Luciana Camargo Diretora estratégica da Associação Brasileira de RH (ABRH-SP). Escreve sobre carreiras, liderança, diversidade e inclusão e desenvolvimento pessoal
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Adaptando-se à mudança: novas fronteiras no planejamento sucessório

Antes considerado um evento estático, o planejamento sucessório agora é visto como um processo contínuo. Entenda o que mais mudou e veja como enfrentar os desafios da prática.

Por Luciana Camargo
Atualizado em 9 jan 2024, 16h45 - Publicado em 7 jan 2024, 22h21

Sempre que começamos um novo ciclo, selamos nossos compromissos internos para o ano que chega. Eu também já fiz os meus. Mas, neste momento, eu também me propus a olhar para trás e refletir sobre o aprendi – e sobre o que eu já sabia e aprendi de novo, pois o que eu pensava que sabia já não cabe nas necessidades atuais.

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O tema que elegi para o primeiro artigo de 2024 é um grande conhecido meu. Trabalhei com ele vezes em minha carreira para diferentes escopos de organização. Hoje, numa missão global e numa perspectiva bastante abrangente, entendo de forma especial o quão importante e estratégico a questão é para as estratégias de negócio. Estou falando do Planejamento Sucessório.

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É verdade, não é um desafio novo. Sabemos que requer disciplina, processo, identificação das posições críticas, critério e disposição para discussão sobre as pessoas que poderiam ocupar posições chaves. Os desafios variam dependendo da natureza dos negócios e dos modelos de empresa.

O planejamento de sucessão em empresas familiares pode apresentar desafios específicos de relações e interesses familiares e empresariais. Neste contexto, estão fatores como a preparação de gerações, estratégias sobre trazer talentos externos ou da família para posições-chave, estabilidade financeira da família e da empresa, estrutura de governança entre outras questões.

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O planejamento de sucessão em conselhos de empresas fechadas também envolve desafios específicos, embora alguns possam diferir dos enfrentados por empresas abertas, como a ausência de pressões regulatórias, o que pode levar à falta de estruturas formais de governança e planejamento de sucessão.

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O planejamento de sucessão em Conselhos de empresas abertas enfrenta desafios específicos relacionados à governança corporativa, transparência e expectativas dos acionistas. Entre eles, está a promoção da diversidade para buscar diferentes perspectivas e enriquecer a tomada de decisões, agregando competências relevantes para as necessidades estratégicas da empresa. Uma prática importante é a estratégia para sucessão emergencial, que inclui pessoas que podem assumir a posição, mesmo que interinamente, para garantir a continuidade dos negócios, até que um novo sucessor seja escolhido. 

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Em todos os cenários é preciso um planejamento cuidadoso, clareza sobre o que se está buscando, alinhamento sobre o que os negócios precisam para se manterem lucrativos e terem longevidade. Muitas vezes, a assistência de consultores externos especializados em sucessão principalmente em empresas familiares, é crucial. Estes pontos não mudaram ao longo de anos, e são bastante inerentes aos modelos e desafios de negócios.

Mas então, o que mudou? Assim como o mundo dos negócios muda rápido, a forma de lidar com eles também. Aqui algumas mudanças que traduzem as novas demandas:

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Em resumo, o planejamento sucessório, que antes era considerado um evento estático, agora é reconhecido como um processo contínuo. As práticas dos conselhos também evoluíram, com uma ênfase crescente na profissionalização do processo. 

A busca por lideranças mais diversas destaca-se como uma mudança significativa, impulsionada pelo reconhecimento da importância da representatividade e da necessidade de líderes adaptáveis em um cenário de mudanças tecnológicas e globais constantes.

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Além disso, considerando comportamentos e dados, demonstra uma abordagem mais objetiva e orientada para as habilidades necessárias. Ao mesmo tempo, o foco nas aspirações individuais e na humanização do processo, com empresas abertas ao diálogo e ao desenvolvimento profissional, sinaliza uma mudança cultural essencial.

Por fim, a compreensão de que os talentos não precisam estar totalmente prontos, mas “prontos o suficiente”, reflete a urgência das empresas em se adaptarem rapidamente a ambientes disruptivos. 

Assim, ao enfrentar os desafios do planejamento sucessório é essencial evoluir a medida que as demandas mudam e evoluem. Que este ano seja marcado não apenas pela reflexão, mas pela implementação eficaz dessas mudanças. Feliz Ano Novo!

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