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Semana de quatro dias: modelo continua funcionando para empresas que o testaram há um ano

A maioria das companhias que participou do experimento no Reino Unido segue mantendo uma jornada de trabalho reduzida um ano depois e citam benefícios de longo prazo, segundo um novo estudo.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 20 mar 2024, 18h58 - Publicado em 20 mar 2024, 18h57
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 (Vasil Dimitrov/Getty Images)
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Um ano após o fim do maior experimento que testou uma semana de trabalho de quatro dias, a maioria das empresas que participaram desse projeto piloto ainda mantêm a jornada reduzida, segundo uma nova pesquisa. Mais: metade delas já bateu o martelo e decidiu que a mudança será permanente.

O estudo em questão aconteceu entre junho e dezembro de 2022, no Reino Unido. Durante esses seis meses, 2.9000 trabalhadores de 61 companhias britânicas trabalharam 80% de suas horas, sem redução de salário, com objetivo de entregar 100% de seus resultados.

No final do experimento, um relatório elencou os resultados: 43% dos colaboradores relataram melhora na sua saúde mental, e 55% foi o aumento na produtividade no período. Dos entrevistados, 90% afirmaram que querem continuar no modelo, e 15% chegaram a dizer que não voltariam para a semana de cinco dias nem por um salário maior. O turnover despencou 57%.

Esse estudo britânico, além de pioneiro, se tornou a maior evidência de que a semana de quatro dias pode funcionar. A 4 Day Week – organização responsável por organizar o experimento – logo emendou vários outros testes em países como EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e até no Brasil, onde o experimento ainda ocorre.

 

Agora, um ano depois, um novo relatório aponta que os benefícios parecem ser de longo prazo. A Autonomy, uma organização que também colaborou com o primeiro estudo no Reino Unido, decidiu revisitar essas empresas para ver como elas estão depois do fim do teste.

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Os resultados mostraram que 89% delas (ou seja, 54 empresas) ainda estavam seguindo uma jornada de trabalho de quatro dias, revelou a nova pesquisa, de forma totalmente independente. E mais: 31 delas (51%) tornaram esse regime permanente.  

Quase todas as companhias do experimento original, com exceção de duas, participaram desse novo questionário. 

Além disso, 28 CEOs concordaram em responder outras perguntas e oferecer mais dados para o relatório. Todos eles disseram que a mudança foi benéfica para a empresa, sendo o aumento do bem-estar dos funcionários a vantagem mais citada. Em metade das companhias, a rotatividade de funcionários caiu. E um terço dos executivos disse que a nova política melhorou o processo de atração de talentos e contratação.

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Como uma semana de quatro dias funciona?

O relatório também destaca que, para a medida dar certo no longo prazo, as empresas precisaram adotar algumas mudanças na cultura corporativa, incluindo repensar a priorização de tarefas, melhorar a políticas de reuniões (que costumam tomar muito tempo do trabalhadores sem necessidade) e otimizar a comunicação interna.

Esse é um ponto fortemente defendido pelos entusiastas da jornada de trabalho de quatro dias: de que o modelo pode funcionar, sim, desde que seja bem planejado e organizado. Nem toda empresa pesquisada, por exemplo, eliminava um dia de trabalho. Algumas mantinham os cinco dias de labuta, mas com jornadas diárias menores. Outros optavam por escalas de funcionários para não terem que paralisar as atividades.

Outros estudos seguem testando a jornada de trabalho reduzida, mas o Reino Unido é, novamente, pioneiro – afinal, esse é o primeiro que mediu os efeitos no longo prazo em empresas que escolheram, por conta própria, manter o modelo.

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