Conheça a Drip, startup que parcela compras no Pix
A lógica é a mesma do cartão de crédito: o comerciante recebe à vista e o cliente paga só depois. Entenda esse modelo de negócios.
Pagar com Pix ou com cartão de crédito? A Drip é uma startup que decidiu combinar os dois produtos, entrando no mercado de Pix parcelado – um nicho disputado com grandes bancos, que querem emplacar o parcelamento via Pix no Brasil.
Pelo app da fintech, dá para dividir o valor de uma compra paga no Pix em até três prestações. Via de regra, sem juros. Mas o custo fica embutido, como em qualquer compra parcelada na internet.
O comerciante recebe à vista e o cliente paga só depois. Na prática, é parecido com um cartão de crédito. A empresa ganha cobrando pela antecipação de recebíveis do lojista, como se fosse uma maquininha de cartão. Para o consumidor, as compras dão direito a cashback.
Um dos fundadores da startup, Patrick McDougall Sterea, explica melhor a operação.
1- Como surgiu a ideia de criar a Drip?
Eu e os outros dois cofundadores, Bianca Orsini e Paulo Albuquerque, trabalhávamos no Nubank. Percebemos uma lacuna no mercado de cartões de crédito, que são muito parecidos e têm programas de recompensa semelhantes. Queríamos oferecer um cashback diferenciado.
Saímos do banco e em 2021 fundamos a Drip. Nesse meio tempo, tivemos três rodadas de investimento com participação de grandes fundos de Venture Capital, como Y Combinator, GFC e Possible Ventures, que somaram R$ 15 milhões e nos avaliaram em R$ 100 milhões.
O app estreou ao público geral em dezembro de 2022, e, desde então, o faturamento cresce 40% ao mês, com mais de R$ 10 milhões de transações e 17 mil clientes pagantes.
2- Qual é a fonte de receitas de vocês?
São quatro. A primeira é quando há uma parceria com a loja, que nos paga uma taxa equivalente ao que ela pagaria para uma adquirente de cartões. Nesse caso, ela substitui o custo que teria para receber no crédito e antecipar os recebíveis, via Pix.
A segunda fonte de receita é quando não temos parceria com as lojas. Nesse caso, cadastramos no nosso app e-commerces que aceitam Pix como forma de pagamento. Se a loja oferece desconto para compras à vista, a Drip parcela para o consumidor, mas cobra o preço cheio [a diferença é uma espécie de taxa de juros que a fintech cobra por conceder o crédito].
Outra receita vem da geração de lead, ou seja, de cliente. Se o levarmos do nosso app para alguma loja, ganhamos um percentual dessa compra. A Nike, por exemplo, nos remunera em 10% nesse caso.
Também há a multa em caso de atraso no pagamento, mas sem juros compostos, com o limite de 30%. Por exemplo, se o nosso cliente atrasou em um dia o pagamento de uma parcela de R$ 100, terá de pagar R$ 110. Se atrasar 15 dias, R$ 130. Mas, a partir daí, como já chegou a 30%, não há mais juros. Após um ano, ainda vai dever R$ 130.
3- Como o cliente se cadastra na Drip?
É preciso baixar o app, realizar um cadastro e passar pelo processo de segurança, que inclui tirar uma selfie. Então, fazemos uma análise de crédito e damos um determinado limite, que, hoje, vai até R$ 3 mil.