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Coronavírus leva universidades dos EUA e Itália a suspenderem aulas

Columbia, Princeton e todas as universidades italianas vão suspender as aulas

Por Gustavo Sumares, do Estudar Fora
Atualizado em 17 out 2024, 11h51 - Publicado em 10 mar 2020, 15h22
coronavírus
Coronavírus: Itália é o país mais afetado da Europa (CDC/Unsplash)
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Diversas universidades dos Estados Unidos e Europa, incluindo Columbia, Princeton e todas as universidades italianas, vão suspender aulas nos próximos dias por causa do coronavírus. A medida tem o objetivo de evitar aglomerações de pessoas e, com isso dificultar a propagação da doença, reduzindo o risco para os estudantes e seu potencial de impacto na sociedade.

A Universidade Columbia afirmou, em um comunicado, que suspenderia as aulas presenciais nos dia 9 e 10 de março. No restante da semana, as aulas seriam ministradas a distância. Outras atividades da universidade além das aulas, por sua vez, foram mantidas. Segundo a universidade, a medida é feita por “abundância de cuidado”, e não há nenhum caso confirmado de infecção pelo COVID-19 em seu campus.

Em Princeton, o presidente da universidade, Chris Eisgruber, enviou uma carta dizendo que pretende “virtualizar todas as atividades, tais como aulas, seminários e ensinamentos, que puderem ser feitas online” a partir do dia 23 de março. “Embora continuemos a acreditar que o risco de transmissão no campus é atualmente baixo, sabemos que a comunidade está se espalhando por várias partes dos Estados Unidos, incluindo o estado de Nova York, que declarou estado de emergência”, explica Eisgruber.

A Universidade Stanford também adotou medidas semelhantes, mudando as aulas para um formato online para as próximas duas semanas. A instituição também implementou restrições de viagens para seus alunos e funcionários, e incentivou todas as unidades de seu campus a cancelarem eventos de larga escala. Segundo o jornal local NBC Bay Area, um funcionário da universidade foi um caso confirmado de infecção pelo coronavírus, mas a universidade alega que ele não frequentou o campus após apresentar os sintomas.

Além delas, diversas outras instituições estadunidenses adotaram medidas semelhantes. A Universidade de Washington, por exemplo, cancelou aulas e provas até o dia 30 de março, também por questões de saúde. E o Berklee College of Music, em Boston, também afirmou que estudantes que viajassem para determinados estados e países não poderiam voltar ao campus sem antes passar por um período de quarentena de 14 dias.

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De acordo com o New York Times, estudantes das universidades foram compreensivos com a medida. Embora lamentassem a virtualização das aulas, já que a qualidade dos encontros presenciais é um dos fatores que dá renome às instituições, entendem que a a questão de saúde deve ter precedência nesse caso. “Eu estava ansiosa para uma discussão em sala de aula em particular que aconteceria na terça-feira, mas obviamente a segurança é mais importante do que isso”, disse uma aluna ouvida pelo jornal.

Coronavírus na Itália

Segundo o Guardian, o governo italiano ordenou o fechamento de todas as escolas e universidades do país até, pelo menos, 15 de março. Além disso, eventos esportivos, como jogos de futebol, deveriam ser realizados em ambientes fechados até pelo menos 3 de abril.

Fora da Ásia, a Itália é o país mais afetado pelo coronavírus. Por lá, já são mais de 7.300 casos confirmados de infecção, e mais de 100 mortes. A região da Lombardia, a mais afetada, está em quarentena total, com a entrada e saída de pessoas da região sendo rigidamente controlada.

Em todos os casos, a intenção é a mesma: evitar grandes aglomerações de pessoas. Essa medida é uma das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a disseminação do vírus. A OMS também afirma que pessoas idosas são as que têm maior risco de contaminação, em especial as com mais de 80 anos. Pessoas com problemas respiratórios também devem ter cuidado especial.

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Impacto

De acordo com o Times Higher Education, o coronavírus pode ter um impacto significativo nas universidades pelos próximos anos. O fato da China ser o principal país afetado, com mais de 100 mil casos confirmados, é de particular relevância, já que as quarentenas e dificuldades enfrentadas pelos estudantes chineses podem prejudicar sua preparação para entrar numa universidade.

Assim como brasileiros interessados em estudar fora, os chineses também precisam realizar exames padronizados (como o SAT) e de proficiência em inglês. A disseminação do vírus, no entanto, pode levar ao cancelamento dessas provas, ou dificultar que os candidatos se desloquem até os locais de realização.

Isso é particularmente relevante para os EUA porque, segundo a CNN, o país tem mais de 360 mil estudantes estrangeiros provenientes da China — ou seja, a cada três estudantes estrangeiros no país, um deles é chinês. Além disso, há também alunos que viajaram à China e agora não podem voltar, ou que precisam lidar com o fato de suas famílias estarem em uma região quarentenada.

Para o Reino Unido, essa situação também tem um componente financeiro importante. Com estudantes chineses sendo forçados a adiar ou cancelar suas matrículas, as instituições estão perdendo centenas de milhões de libras em tuition fees. Ainda segundo o Guardian, as universidades da região tem mais de 120 mil estudantes chineses, que são responsáveis por uma parcela crescente de suas receitas. Uma queda de 10% nas matrículas de alunos asiáticos poderia significar uma queda mais de 200 milhões de libras nas suas contas.

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  • Este artigo foi originalmente publicado pelo Estudar Fora, portal da Fundação Estudar
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