências na plataforma. A ideia é que, quando a pessoa conquista algo, ela não receba uma remuneração financeira diretamente, e sim pontos que podem ser trocados por uma hospedagem na Tailândia, Grécia, África do Sul… por exemplo.
Nós somos uma SaaS [Software as a Service, do inglês. O modelo permite o acesso a softwares e outras soluções tecnológicas por meio da internet]. Oferecemos acesso à plataforma por meio de um pagamento mensal das empresas, definido com base no número de usuários.
Depois de contratado o serviço, a empresa escolhe quantos pontos ela vai disponibilizar para cada desafio. A gente ajuda ela a fazer isso. Fazemos um workshop de design thinking para implementar o projeto dentro da companhia, trazendo o ambiente de mercado que temos para ajudá-las a escolher quais desafios serão estimulados, quanto cada desafio terá de pontuação (que varia conforme o budget da empresa).
Você pode nos contar alguns cases da empresa?
O iFood nos procurou para incentivar seus colaboradores a criarem hábitos mais saudáveis. Criamos, então, missões do tipo: se você reduzir seu tempo de tela, fazer atividade física ao menos 3 vezes na semana, dormir bem, meditar, até pedir comida saudável pelo próprio aplicativo… você ganha pontos.
Outro case foi de uma incorporadora do Paraná, que faz segmentos no setor de luxo. Eles estavam buscando estimular os vendedores a assistirem mais treinamentos. Nossa solução foi uma estratégia coletiva: os colaboradores só ganhavam os pontos se todos participassem — o que fez com que eles saíssem de três treinamentos assistidos para 80 no mês. Isso triplicou o número de visitas nos empreendimentos, e resultou num aumento de vendas de 150%.
Inclusive, temos empresas fazendo isso com o home office: cada vez que o colaborador vai ao escritório, recebe pontos por isso. É uma maneira de incentivar o funcionário a ir mais ao presencial, sem puni-lo por isso. Muito pelo contrário, inclusive.
Vocês têm esse número de modo mais geral? Sobre esse aumento de produtividade nas operações?
Esse citado anteriormente deve ilustrar o movimento. Mas, em alguns dos nossos clientes, já percebemos um aumento de 25% a 30% na produtividade dos colaboradores.
Inclusive, temos empresas fazendo isso com o home office: cada vez que o colaborador vai ao escritório, recebe pontos por isso.
Você diria, então, que essa é uma forma diferente de olhar para um PLR, por exemplo?
Esse é um bom gancho, Sofia: a ideia é valorizar os colaboradores de uma forma mais humanizada, aumentando a sinergia entre a empresa e seus colaboradores.
Essa é uma tese muito difundida nos Estados Unidos. As experiências proporcionam outra relação de agradecimento ao colaborador. É diferente de depositar um valor em dinheiro – que provavelmente será destinado a pagar as contas. Além disso, claro, há uma redução de custo para as empresas. Isso traz um valor interessante para ambas as partes.