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A estrutura do racismo no mercado de trabalho

Mesmo médicos negros recebem em média 18,7% menos que médicos brancos.

Por Juliana Américo
18 nov 2020, 15h10

Em setembro, a Magalu lançou um programa de trainee exclusivo para profissionais negros (pretos e pardos). A decisão foi bem recebida, mas gerou uma certa polêmica: muitos acusaram a varejista de estar promovendo “racismo reverso”. Não é o caso. Esse tipo de ação é, de fato, necessária para combater o preconceito intrínseco da sociedade brasileira. E a grande prova de como ele atrapalha é a própria disparidade no mercado de trabalho.

A taxa de desemprego entre os negros, segundo o IBGE, é de 16,1%, acima dos brancos, com taxa de 11,5%. E quando eles conseguem acessar o mercado de trabalho, não conseguem subir dentro das companhias. No Estado de São Paulo, por exemplo, 34% da população é negra (preta e parda). Mas, quando o assunto é liderança, a proporção é bem menor. Em 2019, 58 mil profissionais ascenderam a cargos de liderança em empresas do Estado – e menos de 4% eram negros.

Veja outros exemplos de como o racismo interfere no mercado de trabalho.

Na área da saúde

A desigualdade salarial pela cor da pele afeta médicos e enfermeiros – mesmo em um cenário de pandemia.

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(Tiago Araujo/Você S/A)

 

Menos mau

Durante os seis primeiros meses de 2020, foram contratados 7 mil médicos e 37 mil enfermeiros. Nesse caso, uma boa notícia: a proporção de negros se aproxima um pouco mais da de brancos.

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(Tiago Araujo/Você S/A)

Abismo salarial

As mulheres negras são as mais afetadas no mercado de trabalho. O salário médio dos homens brancos supera em até 159% o das mulheres negras, mesmo quando ambos têm curso superior.

(Tiago Araujo/Você S/A)

Fonte: Quero Bolsa, IBGE, Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e Insper

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