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As melhores empresas para o profissional LGBTQIA+ no Brasil

A Human Rights Campaign lançou sua 3ª edição desse ranking tão especial. Se você se encaixa em um desses múltiplos perfis, vale priorizar as companhias mais preparadas para te receber na hora de se candidatar a uma vaga.

Por Sofia Kercher
28 jun 2024, 10h00

Em outubro de 2023, a Human Rights Campaign (HRC) recomeçou uma missão que está cumprindo pelo terceiro ano consecutivo: a coleta de informações e dados sobre políticas de inclusão dos funcionários LGBTQIA+ em empresas brasileiras.

A HRC é o maior grupo de defesa e de lobby dos direitos civis LGBTQIA+ dos Estados Unidos. Em 2021, o grupo decidiu expandir seus esforços para a América Latina, e um braço da Fundação HRC foi estabelecido por aqui. Uma de suas funções é justamente o HRC Equidade BR, índice que observa alguns pilares e concede (ou não) um certificado de “Melhores Empresas para a pessoa LGBTQIA+ trabalhar”.

O índice leva em conta cinco fatores, os mesmos do Índice de Equidade Corporativa (CEI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que existe desde 2002 e é a principal referência no segmento. São eles:

  1. Adoção de políticas de não discriminação no local de trabalho;
  2. Criação de espaços de trabalho respeitosos para todas as pessoas;
  3. Criação de grupos de recursos para funcionários ou conselhos de diversidade e inclusão;
  4. Oferta de treinamento e educação para todos os níveis hierárquicos sobre a pauta LGBTQIA+; e
  5. Participação em atividades públicas para apoiar a inclusão da comunidade LGBTQIA+.

A pesquisa foi respondida até 8 de março de 2024. Depois da coleta e avaliação do material, este mês, habemus resultados: 124 empresas concluíram e enviaram suas respostas, 45 obtiveram pontuação entre 0 e 90 pontos e 79 empresas atingiram 100 pontos e receberam o selo de certificação.

Em relação ao ano passado, o número representa um crescimento de 36% na quantidade de empresas inscritas, e 39% no número de empresas certificadas. “Os resultados deste ano refletem o forte apoio e os contínuos investimentos da comunidade empresarial brasileira em seu compromisso com a igualdade LGBTQIA+ no ambiente de trabalho”, escreve Orlando Gonzales, vice-presidente sênior de programas, pesquisa e treinamento na Fundação HRC. 

Ao leitor interessado no relatório completo, com todas as 79 empresas, basta clicar neste link. Abaixo, estão os nomes de 13 empresas que receberam a quádrupla certificação – além da pontuação máxima no Equidade BR, obtiveram também em outros três programas da fundação. Confira:

As eleitas, segundo a HCR

  • Accenture do Brasil
  • Arcos Dorados
  • Basf SA
  • Bayer S.A.
  • Cummins
  • The Boston Consulting Group
  • Ernst Young Assessoria Empresarial Ltda
  • Ge Vernova Brazil Holdings LLC
  • J.P. Morgan S.A.
  • McKinsey & Company Brasil
  • Medtronic
  • SAP Brasil
  • Uber do Brasil Tecnologia Ltda

Vale citar que, das 79 que obtiveram qualificação, 20% são do setor de consultoria, gestão e serviços; 12% de tecnologia e 9% do varejo. 

Pontos positivos e negativos

Segundo o relatório, um destaque na pesquisa são as políticas e benefícios ao colaborador LGBTQIA+. “Ao longo das edições, é notória a maior governança das organizações em relação à estruturação da pauta em suas políticas, como regimentos internos e códigos de ética e conduta. Tais práticas também estão consonantes com a maior transparência interna e externa para pessoas interessadas”, escreve a HRC. 

Eles também enfatizam as frentes de educação e sensibilização nas corporações. Leia-se: treinamentos obrigatórios para a liderança e alta liderança, voltados para o maior conhecimento sobre Diversidade e Inclusão. 

Segundo a HRC, esses “são fundamentais para a capacitação e construção de uma liderança de fato comprometida com o avanço da agenda na organização. Com isso estruturado, também será possível avançar na avaliação de desempenho da liderança em relação a Diversidade e Inclusão por meio de métricas, por exemplo.” 

Falando nelas, esse também é um ponto positivo para as empresas brasileiras. De acordo com o relatório, houve avanços significativos nas pesquisas qualitativas e métricas de D&I. 

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Ainda sim, a fundação destaca que, nas ações para a cadeia de fornecedores da organização, as empresas deixaram a desejar. Além disso, ainda são poucas as organizações que possuem uma política de transição de gênero, contribuindo efetivamente nesse tópico – apoio que vai desde a retificação de documentos até a subvenção de medicamentos, hormônios e da cirurgia de redesignação. “É fundamental que essas práticas estejam estabelecidas por meio de uma das possibilidades de ação efetiva capazes de se tornarem um diferencial competitivo.”

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