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O custo invisível do presenteísmo

Quando a empresa paga por 10 e recebe o trabalho de 7

Por Tatiana Pimenta, em colaboração especial com a Você S/A*
Atualizado em 26 ago 2025, 18h52 - Publicado em 13 ago 2025, 15h00
Miniatura de um homem de terno, de costas, com nuvens ao redor de sua cabeça.
 (mikkelwilliam/Getty Images)
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Se você é gestor, C-level ou empresário, preste atenção a este dado: a média de presenteísmo nas empresas brasileiras é de 31%. Isso significa, na prática, que um terço da folha de pagamento está sendo desperdiçada todos os meses. É como se fosse necessário contratar 10 pessoas para entregar o trabalho de 7.

Esse número vem do Censo de Saúde Mental, conduzido pela Vittude e já respondido por mais de 100 mil pessoas em diferentes regiões, setores e níveis hierárquicos. Trata-se da maior base de dados sobre saúde mental no ambiente de trabalho no Brasil. Ela revela uma verdade incômoda: as empresas estão adoecendo em silêncio, mesmo quando ninguém está afastado.

Presenteísmo é quando o colaborador aparece no trabalho, participa das reuniões, cumpre prazos, mas opera com a produtividade comprometida por sintomas de ansiedade, estresse, insônia ou esgotamento. Ele está fisicamente presente, mas emocionalmente ausente.

E o mais grave: a maioria das empresas não enxergam esse problema. Não por descuido, mas porque ainda tratam saúde mental como algo intangível, invisível ou pessoal demais para ser medido. Enquanto isso, o prejuízo corre solto no centro de custo da operação. Metas não batidas, retrabalhos, falhas na produção, acidentes de trabalho, conflitos internos, baixa criatividade, falhas na execução e uso excessivo do plano de saúde são apenas alguns dos efeitos colaterais dessa condição. O time está todo “presente”. Mas, no fundo, está todo esgotado.

Mais do que uma questão de bem-estar, o presenteísmo é um indicador estratégico de produtividade. E deve ser tratado como tal. Negligenciá-lo é como insistir em pilotar uma empresa de olhos vendados, acreditando que está tudo bem porque ninguém pediu demissão ou entregou um atestado.

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O sofrimento psíquico, muitas vezes, não vira atestado. Ele se disfarça de gastrite, de dor no peito, de perda de memória, de crises silenciosas no banheiro, de cansaço crônico. E, nesse estado, o colaborador continua vindo trabalhar — só que custa caro e entrega pouco. É um custo invisível que impacta diretamente resultados, clima, retenção e reputação.

 

O que fazer então?

A resposta começa pelo diagnóstico. Medir o presenteísmo, a percepção de acolhimento, os níveis de segurança psicológica e os sinais precoces de esgotamento já é possível, e deve ser uma prioridade.

A seguir, é preciso trazer o tema para a estratégia do negócio. Presenteísmo não é uma pauta só de RH, é um risco financeiro, reputacional e regulatório. Precisa ser acompanhado como qualquer outro indicador-chave de performance.

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Também é fundamental investir na capacitação de lideranças. Um líder bem preparado sabe identificar sinais de sofrimento, acolher com responsabilidade e não perpetuar culturas de silêncio. Porque o silêncio custa. E muito.

Enquanto muitas empresas ainda discutem se saúde mental deve ou não ser uma prioridade, outras já entenderam que esse é o novo diferencial competitivo. São as que já ajustaram suas culturas, processos e estruturas para que o cuidado com pessoas não seja exceção, mas regra. É hora de parar de pagar por 10 e produzir com 7. O futuro das empresas será construído por quem sabe cuidar. E também por quem sabe contar o que realmente importa.

*Tatiana Pimenta é fundadora e CEO da Vittude, referência no desenvolvimento e gestão estratégica de programas de saúde mental para empresas.

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