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Cris Kerr

Por VOCÊ S/A
Cris Kerr é CEO da CKZ Diversidade, consultoria especializada em Inclusão & Diversidade, professora da Fundação Dom Cabral, Mestra em Sustentabilidade e idealizadora do Super Fórum Diversidade & Inclusão.
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Como mensurar felicidade nas empresas?

Medir e promover o bem-estar das pessoas ajuda a fortalecer a cultura de responsabilidade social e a melhorar os resultados de uma organização.

Por Cris Kerr
28 mar 2024, 16h40
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m dos momentos mais esperados do último Super Fórum Diversidade e Inclusão foi o painel sobre a relação entre felicidade, saúde emocional e os resultados da empresa e das pessoas colaboradoras. Cada vez vemos mais organizações estruturando diretorias exclusivas de felicidade. Ao final do painel, porém, a primeira pergunta foi: como podemos medir a felicidade em uma empresa?

Essa é uma preocupação válida por parte das lideranças das empresas. Afinal, a felicidade das pessoas colaboradoras não diz respeito apenas a uma ideia romantizada de que uma pessoa feliz trabalha melhor. Ela vai além e envolve o fortalecimento da cultura organizacional e a responsabilidade social da empresa, refletindo assim nos resultados financeiros.

O bem-estar nas empresas, aliás, está em vias de ser regulamentado. Após aprovação no Senado, o Projeto de Lei 4.358/2023 agora aguarda sanção da presidência. O texto institui as diretrizes para uma certificação oficial do governo para empresas que promovam programas de promoção da saúde emocional no ambiente de trabalho e ações de combate à discriminação e ao assédio em todas as suas formas.

Apesar do assunto estar ganhando mais repercussão, eu ainda não tinha uma resposta tangível para a pergunta que as pessoas fizeram na 12a Edição do Super Fórum. Essa inquietação me provocou a pesquisar ainda mais, o que acabou me levando a conhecer uma empresa cuja proposta era exatamente essa: ajudar as companhias a medirem a felicidade organizacional.

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Mas havia um diferencial em relação às práticas do mercado até então: tornar a felicidade um KPI (Key Performance Indicator) e, portanto, fazê-la ser medida. Por intermédio de uma grande amiga conheci a iniciativa liderada pelo Luan Rodrigues, um dos fundadores da Zenbox.

Ele costuma contar como é papel das companhias fazerem com que as pessoas colaboradoras voltem para casa melhores depois de um dia de trabalho. Além disso, mostrou como havia reunido um “time dos sonhos” com diversidade de especialidades: cientistas, pesquisadoras, neurocientistas, biólogas, entre outras, para desenvolver indicadores baseados em uma metodologia científica e multidisciplinar com uma acurácia
de 95%.

Ali estava a resposta que eu buscava para aplicar em diversos clientes da CKZ Diversidade. Com muita frequência, escutamos histórias como a de um cliente que promoveu uma convenção de vendas não para celebrar os bons resultados, mas para cobrar que o time se esforçasse ainda mais no ano seguinte.

O clima negativo desmotivou. Um ano depois, os números ainda não estavam como esperados, o que não é surpresa para quem trabalha com inclusão e pertencimento. Felizmente, a empresa mudou a abordagem na convenção seguinte. Optou por um diálogo positivo focado na felicidade.

Resultado: uma equipe motivada e engajada para fazer o melhor e que já conseguiu recuperar os resultados. Sempre reforço que ambientes onde nos sentimos valorizadas, pertencentes e respeitas, geram felicidade, e a consequência é a melhora na produtividade. Para que isto aconteça
é necessário um esforço consciente das empresas.

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Resultado: uma equipe motivada e engajada para fazer o melhor e que já conseguiu recuperar os resultados.

Estamos no caminho certo para promovermos essa cultura. Os próprios questionamentos das pessoas que participaram do Super Fórum mostram isso. E, ao redor do mundo, o interesse também é grande: em 2018, a Universidade de Yale criou um curso de “Ciência
da Felicidade” – a disciplina é a mais procurada por alunos(as) nos 300 anos de história da instituição.

No paralelo, a conversa com a Zenbox evoluiu, até se tornar um convite para ser sócia da Zenbox e integrar o Happiness Team. Lá desenhamos e aperfeiçoamos uma metodologia baseada no modelo da psicologia positiva PERMA-V, proposto por Martin Seligman.

Seis dimensões comportamentais são avaliadas: Emoções Positivas, Engajamento, Relacionamento, Significado, Realização e Vitalidade. Mapear cada uma dessas áreas e impulsioná-las de maneira estruturada e recorrente resulta no Índice de Felicidade Organizacional (IFOZ), que mede a sustentabilidade humana e o nível de felicidade da empresa.

Já é possível ver na prática os efeitos dessa abordagem. Entre os exemplos está a varejista Leveros, que estruturou o Programa de Felicidade em janeiro de 2023. Pouco tempo depois, o Índice de Felicidade Organizacional já havia aumentado em 6%, reduzindo diversos outros indicativos. Um deles foi o absenteísmo nos Centros de Distribuição, que passou de 3,51% para 2,09%.

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Organizações de todos os tamanhos já estão incorporando programas de felicidade, inclusive como ponto de partida para a agenda ESG. E o retorno sobre o investimento é imediato: cuidar das pessoas colaboradoras, fortalecer a cultura, construir um cenário de sustentabilidade para o negócio, vai melhorar a saúde emocional e a felicidade das pessoas, e a consequência final é o aumento na lucratividade. Afinal, as pessoas são a maior vantagem competitiva de uma organização.

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