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Conheça o Favela Llog, serviço de entregas nas favelas

Luciano Luft, sócio do projeto, responde três perguntas sobre o dia a dia do negócio.

Por Júlia Moura
7 jun 2023, 06h04

Nada mais trivial que fazer uma compra online e recebê-la em um ou dois dias no conforto de casa. Mas, para os 16 milhões de brasileiros que vivem em favelas, a realidade é bem diferente. A maioria das casas nas comunidades não tem um endereço único – eles são compartilhados com os vizinhos, o que dificulta a entrega. Além disso, carros e caminhões muitas vezes não conseguem entrar nas vielas. Fora o temor de entregadores, que tendem a evitar favelas.

Para resolver esse problema de logística, a Favela Holding, grupo de empresas de cunho social que visa a desenvolver as comunidades, criou a Favela Llog. Numa joint venture com a Luft Logistics, uma operadora tradicional, já faz 200 mil entregas mensais em comunidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, faturando R$ 2 milhões por mês.

Luciano Luft, fundador da Luft Logistics e sócio da Favela Llog, explica como é o dia a dia do negócio.

Como surgiu a Favela LLog?

A empresa surgiu em 2014, no Rio de Janeiro, porque a P&G não conseguia fazer com que seus produtos chegassem aos comércios das comunidades. Os entregadores cobravam caro e deixavam a mercadoria longe do ponto de venda. Não entravam na favela. Então a empresa contatou a Favela Holding e começamos a fazer essa distribuição. No ano seguinte, estendemos a parceria para a Natura, entregando os produtos da companhia tanto para consultoras, como para as consumidoras. Antes, elas tinham que combinar com o motorista que faria a entrega para pegar as encomendas em algum posto de gasolina, com prazos muito maiores que o normal.

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Entrei na empresa durante a pandemia, porque era preciso uma rede logística para fazer com que as doações arrecadadas pela Cufa (Central Única das Favelas) chegassem às favelas. Foi aí que expandimos o negócio.

Como funciona a operação? 

Temos algumas empresas parceiras, como a Amazon, que deixam os produtos destinados àquela comunidade no nosso Centro de Distribuição local. De lá, separamos tudo e entregamos – em motos ou a pé.

Como todos os nossos colaboradores são daquela comunidade, eles conhecem bem os endereços e as pessoas. Além disso, os celulares dos entregadores fazem um mapeamento da região no momento da entrega. Ao identificar o endereço exato da pessoa, gravamos a latitude e a longitude que pertencem àquele CPF. Isso torna as próximas entregas mais rápidas e fáceis.

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Quais são os planos para o futuro? 

O plano é ter 200 bases em três anos, para atender as 5 mil favelas onde a Cufa está. Neste segundo semestre de 2023, vamos expandir nossos CDs no Rio e em São Paulo e começar a operar em Salvador e Goiânia.

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