Como sua infância pode estar sabotando sua carreira

Em seu recém-lançado livro, a psicóloga Rosana Decleva defende que as “heranças comportamentais” podem impactar a conduta profissional, afetando como lidamos com desafios, feedbacks e liderança. Leia um trecho da obra. 

Por Sofia Kercher
15 abr 2025, 17h00
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 (CSA Images/Getty Images)
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A

o compor “Como nossos pais”, Belchior usou uma palavra curiosa para descrever a sensação causada pela música: incômodo. 

Na época em que a canção foi lançada, ele afirmou que entendia a canção como amarga. Segundo o cantor, ela veio ao mundo para questionar a acomodação. Por meio dela (escrita em contexto de ditadura militar) Belchior criticava a inércia da juventude, que não deveria ter se acomodado e parado de questionar aquilo que estava – muito – errado no país. 

Eis o segredo de toda grande poesia: o tempo passa, os versos não perdem uma grama de relevância. Belchior canta sobre algo profundamente humano: a importância de buscar a mudança; e, sobretudo, o envenenamento que o comodismo traz à vida. Escreve aos que amam o passado e não veem: o novo sempre vem.

Amar o passado, nem tanto. Agora: entendê-lo pode ser chave para que esse futuro diferente e mais próspero chegue na vida de todos. Ao menos é isso que argumenta a psicóloga, treinadora comportamental e palestrante, Rosana Decleva, em seu novo livro A chave para uma vida sem limites, publicado pela Editora Gente.

Na obra, a especialista combina vivências pessoais e de seus pacientes e ciência comportamental para ajudar o leitor a romper os ciclos viciosos do subconsciente, libertar-se dos bloqueios emocionais e assumir uma forma mais interessante, livre e feliz de se olhar e estar no mundo. De conquistar aquilo que se deseja, tanto pessoal como profissionalmente. E a chave para tudo, segundo a autora, está na infância.

Isso acontece por meio de quatro passos: a consciência de quem somos hoje, que visita o passado e entende o presente; a transferência, que é quando vemos no outro algo que é nosso; o mapa do novo eu, criado a partir de técnicas diversas para desconstruir padrões e trabalhar lembranças de maneira consciente; e a Lei da Atração, que traz o poder de conquistar a vida que deseja, chegando em sua própria identidade.

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“Enquanto estivermos inconscientes, não podemos mudar porque desconhecemos o que estamos fazendo. Fazemos porque nossa mãe ou pai fazia, ou porque sentimos que devemos fazer. Repetimos padrões. A rota de saída desse ciclo vicioso é ter consciência e se desprogramar. Assim como foi comigo”, escreve Rosana. Confira um trecho da obra a seguir.

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(Arte / Imagem: Divulgação/VOCÊ S/A)

Capítulo 2: Convivendo com o pior inimigo (Pg. 40)

Sem perceber, fazemos de tudo para que algo bom não aconteça. Quando acreditamos que não somos capazes, provocamos situações para comprovar isso. 

Se for uma oportunidade no trabalho, atrasamos tarefas importantes – às vezes por medo de falhar ou não conseguir realizá-las – ou deixamos de entregar algo, e depois damos um jeito de justificar aquele fato guardado no nosso cérebro, para então proclamar: “Viu? Eu avisei!”. E logo voltamos para a estaca zero, acreditando que não somos capazes. Além disso, buscamos sempre a aprovação alheia. 

É importante para o ser humano ser aceito pelo outro, e muitos dependem dessa aprovação para viver. Lembro de um amigo do meu marido que não decidia por conta própria sequer a cor da camisa que deveria vestir – e isso com uns 30 anos. 

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Todos os dias vejo pessoas assim; embora compreendam claramente as influências que moldaram o seu jeito de ser como adultos, continuam reféns da configuração automática. Eu mesma não consigo fugir por completo disso. 

Fomos vítimas de repressão e sofremos de insegurança, carregamos em nós marcas da infância e da juventude que interferem no nosso caminhar. Essa influência é gigantesca, assim como a dificuldade para perceber quando as nossas ações partem da criança interna. 

Vejo bastante essa autossabotagem, consciente ou não, em pacientes que querem avançar em alguma área da vida e não conseguem. 

Basicamente porque qualquer coisa necessária para evoluir – seja crescer profissionalmente, ter um relacionamento, viajar pelo mundo ou emagrecer – só é possível com qualidade de pensamento e palavras, bem como eliminação dos gravados negativos, ou seja, aquilo que acreditamos sobre o mundo, sobre nós mesmos e sobre os outros, aquilo que não nos “autoriza” a sermos nós mesmos em essência. 

São muitas frustrações e traumas que nos impedem de seguir adiante, mantendo-nos travados em algum ponto. Ao atender os pacientes, percebo que há diversas questões emocionais para cuidar, e é preciso revisar cada momento que fez parte da raiz emocional, que é a origem de tudo. (…)

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A cura nem sempre vem quando queremos, mas querer faz muita diferença para que ela chegue.

Se não olhamos para a nossa história, travamos, pois ficamos presos na realidade da infância. Quando não tratamos dessas questões, elas viram uma bola de neve que rola montanha abaixo e só aumenta, espalhando-se para outras áreas da vida e causando comportamentos que não se alinham, geralmente associados a dores emocionais. 

Na vida pessoal é comum que aqueles que ignoram a própria história vivam relacionamentos tóxicos, tenham parceiros narcisistas e complicações no casamento, e sofram traições, separações e tensões nas relações interpessoais, em diferentes núcleos sociais. 

Tais situações provocam grandes bloqueios e impedem que quem as sofreu faça o que precisa ser feito. Essas pessoas acabam se esquivando e não agem quando precisam ser assertivas, definir algo importante ou resolver um assunto que exija urgência, como ser responsável por fechar um negócio. 

E como podemos reverter tais pontos de indefinição ou tensão? Começamos pesquisando a origem deles na história, transformando o pensamento para que seja possível modificar o comportamento. É preciso criar um personagem, começar a falar o que o incomoda, ter coragem e expressar a dor que aquela situação causou. A partir disso, em algum momento, ficará mais fácil essa transformação. 

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Qualquer pessoa consegue desenvolver uma habilidade. Para ser feliz, desenvolvi muitas. 

Por exemplo, eu tinha medo de falar em público, era um pavor mesmo; eu me amedrontava com a provocação do outro, porque me lembrava dos meus pais, que eram muito críticos. 

Então, fiz o caminho de volta, conectei esse medo com o que queria viver, e isso me levou a uma vida mais leve. Ter consciência dos medos e de onde eles vêm é o primeiro passo para o processo de transformação e cura. 

Medos mais comuns

Vejo nos meus pacientes, com mais frequência, o medo do abandono, da não aprovação do outro e de não ser capaz de ser ou fazer algo. O maior de todos os medos parece ser o de não se sentir bom o suficiente, algo complexo que impacta a vida de qualquer um. Material exclusivo para divulgação. 

Segundo a neurociência, somos programados para evitar mudanças, pois elas nos causam sentimentos negativos, ou seja, quanto mais procurarmos viver essas mudanças, mais vivenciaremos as maiores dores. 

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A neurociência nos fala sobre os cinco maiores medos: abandono, rejeição, traição, humilhação e manipulação. A partir da consciência do medo, podemos entrar na história da pessoa, em busca da origem dessa dor. 

É interessante entender que nem sempre é simples acessar essas recordações do passado. Pode ser, inclusive, que você nem consiga se lembrar, porque o cérebro apaga as cenas para nos proteger. É como se ele falasse: “Não, isso vai doer demais. Vamos deletar!”. São mecanismos bastante complexos. 

É mais palpável a percepção dos comportamentos e das condutas. Um dia, você pode comentar: “Olha o que essa pessoa está fazendo!”. Então você começa a se comparar, e isso desencadeia sentimentos que “roubam” e controlam pensamentos e ações. 

Talvez o seu pai o comparasse com o seu irmão ou com um menino da escola, ou talvez ele tenha apenas elogiado o seu amigo, mas o sentimento que ficou foi de que o outro era melhor, moldando a sua percepção. Quando você começa a se comparar, já possui gravados internos e pode até dizer: “Não vou dar conta, não! Olha aquele cara, que é bem melhor do que eu!”. 

A crença que isso esconde é a de “eu não tenho valor”, e ela nos mostra, em um nível profundo, se nos sentimos queridos neste mundo ou não. 

Frequentemente, ela nos leva a parar e desistir. Porque é difícil mesmo. Há muitos obstáculos, vozes internas e externas, além das crenças que gritam “verdades” e programações que são só suas. 

É pai, é mãe, é bronca e muita comparação: “Seu vizinho é muito melhor que você”; “Seu amigo se sai muito bem!”; “Seu irmão, nossa, ele é inteligente demais!”. Você consegue imaginar isso aqui na China, um país com quase um bilhão e meio de pessoas, onde a maioria dos pais diz para o filho que ele precisa ser o melhor da sala de aula, na qual existem outros cinquenta alunos, todos crendo que precisam ser os melhores? A tendência é ficar nesse tormento interno, que o assombra e só cresce, e você acaba transferindo todo esse sentimento de criança para a vida adulta, permitindo que ele se transforme em pânico de falar em público; sensação de não ser capaz; sentimento de não ser merecedor, de que jamais será feliz, de que nunca será bom o suficiente etc. 

A lista é infinita, e entre as crenças típicas estão: “Sou um fracasso”; “Sou feio”; “Sou uma pessoa ruim” e “Não presto para nada”. Isso tudo ocorre de maneira inconsciente. Lembra que trazemos somente cerca de 5% do que somos para a consciência? Assim, a maioria das pessoas que não reconhece o próprio valor leva a vida se defendendo do quê? Da infância. 

São os perfeccionistas, os obsessivos por beleza e perfeição. Até os 6 anos, estamos na fase emocional. Ainda não conseguimos contar e não estamos prontos para ler. Mas, a partir dos 6 ou 7 anos, uma chave gira na nossa mente, dando um “clique” para que iniciemos o aprendizado da escrita e da leitura. Começamos, também, a perceber o mundo e os nossos pais de maneira diferente. 

Até ali, os cuidadores eram “os caras”, mas começamos a pensar com mais precisão, desenvolvendo melhor o raciocínio, articulando estratégias e planos, e as conexões neurais vão se aperfeiçoando. Então, percebemos que os “super-herois” podem não ser tão bonzinhos quanto imaginávamos, travando os nossos desejos em algum ponto ao dizerem “não” para o que pedimos. 

Nesses casos, podemos até responder com algo como: “Ah, não vão me dar o que quero? Não vão me dar dinheiro? Não querem me dar o doce? Quando eu crescer, eles vão ver só! Vou comer todo o doce que puder! Vou comer doce a vida inteira! Terei todo o dinheiro do mundo!”. Ficamos com aquilo dentro de nós, sabe? Sempre de maneira inconsciente. Muitos se tornam milionários, juntando dinheiro sem parar, porque não receberam aquele dinheirinho do docinho. Não tem jeito, nem tem para onde fugir. 

A maioria das pessoas que não reconhece o próprio valor leva a vida se defendendo do quê? Da infância. 

Mesmo que isso nos cause estresse, seguiremos nesse caminho sem perceber. Há quem vire um workaholic desenfreado, sem vida pessoal, só trabalhando, trabalhando, trabalhando sem parar, sem se dar conta do verdadeiro porquê. Vivi nessa armadilha emocional e, dos 19 aos 29 anos, só trabalhava: das 8 horas da manhã às 10 horas da noite, todos os dias e muitos finais de semana também; uma loucura! Todo dia, todo dia, todo dia. 

Até que me perguntei: Qual é o verdadeiro sentido disso? Esse cenário, é claro, não é o único possível. Todos temos algum comportamento que repetimos de maneira inconsciente, entrando na autossabotagem, em um looping, sem nos vermos realmente, fazendo com que tenhamos um modo automático de viver. 

Você também pode parar agora e se perguntar: Por que estou comendo tanto? Que fome é essa? Onde vou parar? Por que trabalho exaustivamente e não me permito descansar, brincar com os meus filhos, me divertir? Por que me estresso tanto com certas coisas se era na verdade para estar me divertindo? Será que não mereço? Por que não tenho cuidado de mim mesmo e só cuido dos outros? Será que a pessoa mais importante da minha vida não sou eu? 

Com esse exercício, talvez você consiga se ver como aquela criança lá de trás, lembrando-se de alguns desses “planos” que você mesmo criou e ficaram gravados no seu cérebro. 

Disseram que não podia comer algo, agora vou comer o quanto eu quiser! Proibiram isso e aquilo, mas agora vou fazer do jeito que sonhei! Gritaram que eu era um “nada”, então vou mostrar para eles quem eu sou! Fizeram-me sentir que não sou querida? Pois vão ver! Todos esses “planos” da criança ferida dentro de você, os gravados negativos, podem virar compulsões – vícios em trabalho, drogas (álcool, cigarro, narcóticos, remédios), alimentos em excesso, internet, sexo, jogos de azar, esportes, procedimentos estéticos arriscados –, comportamentos automáticos e repetitivos. 

Trata-se de mecanismos inconscientes que são acionados toda vez que você sente que não consegue dar conta de algo, pois daí foge para essas compensações a fim de aliviar a tensão, escapar das aflições e da frustração. 

Vamos para a vida adulta acreditando que somos assim mesmo e que foi isso que nos fez “sobreviver” de alguma maneira para crescer (e, se estiver dando tudo certo até então, é capaz de você nem desconfiar de que não sejam comportamentos saudáveis). É algo muito estranho, porque disparamos os comportamentos automáticos e não conseguimos pará-los, de acordo com a nossa programação infantil. Até queremos fazer diferente, mas a tarefa se torna quase impossível. 

Assim, criamos uma maneira de viver para garantir alguma segurança, atribuindo um motivo quando não estamos conscientes do que nos leva a agir de determinada forma: “Vou estudar todo dia, porque esta é a minha rotina!”; “Faço exercício diariamente, porque isso faz parte da minha programação”; “Não vou estudar porque não gosto”. Então, simplesmente repetimos esses atos a vida toda, sem nem saber a razão, pois o cérebro está acostumado e não quer outra coisa. 

E tudo isso, enfatizo (!), começa na infância. 

As pessoas que crescem em um lar com reforço de crenças positivas precisam aprender que o mundo lá fora nem sempre é tão bonzinho como papai e mamãe, porém tendem a ter uma autoestima boa, conseguindo administrar bem a realidade e todos os possíveis “tombos da vida”. 

No entanto, os que vivenciam traumas e crenças negativas quando crianças acabam por atrair coisas semelhantes, ou seja, problemas e situações que envolvem a negatividade, porque é o padrão que a criança interna conhece muito bem. 

Em resumo, o cerne da questão é a programação infantil. Quando eu estava com 25 ou 26 anos, uma pergunta mudou a minha vida. Apesar de parecer simples, ela me fez entender muita coisa e funcionou como um ponto de reflexão permanente: “Até que ponto eu necessito dessa loucura (os meus gravados) para ser feliz?”. 

Comecei a me questionar continuamente, refletindo sobre todos os meus comportamentos e o que eu atraía na vida, repetindo essa pergunta muitas e muitas vezes. Sempre que participava de um curso, quando conseguia identificar as minhas crenças negativas, levava as descobertas para a psicóloga e os meus mentores, instigando-os: “O que você me diz sobre isso?”. 

Era uma discussão que estava dentro de mim, na verdade, mas eu precisava de ajuda para entender um pouco melhor. O que eu não enxergava era que o meu destino estava nas minhas mãos e que eu podia escolher o caminho do bem – algo que eu queria, só não sabia como. 

A resposta estava em mim, o tempo todo; eu só precisava decidir vê-la. É o mesmo que acontece quando um paciente me traz uma inquietação e precisa que eu a resolva. Sinto como se tivesse que calçar os sapatos do outro para poder observar o mundo com o seu olhar e ajudá-lo, entrar no seu universo, sabe? 

Permanecemos aprisionados na história da nossa infância de qualquer jeito, fazendo completamente igual ou completamente diferente, até que entendamos que as crenças influenciam de maneira significativa a nossa percepção e os nossos sentimentos. Quando trabalhamos isso internamente, é possível entender e ter outras oportunidades. 

Contudo, esses sentimentos chegam muito rápido, e a resposta que damos a tais crenças influenciam a forma como vemos e interpretamos a realidade. Essa dinâmica é muito clara quando consigo me sentar com o meu filho e brincar com ele para que entenda algo, abrindo espaço para o diálogo, porque as crianças não falam certas coisas. É importante dialogar, mas nem sempre a fala vem do diálogo; muitas vezes ela vem da brincadeira, e é com as revelações feitas e as reações dos cuidadores que as crianças aprendem em quem podem confiar. 

Mesmo que tenhamos que definir regras e até falar com mais firmeza para nos posicionar e deixar as coisas estabelecidas, ajustando condutas (até para preparar a criança para a vida em sociedade), é essencial manter autocontrole, pois as suas crenças pessoais a influenciam. 

Olhar esses pontos e descobrir como vivemos na infância é determinante para que o lar atual seja uma versão positiva e melhor de nós mesmos, de modo que vivenciemos aprendizados e possamos construir um ambiente saudável para os nossos filhos amadurecerem e crescerem. 

Contudo, não podemos também nos cobrar demais. Lembre-se: não existe família perfeita. Entender tudo isso me impactou muito. Eu vivi uma verdadeira transformação nas relações, na minha carreira e na família que construí; o nome dessa transformação é psicologia e autoconhecimento. Busquei muitas coisas na vida. E logo me dei conta de que descobrir quem somos de verdade é uma jornada que requer disciplina, coragem e vontade de sermos melhores, seja como cuidadores, parceiros, amigos, filhos ou profissionais. 

Talvez essa jornada seja desafiadora, mas garanto: é libertadora. O cérebro tem uma capacidade enorme de focar as nossas fraquezas, e acabamos não valorizando as nossas qualidades (muitas vezes, nem as vemos). E sem autoconhecimento é difícil reconhecer todo o potencial que temos. 

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(Arte / Imagem: Divulgação/VOCÊ S/A)
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