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Vale a pena pegar empréstimo na corretora para não mexer no investimento?

Em boa parte dos casos não vale. Veja as contas para entender.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 11 jan 2021, 11h45 - Publicado em 6 dez 2020, 08h00

Depende. Em boa parte dos casos, não, não vale, porque a taxa que a corretora cobra tende a ser maior do que o rendimento da aplicação. Essa opção está disponível na Easynvest e na Guide, e só vale para quem tem grana lá em renda fixa – títulos públicos, fundos de risco baixíssimo, CDBs.

Na prática, é um empréstimo a juros baixos no qual a garantia é o dinheiro que você tem aplicado com os caras. Se o seu dinheiro está num fundo ou nos títulos mais simples do Tesouro Direto, não vale a pena. É melhor sacar o que você precisa. Para facilitar a conta: R$ 1 mil no Tesouro Selic com a taxa de juros a 2% se transformam em R$ 1.020 em um ano (um pouquinho menos, na verdade, após impostos e taxas). Ok.

Na Guide, o crédito sai a partir de 0,6% ao mês. Ao fim de um ano, alguém que tivesse tomado um empréstimo de R$ 1 mil teria de devolver R$ 1.080. No fim das contas, você ganha R$ 20 numa ponta e perde R$ 80 na outra. Prejuízo de R$ 60.

Sacando o dinheiro e reaplicando ele lá na frente, você até deixa de ganhar um teco do jurinho anual, mas a perda será de zero. A taxa mínima da Easynvest é mais alta, de 1,5% ao mês. Depois de um ano, o gasto com juros iria a R$ 190, enquanto o dinheiro continua rendendo apenas R$ 20. R$ 170 de prejuízo na veia.

Mas existem exceções. Se você investiu, por exemplo, em um CDB que só pode ser resgatado daqui a dois ou três anos, e precisa de dinheiro agora, um empréstimo a juros mais baixos que os do mercado vem a calhar. Para evitar uma bola de neve no cheque especial, por exemplo, qualquer empréstimo está de bom tamanho. Em um ano no negativo da conta, R$ 1.000 viram uma dívida de R$ 2.518. Ouch.

Bom, para saber se vale a pena pegar um empréstimo na corretora garantido pelo CDB irresgatável, você precisa comparar com outras formas de crédito no mercado. O mais barato é o consignado, que na média sai por 2,2% para trabalhadores do setor privado, e 1,3% para servidores públicos. Ou seja: se você não prestou concurso, vale usar o crédito da corretora.

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