O que são as finanças descentralizadas (DeFi)?
Na prática: são sites nos quais você deposita suas criptos e elas começam a render juros, como se fossem um fundo de renda fixa.
É um sistema financeiro completamente novo, criado em torno das criptomoedas. Na prática: são sites nos quais você deposita suas criptos e elas começam a render juros, como se fossem um fundo de renda fixa. Num fundo de renda fixa normal, quem paga os juros é o governo – o fundo empresta para o Estado, comprando títulos públicos, recebe juros em troca, e seu saldo cresce.
Num site de DeFi (Decentralized Finance), quem paga os juros são as pessoas que entraram ali para pegar cripto emprestada – uma operação útil para certos tipos de especulação financeira. E o pulo do gato é que não há intervenção humana: a concessão de empréstimos e o pagamento de juros são feitos por robôs. Também não há ligação alguma com o sistema financeiro convencional (daí o “descentralizadas”). Para entrar num site de DeFi você precisa transferir as criptos que tiver na conta da sua exchange (Mercado Bitcoin, Binance etc.) para uma carteira virtual. A mais popular é a Metamask – que funciona como uma extensão do Chrome.
Ao entrar num site de DeFi, ele pede para que você “conecte sua carteira”. Quando você dá a permissão, ele detecta a presença da Metamask, lê o seu saldo e pronto. Você já consegue transferir criptos da Metamask lá para dentro e deixá-las rendendo. O mais conhecido desses sites
é o Compound.
Uma peça fundamental das DeFis são as stablecoins: criptos cujo valor de mercado é atrelado ao do dólar (Tether, Dai, True- USD…). Depositadas na Compound, por exemplo, elas pagam juros de 3% ao ano – bem mais que a “renda fixa” dos EUA, que está em 2% a.a.
Mas cuidado com a brincadeira. Esse ecossistema ainda está engatinhando. As taxas, por exemplo, são proibitivas para pequenos investidores – coisa de R$ 300 para fazer um depósito. Quando as taxas forem próximas de zero, porém, os sistemas de DeFi serão um pedregulho no sapato dos bancos convencionais.