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Sofia Esteves

Fundadora e presidente do conselho da Cia de Talentos, Co-fundadora do Bettha.com e Presidente do Instituto Ser+

O que é a abordagem skills-based, e como ela pode abrir portas para a sua carreira

Nesse modelo, as competências individuais são mais valorizadas do que os requisitos tradicionais de um processo seletivo. Entenda.

Por Sofia Esteves
Atualizado em 26 abr 2024, 14h41 - Publicado em 21 mar 2024, 14h21
-
 (Morsa Images/Getty Images)
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O valor de uma pessoa talentosa não se resume aos diplomas ou aos anos de experiência que aparecem no seu currículo, mas, mesmo assim, essas qualificações formais costumam ser usadas em recrutamentos e outros processos corporativos. Só que o conceito de skills-based tem mudado esse cenário.

Inclusive, tal abordagem ganhou destaque no relatório “2024 Tech Trends Report”, apresentado na edição recente do SXSW, em Austin, nos Estados Unidos.

O que significa skills-based?

Para quem não sabe, esse termo pode ser traduzido para o português como “baseado em habilidades” e se refere a uma abordagem ou modelo que valoriza as competências individuais em vez daqueles requisitos tradicionais em um processo seletivo. O que isso quer dizer na prática?

Bem, para as empresas, significa uma desconstrução das funções e dos empregos tradicionais. Atividades e projetos passam a ser descritos a partir do trabalho a ser feito, de modo a identificar quais habilidades atendem melhor cada descrição e, assim, alocar as pessoas com as skills corretas para atender tal demanda. 

Com isso, as organizações conseguem ser mais ágeis, formando times mais eficientes para lidar com o desafio do momento.

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Já para as pessoas, essa mudança do modelo tradicional para a abordagem skills-based pode significar um número maior de possibilidades de carreira. 

Novos caminhos

Ao abrirem mão daquela lista convencional na descrição de uma vaga, as organizações conseguem ter acesso a uma diversidade maior de profissionais. Da mesma forma, as pessoas podem olhar para o seu próprio conjunto de competências e ver que se encaixam em projetos variados, em áreas diferentes e até em setores diversos porque as habilidades que carregam se adaptam a inúmeras situações. 

Só que isso significa uma mudança de chave para ambas as partes. Se, de um lado, as empresas precisam adequar seu processo seletivo olhando com mais atenção para as habilidades; do outro lado, as pessoas precisam aprender a se apresentar de outra forma. Explico.

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É comum buscarmos oportunidades que se encaixem na nossa formação, que tenham a ver com as especializações que fizemos e com as experiências passadas. Não que isso não seja importante, mas a questão é que, no modelo skills-based, um dos maiores ativos de alguém é o conjunto de competências que ela leva para uma empresa. Isso inclui skills técnicas, sim, mas também comportamentais.

Considerar esses fatores menos tradicionais demanda uma investigação interna e uma checagem externa. Ou seja, além de exercitar o autoconhecimento, vale conversar com líderes e colegas em busca das suas habilidades. 

Tente entender como essas pessoas acham que você contribui em um projeto, quais diferenciais você demonstra no dia a dia do trabalho e quais competências se destacam em determinadas situações dentro da empresa. Com isso, aos poucos, você tira o foco dos requisitos formais, como o diploma; e passa a valorizar outros atributos.

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A consequência é um olhar profissional que vê além do campo de atuação “típico” da sua formação e começa a enxergar novas oportunidades que, antes, estavam fora do seu horizonte. 

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