De Bollywood ao Burning Man: o “lado B” destes profissionais
A empresa de tecnologia Resultados Digitais, apostou na produção de podcasts para engajar os funcionários com suas próprias histórias inusitadas.
Você sabia que turistas são selecionados nas ruas de Mumbai, a cidade de Bollywood, berço da indústria cinematográfica indiana, para atuar como figurantes em comerciais e pequenas produções? Pois é. Foi numa dessas audições-surpresa que os amigos de Lucas Baixo, analista de marketing de produto na agência Resultados Digitais, foram selecionados. De quebra, levaram o profissional junto – na época, ele era intercambista no país asiático. Desse jeito, Lucas teve seus cinco minutos de fama e participou de três comerciais com personalidades locais, além de ganhar uma graninha com a aventura.
E o Burning Man? Conhece? Zachary Fox, diretor de marketing da Resultados Digitais, é participante assíduo dessa experiência de contracultura que acontece todos os anos no estado de Nevada (EUA). Realizada no deserto de Black Rock, o festival reúne pessoas de todo o mundo durante 10 dias, totalmente isolados da sociedade. Lá, cerca de 50 mil participantes, em média, criam uma cidade alternativa a base de troca e partilhas. E, também foi lá que Zachary realizou a comemoração de 10 anos do seu casamento.
Relatos inusitados como este foram compartilhados pelos funcionários da empresa de tecnologia para marketing e vendas Resultados Digitais, em episódios de podcast do programa B-side, realizado pela empresa. A iniciativa, que estreou em junho na plataforma de streaming Spotify, foi idealizada pelo time de comunicação que buscava uma solução para o distanciamento que a quarentena provocou nas equipes.
Com mais de 700 funcionários distribuídos por todo o Brasil, e também na Colômbia e México, o objetivo da ação foi fomentar a partilha de histórias, fazer com que os funcionários conhecessem mais sobre seus colegas de trabalho e se aproximassem.
A aposta foi certeira. No início, eles conversaram com funcionários sobre os quais já era sabido a existência de histórias inusitadas, mas ao abrir um canal para o envio voluntário depois do primeiro episódio, choveu interessados. Eles já mapearam 40 histórias para episódios futuros e a ação conta com um engajamento de 50% do público interno no slack [rede social corporativa] da empresa.
Em entrevista à VOCÊ S/A, Fernanda Brunsizian, diretora de comunicação corporativa da Resultados Digitais, explica por que criar o B-side e os resultados com a iniciativa.
Por que contar o “lado B” da vida dos funcionários?
Por causa do distanciamento causado pela quarentena. Sentimos muita dificuldade de comunicação no começo do isolamento social. As equipes não estavam próximas e o contato à distância causou muito estranhamento no começo. Precisávamos resolver essa questão e chegamos a conclusão que a melhor forma era conhecendo mais as pessoas: quem elas são, o que gostam de fazer. Proporcionar o contato com o lado humano de quem está por trás dos equipamentos eletrônicos. E existe jeito melhor para isso do que contando suas histórias? Ainda mais, histórias inusitadas?
Isso se refletiu na escolha por um podcast também. Já temos uma newsletter e um canal no youtube, mas o podcast é uma mídia nova que permite diversificação. Também é parte dos programas de acessibilidade que estamos desenvolvendo na empresa. Tanto, que uma das pessoas responsável pela produção dos episódios tem deficiência visual.
A ideia obteve o resultado esperado?
Melhor do que o esperado. Conseguimos aproximar as pessoas com o modelo que criamos: além do entrevistado ser diferente em cada episódio, os entrevistadores são duas pessoas de áreas distintas que alternam em cada gravação. Então, é gente que nunca se falou antes ali jogando papo pro ar como compadres.
O retorno no slack também tem sido ótimo. Já temos mais de 40 histórias mapeadas para episódios futuros e acompanhamos em todo novo lançamento a repercussão na linha do tempo. As pessoas se marcam, divulgam suas participações, mandam mensagens para o entrevistado – mesmo sem conhecer ou nunca ter falado com eles. Cada qual ganha seus 15 minutos de fama.
O projeto vai ser mantido depois da quarentena?
Não sabemos quando a quarentena vai acabar, então, não tem como bater um martelo. Mas, nesse meio tempo descobrimos tantas coisas legais, que vale a pena. Criamos um quadro para o canal no YouTube que se chama “Onde você está?” Ele nasceu quando encontramos funcionários em cidades muito distantes e com nomes inusitados, como Rolândia (PR). Nos vídeos eles contam outras curiosidades sobre as cidades e como é morar por lá. O objetivo sempre foi essa partilha, e tem sido incrível. Enquanto houver boas histórias para contar, seguimos produzindo.