As melhores técnicas para sustentar um diálogo, seja qual for a situação
Em novo livro, Leil Lowndes dá 92 dicas práticas para se comunicar bem – seja no trabalho ou na vida pessoal. Leia um trecho da obra.

embra-se do livro de Dale Carnegie Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas? Então, ele foi publicado pela primeira vez em 1936. Nos 90 anos desde seu lançamento, muita coisa mudou: tecnologias novas surgiram, as figuras de sucesso mudaram de perfil e as pessoas ficaram, pelo menos um pouco, mais inteligentes emocionalmente.
Hoje, muitos dos “conselhos” do livro não funcionam mais. Dizer “sorria” ou “faça elogios” não é o bastante – as pessoas já entendem que seu elogio é uma bajulação e que seu sorriso é forçado. O mundo e as pessoas se atualizaram, e guias de comunicação com pouca aplicação prática não bastam mais. Dizer que “ter conversas profundas” é importante é chover no molhado. Agora é preciso dizer como fazer.
Um dos grandes problemas com livros de autoajuda é que eles podem ser vagos e prolixos demais. Vários deles são apenas grandes compilações de lero-lero que beira o filosófico, mas que não pode ser diretamente traduzido para a sua vida.
Não é isso que você vai encontrar em Como Conversar com Qualquer Pessoa. Com o subtítulo 92 estratégias para melhorar sua comunicação e seus relacionamentos, é exatamente isso o que a autora, a especialista em comunicação interpessoal Leil Lowndes, entrega: 92 dicas práticas para conversar e se comunicar com qualquer um.
Os conselhos são diversos. Vão desde dicas para fazer elogios mais significativos a como manter um bom relacionamento profissional por mensagem, como aproveitar melhor festas e eventos de trabalho, como ter conversas de alto nível e dicas para causar uma boa primeira impressão.
O livro é dividido em nove partes, e cada uma delas tem um conjunto de técnicas fáceis de entender, aplicar e lembrar. Já teve dificuldade para manter uma conversa viva? Técnica 18. Quer fazer alguém notar que você tem interesse nela (romântico ou não)? Técnica 3. Quer elogiar alguém de forma natural, sem parecer um puxa-saco? Técnica 53. Quer demonstrar mais empatia em uma conversa? Técnica 47.
Abaixo, você confere algumas das técnicas presentes na segunda parte do livro, focada em como melhorar suas conversas casuais. Boa leitura!

Parte 2. Como saber o que dizer depois do “Oi”
Embora as técnicas da Parte 1 sejam importantes para dar um passo inicial, elas estão calcadas em como fazer o melhor contato inicial possível. Com elas você mostrará ser alguém atraente, cativante e até inteligente à primeira vista. Mas o que dizer depois das apresentações? Suas primeiras palavras devem ser encantadoras, capazes de fazer qualquer pessoa se sentir à vontade. Para isso, você precisa dominar a arte da conversa casual – o famoso bate-papo.
Tremeu só de pensar? Tudo bem. Mesmo as pessoas mais corajosas e inabaláveis morrem de medo disso. Basta convidá-las para uma festa em que não conhecem ninguém para ver como ficam nervosas.
Se serve de consolo, saiba que quanto mais inteligente a pessoa, mais ela detesta conversas casuais. É muito comum que altos executivos se sintam à vontade durante conversas importantes com o conselho administrativo da empresa ou ao se dirigir aos acionistas, mas se sintam perdidos em situações nas quais a conversa não é exatamente relevante.
O medo da conversa casual é igual ao medo do palco. A sensação de estômago embrulhado que você tem diante de uma sala lotada de desconhecidos é a mesma de grandes empresários. A boa notícia é que existem técnicas que podemos usar a qualquer momento. Assim, se a doença é a aversão à conversa casual, a cura é o uso de técnicas confiáveis, como as que exploraremos nesta parte.
A ciência está começando a descobrir que não é o acaso ou mesmo nossa infância que determina se somos mais ou menos ansiosos ou estressados. Certas pessoas têm níveis elevados de um neurotransmissor chamado norepinefrina, que é parecido com a adrenalina. É ele que faz, por exemplo, algumas crianças entrarem na sala do jardim de infância no primeiro dia e ter vontade de fugir ou se esconder embaixo de uma mesa.
O objetivo deste livro não é transformar você num mestre da conversa fiada, e sim em alguém capaz de falar sobre qualquer assunto com qualquer pessoa e de se comunicar bem – e a conversa casual é o primeiro passo fundamental para alcançar esse objetivo.
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Como ressuscitar uma conversa
Você já se viu conversando com uma pessoa e teve a impressão de que ela está falando com você por educação e está louca para ir embora? Nesta técnica você aprenderá a fazer com que a conversa seja sempre interessante e a ter assunto para cativar qualquer um.
Seja um detetive das palavras
Um bom detetive confia na própria capacidade de resolver os casos. Sabe que, por mais difícil que esteja a situação, encontrará pistas que o levarão ao autor do crime. Da mesma forma, para encontrar o assunto certo você deve se tornar um detetive das palavras.
Se você conhece uma pessoa que vive reclamando de tudo, mas em dado momento resolve falar de um assunto aleatório, é sinal de que esse assunto é importante para ela. Não desconsidere ou ignore o comentário. Fale sobre ele, pergunte o motivo do interesse, diga qualquer coisa para manter a conversa viva.
Durante uma conversa, sempre mantenha a atenção e, como um bom detetive, busque pistas. Atente para qualquer referência incomum: anomalias, desvios, divagações ou lembranças de outro lugar, outra época, outra pessoa. Pergunte sobre esse assunto, porque é sobre isso que a pessoa quer conversar.
Os grandes comunicadores sabem que ideias não surgem do nada. Se alguém que nunca lhe deu a menor bola faz um comentário, por exemplo, sobre plantas, é porque, pelo menos no subconsciente, ele quer falar do assunto.
Você não precisa ter os mesmos interesses da outra pessoa para demonstrar entusiasmo. Pode apenas ser um detetive de palavras. Fale sobre o assunto com empolgação, mesmo que no fundo você não tenha interesse nele. O importante é não deixar a conversa morrer.
Técnica 18: Detetive de palavras
Como um bom detetive, preste atenção em cada palavra da conversa, em busca de pistas sobre assuntos. Com o tempo elas vão aparecer. Em seguida, com delicadeza, mude para o assunto, evitando fazer uma transição muito brusca.
Agora que você ressuscitou uma conversa que estava agonizando, veremos uma técnica para mantê-la.
2. Como cativar as pessoas escolhendo o assunto sobre o qual mais gostam de falar: elas mesmas
Existe um assunto sobre o qual todos adoram falar: sobre si. Se você conversar com uma pessoa sobre seus hobbies (ou qualquer outro assunto do seu agrado) e com outra sobre você mesmo, a conversa com a segunda pessoa lhe parecerá mais interessante.
Durante uma conversa, sempre mantenha a atenção e, como um bom detetive, busque pistas.
Quando estimula as pessoas a falar sobre si, você nem precisa ser bom de papo – basta fazer as perguntas certas: sobre gostos, interesses, hobbies. Elas vão responder animadas. Se você deixar, vão falar horas a fio.
Pessoas confiantes sabem que têm mais a ganhar ao ouvir do que ao falar. Ao usar essa técnica, cativam a pessoa com quem estão conversando.
Use os refletores para fazer boas vendas
Em suas palestras, o consultor Brian Tracy explica que, se você é vendedor, não deve se limitar a explicar os benefícios do produto, pois o verdadeiro interesse do cliente não é no produto em si. Em vez disso, aponte o refletor para o próprio comprador – mostre o que ele tem a ganhar adquirindo seu produto. Isso aumenta suas chances de venda.
A luz do refletor nunca deve estar apontada para o vendedor, deve iluminar apenas levemente o produto e deve estar quase toda concentrada no próprio comprador.
Técnica 19: Refletor
Quando conhecer alguém, imagine um refletor giratório entre vocês. Quando você está falando, o refletor aponta para você. Quando a pessoa está falando, aponta para ela. Sempre que possível, aponte o refletor para longe de si, na direção da outra pessoa. Faça perguntas sobre ela, peça opiniões. Quanto mais o refletor ficar apontado para longe de você, mais a pessoa vai achá-lo interessante.
3. Como nunca ter que se preocupar com o que dizer a seguir
Há momentos em que até os mestres na arte de bater papo vão travar. Às vezes, a outra pessoa mal se comunica, só emite grunhidos e não dá pistas para você usar o truque Detetive de palavras (técnica 18). Quando isso acontecer, use um truque infalível que eu chamo de Papagaiar, em homenagem à linda ave que conquista o coração de todos repetindo o que ouve: quando ficar sem saber o que dizer em resposta, repita o que a outra pessoa disse por último.
Se você deixar a TV ligada numa partida de tênis enquanto anda pela casa, vai ouvir a bola indo de um lado para outro – plec-ploc, plec-ploc, plec… e aí não ouve o ploc. A bola não bateu na quadra. O que houve? Você olha para a TV. O mesmo acontece numa conversa. A bola da conversa vai de um lado para outro. Primeiro você fala, depois a pessoa fala, então é sua vez de novo, e por aí vai. Quando a bola bater na sua quadra e você não souber como rebater, lance mão dessa estratégia. Se a pessoa disser “O mercado de ações está uma loucura hoje”, responda com um “Sim, está uma loucura”.
Técnica 20: Papagaiar
Quando você não souber o que falar, simplesmente repita as últimas palavras ditas pela outra pessoa. Com isso você lança a bola de volta para a quadra dela e só precisa ouvir. Só tenha cuidado para não fazer isso com muita frequência.
Profissional da papagaiagem
Você também pode usar essa técnica para revelar os verdadeiros interesses da pessoa. Os bons vendedores a usam para descobrir objeções e preferências de possíveis compradores, que muitas vezes nem eles mesmos são capazes de articular. Com isso são capazes de encontrar pistas e apresentar produtos que atendam melhor às necessidades dos clientes, que saem mais satisfeitos.
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Até aqui, nesta parte você viu métodos assertivos para conhecer pessoas e aprender a bater papo casualmente. Na próxima técnica você aprenderá a evitar aquele sorriso sem graça que costumamos dar quando não fazemos a mínima ideia do que a pessoa está falando.
4. Como sempre ter algo interessante a dizer
Você já ouviu pessoas reclamando que não vão a uma festa porque não têm o que vestir? Acontece com frequência, certo? Mas quando foi a última vez que você ouviu alguém dizer que não pode ir à festa porque não tem nenhum assunto para conversar?
Para ir a um evento, você veste uma roupa adequada, cuida da aparência e vai. Mas calma aí: não está esquecendo o mais importante? E a conversa certa para melhorar sua imagem? Você pretende dizer qualquer coisa que surja na sua cabeça na hora?
Da mesma forma que não deve vestir a primeira roupa que vir no armário, você não pode falar a primeira coisa que pensar. Isso não significa que não possa seguir seus instintos durante a conversa, mas pelo menos esteja preparado para o caso de não se sentir inspirado.
O melhor jeito de se preparar para um evento é procurar saber das últimas notícias pouco antes de sair de casa. As pessoas sempre conversam sobre o que está acontecendo, não importa em que grupo você esteja. Basta ligar a TV no noticiário ou dar uma rápida olhada nos portais de notícias para se atualizar. Se você sabe que um assunto vem tendo muito destaque, procure as últimas notícias sobre ele.
Essa técnica vale para festas, mas também para o dia a dia em ambientes de trabalho. Se você já trabalhou num escritório, sabe que nem sempre a conversa nos intervalos é sobre trabalho. Estar informado do que acontece é uma forma de mostrar que você está atento ao que acontece ao seu redor.
Técnica 23: Por dentro das últimas
A última coisa que você deve fazer antes de sair de casa – inclusive após dar uma última olhada no espelho – é saber das notícias. Qualquer coisa que tenha acontecido hoje pode ser útil. Saber as notícias importantes do momento também evita que você fique sem graça e tenha que perguntar sobre o que todo mundo está conversando.
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