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Armando Lourenzo

Doutor e Mestre em Administração pela FEA-USP. Pós-graduado em Filosofia pela PUC. Diretor da EY University. Presidente do Instituto EY. Professor da FIA, USP (PECEGE) e Casa do Saber.
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Gestores ou funcionários: quem protagoniza o desenvolvimento dos times?

Criticar a liderança é muito comum, mas isso não elimina a possibilidade de os colaboradores aprenderem a lidar com algumas situações difíceis.

Por Armando Lourenzo
17 jan 2023, 15h15

Na rotina de trabalho, é fato que a responsabilidade dos líderes é muito grande, mas, e a dos colaboradores? Assim como toda força de trabalho de uma organização, os líderes são humanos e têm suas limitações.

Para tornar o ambiente mais acolhedor e próspero, é importante que os colaboradores pratiquem o autoconhecimento para que sejam capazes de perceber as situações em que podem melhorar, seja nas tarefas diárias, seja nas relações dentro do ambiente corporativo.

Um dos principais pontos que muitos ignoram, mas que é absolutamente relevante para o crescimento e desenvolvimento pessoal, é como lidar com frustrações. Tarefas que colaborem com essa aptidão são primordiais para o desenvolvimento do indivíduo e, por consequência, de todo o time.

Dentro das limitações emocionais de cada um e partindo da premissa de que os líderes devem ter comportamentos dentro de critérios legais e de princípios morais, os colaboradores também têm total responsabilidade por seu autodesenvolvimento.

O mundo corporativo ideal seria aquele em que todas as empresas tivessem programas de desenvolvimento de pessoas, mas, infelizmente, essa não é a realidade. Portanto, iniciativa passa a ser a palavra de ordem.

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Treinamentos gratuitos em plataformas digitais ou até mesmo o aconselhamento por parte de profissionais mais seniores (sim, existem vários por aí, basta apenas a atitude para contatá-los) podem ser alguns dos meios para buscar o autoconhecimento. Aprender com as situações vividas por meio de experiências, é algo vital para o desenvolvimento real do ser humano e não tem uma relação direta com a idade, mas sim com a intensidade da vivência em determinadas situações reais, mesmo as do cotidiano.

Como exemplo, se uma pessoa tem 50 anos, habilitação há 32 e dirige somente alguns domingos por mês em um trânsito mais tranquilo, terá menos experiência do que um outro motorista com 25 anos, habilitado há sete e que dirige oito horas por dia, de segunda a sábado, enfrentando um trânsito mais carregado. Uma pessoa pode dizer que tem 25 anos de experiência profissional, mas, na prática, isso pode significar um ano de experiência e outros 24 de repetição do que aprendeu no primeiro ano profissional.

Não se pode esperar que os funcionários tenham líderes dentro de si. É preciso entender que esta diversidade de perfis e estilos é valiosíssima para a formação profissional dos indivíduos durante sua jornada de carreira, e que esse amadurecimento terá reflexos positivos também na vida pessoal.

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Os colaboradores devem conhecer suas potencialidades e limitações, além de aprender a lidar com cada uma delas. Uma vez realizado o processo, os relacionamentos interpessoais passarão a ser cada vez mais saudáveis e produtivos com seus pares e gestores.

Criticar a liderança é muito comum e em diversas situações tais críticas têm sentido, mas isso não elimina a possibilidade de os colaboradores aprenderem a lidar com algumas situações difíceis na relação entre líder e liderado, desde que respeitadas condições de estrutura emocional, aspectos morais e de legalidade no relacionamento.

Por sua vez, os colaboradores têm de assumir o protagonismo de suas carreiras para poderem crescer profissionalmente. Pense sempre nisto, pois os líderes não passam pela jornada profissional sozinhos. O seu time sempre o acompanhará e você tem o dever de orientá-lo a ter protagonismo na carreira e a entender que você possui limitações como qualquer outro ser humano (ainda bem!).

 

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