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Transempregos e Babbel lançam guia de linguagem inclusiva para empresas

De olho no setor de recursos humanos que busca se adaptar, o guia apresenta recomendações de como se comunicar com o grupo social sem errar.

Por Monique Lima
Atualizado em 18 dez 2020, 08h28 - Publicado em 6 dez 2020, 00h01

Empresas já aprenderam que devem abolir do vocabulário expressões racistas como “feito nas coxas” ou “a coisa está preta”. Em qualquer lugar e com qualquer pessoa, não custa dizer. Mas como fica quando o objetivo é evitar preconceito contra pessoas trans no ambiente de trabalho? 

A plataforma de banco de currículos especializada na comunidade trans Transempregos e o site de ensino de idiomas Babbel lançaram um guia de linguagem inclusiva. É para ajudar equipes de Recursos Humanos no treinamento de funcionários. Afinal, depois de contratar e ampliar a diversidade das equipes, é preciso efetivamente incluir essas pessoas no ambiente de trabalho e garantir que elas não peçam demissão. Calma, falar menines ou meninxs tá no final do que pode e deve ser feito.

O material explica a diferença de orientação sexual e identidade de gênero, e também o que são pessoas trans e não-binárias. Ou seja, mulheres que se identificam como homens, homens que se identificam como mulheres e pessoas que não se identificam com nenhuma das categorias, as de gênero neutro. 

A partir disso, o roteiro de autoria de Carmen Rosa Caldas-Coulthard, doutora em Linguística e pesquisadora da Universidade de Birmingham, apresenta recomendações de como se comunicar com esse grupo.

A primeira é óbvia e fundamental. Chame a pessoa pelo nome social que ela se identifica e adote o gênero adequado.

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Uma outra prática recomendada pelo manual é o uso de palavras neutras. Em vez de usar “homem” ou “mulher”, dá para dizer “pessoa”, “gente”, “alguém”. Como fizemos em parte do texto. Também é possível suprimir parte dos artigos. Esta nota, por exemplo, foi escrita por Monique (e não pela Monique).

O manual entra na polêmica reformulação gramatical com o final das palavras em “e”, para um gênero neutro, como “todes”, “querides” e “menine”. E também recomenda suprimir o artigo em pronomes como “ela” e “ele”. Fica apenas “el” ou “els”.

Acha demais? Talvez. Mas Julie Krauniski, gerente de Relações Públicas da Babbel, diz que é hora de esse debate chegar ao Brasil, estamos atrasados. “E deve começar pelas empresas, afinal, elas detêm o trabalho que essas pessoas tanto precisam.” 

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