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Cris Kerr

Por VOCÊ S/A
Cris Kerr é CEO da CKZ Diversidade, consultoria especializada em Inclusão & Diversidade, professora da Fundação Dom Cabral, Mestra em Sustentabilidade e idealizadora do Super Fórum Diversidade & Inclusão.
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O futuro é agora, mas as empresas precisam ser lembradas de seu papel de agentes de transformação

Entenda como a adoção da agenda ESG e outras mudanças no planejamento estratégico das empresas impacta a sociedade como um todo.

Por Cris Kerr
Atualizado em 11 out 2022, 14h46 - Publicado em 7 out 2022, 15h51

O cenário corporativo certamente já não é mais o mesmo de 20 anos atrás. As mudanças, que já vinham acontecendo antes, foram ainda mais aceleradas com o cenário pandêmico e a necessidade de se adaptar à nova realidade. Muitas das novas práticas adotadas durante esse período vieram para ficar. Além disso, programas de aceleração de ESG conectados com diversidade, equidade e inclusão estimulam uma transformação na formação dos conselhos e da alta gestão, além do impacto social gerado pelas empresas. 

O programa “Relate ou Explique”, iniciativa da B3 que busca encorajar a adoção da agenda ESG e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no planejamento estratégico das empresas, é um exemplo desse movimento que está acontecendo em busca de mudanças no sistema corporativo. De acordo com o próprio site da B3, “o objetivo da iniciativa é fomentar o entendimento dos ODS e sua incorporação progressiva à estratégia empresarial das companhias.”

Mas, afinal, o que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? Criados em 2012 pela ONU, foram definidos 17 objetivos com 169 metas globais interconectadas, a serem atingidos até 2030 – a “Agenda 2030”. Entre as ações previstas estão a igualdade de gênero, redução das desigualdades, erradicação da pobreza, educação etc.

Talvez agora você esteja se perguntando o que a alta governança tem a ver com isso, e eu te digo que a resposta é TUDO. O papel das empresas na sociedade não é apenas econômico, como muitas pessoas podem pensar, mas também social. Afinal, elas geram empregos e influenciam diretamente as comunidades e regiões onde estão instaladas. 

Promover uma cultura organizacional que esteja alinhada com esses objetivos sustentáveis é uma forma de garantir que a responsabilidade social da empresa seja cumprida e inclusive garanta a sua sustentabilidade ao longo dos anos, evitando assim a falta de atratividade de colaboradores(as), clientes e investidores(as), que já está ameaçando grandes nomes que ainda não se adaptaram ao novo cenário. 

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Chamo atenção aqui para alguns objetivos que fazem parte da lista e que acredito serem primordiais no planejamento estratégico das empresas. É necessário aumentar a conscientização para a igualdade de gênero, um fator que vem sim progredindo ao longo dos anos, mas que ainda apresenta muito espaço para evolução. Ela parece perto, mas acreditem, o levantamento de 2022 do Fórum Econômico Mundial mostra que levaremos 132 anos, sim são 3 dígitos, para alcançar a equidade de gênero.

Empresas que almejam se alinhar a essa lista de organizações modelos devem ter em mente que a propagação da discriminação entre gêneros é nociva não apenas para o ambiente corporativo, mas também socialmente. Sabemos que mulheres são tão capazes quanto os homens de desenvolverem habilidades de alta gestão e liderança, afinal elas têm mais formação acadêmica que muitos homens, mas precisamos de portas abertas e convites para que elas possam entrar em ambientes e empresas, fazendo com que esse real aumento gradativo de representação feminina aconteça. 

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Elas precisam sim de mais oportunidades e assentos em cargos de alta liderança e conselhos de administração, assim teremos mais representatividade feminina ajudando a desconstruir vieses inconscientes e conscientes também.

Além disso, as mudanças que vivemos como sociedade no período pandêmico afetaram todos os setores.  Profissionais estão vivendo um momento de busca por um estilo de vida mais equilibrado entre vida profissional e pessoal, mais evidenciado depois da implementação do home office e dos novos modelos de trabalho. 

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Buscar promover um crescimento econômico sustentado, inclusivo, produtivo e decente para todas e todos, implica estar atento às necessidades dos colaboradores e colaboradoras da empresa. A flexibilização de horários, o modelo híbrido e as semanas mais curtas são algumas das novas tendências que vêm crescendo nos últimos anos e que prometem incentivar a produtividade e qualidade do trabalho. Afinal, como já comprovado em uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia, colaboradores(as) felizes produzem mais.

Outro ponto de atenção é a redução das desigualdades, ainda presente nas empresas, e para solucioná-la é necessário um trabalho de diversidade e inclusão que comece desde a alta liderança e inspire todas as pessoas do time. As metas para aumentar a diversidade nas empresas, assim como as cotas nas universidades são ações afirmativas importantíssimas. Não é sobre dar espaço às pessoas despreparadas, e sim dar oportunidades e abrir portas que sempre estiveram fechadas para pessoas talentosas com diferentes histórias e origens.  Criar um movimento que valoriza as diferenças individuais de cada pessoa garante um ambiente de segurança psicológica a empresa estará mais preparada para inovar e se adaptar às demandas do mercado.

Criar um planejamento estratégico alinhando ESG, ODS e Diversidade e Inclusão é papel crucial das organizações que querem ser sustentáveis para dentro e para fora da empresa. Empresas precisam de pessoas engajadas para gerar bons resultados, e a criação de um ambiente inclusivo, seguro e empático colabora para uma construção é fundamental. Afinal, o objetivo é manter uma empresa perene com relação equilibrada e favorável entre todas as partes.

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