Muito além de um sentimento: a felicidade afeta o desenvolvimento da humanidade
Um estudo realizado pela Harvard Business Review mostrou funcionários mais felizes tornam-se 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores.
Apenas em 2023 os afastamentos de trabalho por questões relacionadas à saúde mental aumentaram 38% no Brasil, segundo dados do Ministério da Previdência Social.
Esse cenário trouxe uma importante mudança para o mercado profissional, em que o Ministério do Trabalho publicou uma portaria estabelecendo um prazo de nove meses para que os empregadores incluam questões relacionadas à saúde mental em seus programas de gestão de riscos ocupacionais.
Esses dados são apenas alguns que nos mostram que a questão da felicidade não é um estado de espírito ou algo a ser buscado como produto final. Trata-se de uma ciência que precisa ser estudada de forma multidisciplinar, pela filosofia, pelas artes e pela comunicação, bem como pela economia e pela medicina e psicologia.
A importância da felicidade e do bem-estar também está transformando as empresas por dentro. O cargo de “Chief Happiness Officer” (CHO), por exemplo, cresceu 15% globalmente, em 2023, em comparação com o ano anterior. À primeira vista, a ideia de um diretor de felicidade parece inovadora e promissora.
Quando uma empresa cria esse cargo, ela eleva a importância da felicidade em sua estrutura. Um estudo realizado pela Harvard Business Review mostrou funcionários mais felizes tornam-se 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores.
O profissional dedicado a desenvolver seu papel neste cargo não é apenas alguém com habilidades excepcionais que irá revolucionar a companhia; sua principal função é aumentar o status da felicidade no ambiente de trabalho e fomentar discussões sobre o bem-estar. Essa mudança não acontece da noite para o dia, mas, quando bem implementada, se mantém a longo prazo e cresce em relevância.
Arrisco dizer que, em todos esses anos dedicados ao estudo da felicidade, entendi que a humanidade tem três principais objetivos.
O primeiro é a longevidade: o desejo humano de viver mais e melhor – a expectativa de vida global aumentou para 73,4 anos, em 2023, em comparação com 72,6 anos, em 2019, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O segundo é a saúde: na edição de 2024 do relatório da OMS, foi constatado que 80% das doenças crônicas são preveníveis por meio de hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada, exercícios regulares e check-ups médicos.
E o terceiro é a própria felicidade: o “World Happiness Report 2024” revelou que as nações mais felizes têm economias mais estáveis, melhores condições de saúde e maior envolvimento cívico.
Precisamos construir indivíduos capazes de viver melhor, tanto mental quanto fisicamente.
Mesmo com indícios, dados e fatos, o sistema atual de saúde é voltado para a cura de doenças, em vez de promover estilos de vida saudáveis que previnam enfermidades. Aqui, a Psicologia Positiva se torna crucial. Ao invés de apenas tratar os doentes, precisamos nos preocupar em cultivar hábitos que mantenham as pessoas saudáveis.
A medicina e a psicologia têm um papel fundamental nesse contexto. Precisamos construir indivíduos capazes de viver melhor, tanto mental quanto fisicamente.
Em um ambiente organizacional isso é ainda mais relevante, especialmente considerando que as novas gerações estão cada vez mais focadas em trabalhar por propósito e flexibilidade.
Elas buscam ambientes que não apenas promovam a produtividade, mas que também se preocupem genuinamente com o bem-estar de seus colaboradores.
É evidente que a felicidade não deve ser vista como um luxo, mas como uma necessidade essencial para a saúde mental e física. Abrir novas oportunidades de estudo e trabalho com foco na felicidade pode ser a chave para enfrentar a crise que vivemos hoje.
Portanto, precisamos valorizar a importância da felicidade em todos os aspectos de nossas vidas, desde a educação até o ambiente de trabalho, para que possamos construir um futuro mais saudável e satisfatório para todos.