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Patricia Paniquar

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Líder da prática de Transição de Carreira na LHH, consultoria de recursos humanos especializada em desenvolvimento de carreira.

A habilidade é a nova moeda do mercado de trabalho

A contratação por cargo está ficando para trás. As empresas agora querem saber o que você pode fazer por elas, não se seu currículo mostra posições hierárquicas relevantes.

Por Patricia Paniquar
Atualizado em 22 abr 2025, 17h45 - Publicado em 22 abr 2025, 15h00
Foto de duas pessoas de negócios apertando as mãos do lado de fora.
 (da-kuk/Getty Images)
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Já pensou em um mundo no qual você não será contratado por um cargo? No qual você não terá um único líder? No qual sua contratação poderá ocorrer por um período ou para a entrega determinada de acordo com suas habilidades e competências?

Se ainda não pensou, está na hora de reimaginar as relações com o trabalho, pois essa é uma tendência que começa a ganhar força. No cenário atual do mercado, observamos uma transformação significativa na valorização das competências individuais em detrimento dos cargos tradicionais. A moeda de contratação está deixando de ser um cargo e passando a ser uma competência. Essa mudança reflete a crescente importância das habilidades e capacidades específicas que os profissionais podem oferecer, independentemente de suas posições hierárquicas.

O Fórum Econômico Mundial (WEF) de 2025 revela que as mudanças no mercado de trabalho equivalerão a 22% dos empregos até 2030, com 170 milhões de novas funções a serem criadas e 92 milhões destituídas, resultando em um aumento líquido de 78 milhões de empregos. Avanços tecnológicos, mudanças demográficas, tensões geoeconômicas e pressões econômicas são os principais impulsionadores dessas mudanças, remodelando setores e profissões no mundo todo. Em um cenário em que as competências e habilidades exigidas mudam em uma velocidade exponencial, a forma de contratação deverá se adequar para atender às novas demandas.

Com base em dados de mais de mil empresas, o relatório do WEF constatou que a lacuna de habilidades continua sendo a barreira mais significativa para a transformação dos negócios hoje. Cerca de 40% das habilidades exigidas no trabalho devem mudar e 63% dos empregadores já citam esse problema como a principal barreira que enfrentam. Habilidades tecnológicas em IA, big data e segurança cibernética devem ter um crescimento rápido na demanda, mas habilidades humanas, como criatividade, resiliência, flexibilidade e agilidade, continuarão essenciais. Uma combinação de ambos os tipos de habilidades será cada vez mais crucial em um mercado de trabalho que está mudando rapidamente.

Profissões baseadas na habilidade

Para visualizar melhor o que estou trazendo, veja alguns exemplos de atividades profissionais em que a contratação não necessariamente será por um cargo, mas por uma entrega específica, que demandará determinadas competências e conhecimentos: desenvolvimento de software, cientistas de dados, criação de design gráfico e UX/UI, criação de conteúdo e copywriters, gestão de tráfego pago, educação corporativa, análise de investimentos e criptoativos.

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Cada vez mais, empresas adotam testes práticos, desafios e portfólios para validar habilidades, tornando os cargos tradicionais menos relevantes no processo de contratação.

Adotar a mudança da moeda de contratação de cargos para competências traz desafios significativos para as empresas. Embora essa abordagem tenha muitas vantagens, como maior flexibilidade e melhor aproveitamento dos talentos, também cria obstáculos que precisam ser gerenciados estrategicamente. Para o profissional, tais transformações também trazem dificuldades. Se antes um diploma e anos de experiência eram suficientes para garantir estabilidade, agora as regras do jogo mudaram.

Transformações para empresas, profissionais e governo

Moral da história: a mudança para um mercado de trabalho baseado em competências demandará adequações de todos os lados.

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Para as organizações, uma adaptação profunda em seus processos de recrutamento, desenvolvimento e retenção de talentos, reestruturação de políticas de remuneração e cultura organizacional.

Para os profissionais, a valorização das competências sobre os cargos traz mais autonomia e oportunidades, mas também exige do colaborador uma mentalidade mais ágil, proativa e estratégica. Será importante estar atento ao desenvolvimento de habilidades comportamentais (soft skills), ao aprendizado contínuo e à adaptação constante, além da construção de um portfólio prático: nossa história profissional deverá ser contada de forma diferente! O currículo não será mais o mesmo.

Para o governo, haverá o desafio de adequar a legislação, uma tarefa iniciada na Reforma Trabalhista, porém com necessidade de atualizações e inclusões de escopo.

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A mudança está em curso, que competências e habilidades você tem disponíveis para vender ao mercado?

 

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