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Por que falar sobre diversidade sexual é falar sobre amor

Em 28 de junho comemora-se o Dia do Orgulho LGBTQIA+ e essa é uma grande oportunidade para discutir a diversidade sexual dentro das empresas

Por Liliane Rocha*
26 jun 2020, 14h05

Hoje, acordei pensando na sigla LGBTQIA+ e uma conclusão veio à minha cabeça: cada vez que falamos essas letras, estamos trazendo uma nova narrativa de amor e vida para a história das empresas.

Há apenas alguns anos, a narrativa relacionada a amor e família que conhecíamos, representávamos e sobre a qual dialogávamos dentro das empresas era a heteronormativa.  Ou seja, casais de homens e mulheres que protagonizavam histórias com finais felizes em filmes e comerciais. Ao lembrar disso, dá até para escutar a vinheta de algumas propagandas que retratavam as famílias dos sonhos.

O problema é que essa é  família dos sonhos de muita gente, não de toda a gente! Por isso, há um certo tempo começamos a falar sobre GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) com o intuito de trazer uma
ampliação do entendimento da diversidade sexual. Desde então, nunca mais paramos.

 

 

Hoje, falamos de LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexuais, Assexuais, e o sinal gráfico + que representa todas as ramificações da diversidade sexual),  trazendo cada vez mais riqueza, profundidade de entendimento e vivência da diversidade sexual dentro das grandes empresas.

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Assim, podemos falar de sexo biológico do nascimento, orientação sexual, identidade de gênero e expressão. Conseguimos compreender melhor sobre um tema que faz parte da natureza da vida, mas que ainda é um forte tabu na sociedade brasileira – e que muitos só têm a oportunidade de conversar a respeito na fase adulta, quando já estão trabalhando em grandes empresas.

Homens que gostam de homens, mulheres que gostam de mulheres, homens e mulheres que gostam de homens e mulheres. Pessoas que foram designadas como homens no nascimento, mas em sua identidade, essência e vida são mulheres. E pessoas que foram designadas como mulheres no nascimento, mas em sua identidade, essência e vida são homens, ou seja, falamos sobre pessoas Transgênero. As pessoas também podem ser Queers, ou seja, não se identificar com o binarismo estruturante da sociedade, baseado no masculino e no feminino. Ou, então, ser Intersexuais, nascendo com os dois sexos.

Até aqui, sutilmente, descrevi as letrinhas que compõem a sigla LGBTQIA+ da forma mais natural possível, pois gostaria que o leitor entendesse que falar sobre diversidade sexual nas empresas é falar sobre amor. É reforçar que todos podem falar de suas famílias, sobre quem amam, sobre poder levar o marido ou a mulher às festas de final de ano da empresa, ou mesmo sobre poder cuidar da família, fazendo a inclusão homoafetiva para acesso ao convênio médico.

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Sabemos que a vida pessoal é parte importante da vida dos profissionais, assim como o bem-estar no mundo do trabalho. Por isso, romper com antigos tabus e conseguir ter conversas claras e construtivas sobre sexualidade humana é imprescindível.

Quando chegamos às empresas já somos adultos, sabemos muito sobre a vida, entendemos sobre como paqueras, casais, famílias ocorrem no dia a dia da sociedade, como a vida pessoal impacta a vida do trabalho, e sobre a importância de equilibrar o trabalho e vida pessoal.Por isso, não temos que fugir dessa conversa. Muito pelo contrário, iniciar essa conversa nas organizações certamente vai deixar a rotina mais leve, simples e inclusiva para todos. Que tal começar agora?

(Mario Duarte/Divulgação)

 

*Liliane Rocha é CEO e Fundadora da Gestão Kairós, consultoria especializada em Sustentabilidade e Diversidade e autora do livro Como Ser um Líder Inclusivo 

 

 

 

 

 

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