Adolescentes têm dificuldade de avaliar se informações online são verdadeiras
Os jovens têm facilidade em encontrar respostas para suas dúvidas, mas, na hora de discernir a qualidade da informação, eles não têm tanta certeza.
A era digital está democratizando o acesso à informação. Contudo, isso também significa que mais pessoas estão expostas a informações imprecisas, tendenciosas e simplesmente falsas.
Uma das preocupações nessa nova era é, justamente, como partes da população podem receber e interpretar diferentes tipos de informação – e, especialmente, diferenciar o joio do trigo.
Uma pesquisa feita com estudantes de ensino médio na Alemanha mostrou que, apesar de saberem como fazer pesquisas na internet, os jovens não têm confiança para avaliar a qualidade da informação que encontraram.
Mais de dois terços (69%) dos jovens de 15 anos disseram que não tinham problemas em fazer buscas online. Depois de encontrar as informações, no entanto, menos da metade (47%) dos alunos se sentiam capazes de avaliá-las adequadamente.
Vários dos estudantes entrevistados (40%) disseram depender de apenas uma fonte para suas pesquisas online – eles não comparavam vários resultados de diferentes origens.
Além disso, cerca de um terço dos jovens de 15 anos na Alemanha não verifica a precisão das informações online antes de compartilhá-las nas mídias sociais.
“Infelizmente, muitos alunos não são suficientemente qualificados para detectar notícias falsas. Eles têm muito a recuperar ao lidar de forma crítica e ponderada com informações on-line”, diz o Prof. Samuel Greiff do Centro de Avaliação Internacional de Estudantes (ZIB) da Universidade Técnica de Munique (TUM), chefe do pesquisa na Alemanha. “O estudo PISA ressalta a necessidade urgente de lidar com essa deficiência para preparar os jovens para os desafios do mundo digital”.
O oitavo estudo do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (PISA), conduzido em 2022, avaliou as habilidades de uma seleção representativa de aproximadamente 6.100 alunos de ensino médio de 15 anos que frequentam cerca de 260 escolas de todos os tipos na Alemanha. Os alunos também responderam a um questionário sobre condições de aprendizagem, atitudes e origem social.
A equipe de pesquisa também examinou os fatores que influenciam os resultados. Para a surpresa de ninguém, há uma forte correlação entre a capacidade dos alunos, seu interesse em mídia digital e seu status socioeconômico.
As meninas também relataram verificar a precisão das informações online com mais frequência do que os meninos. Elas também usavam mais fontes diferentes em suas pesquisas.
Professor e aluno
Para ensinar aos estudantes sobre o mundo digital, é preciso que os professores também entendam um pouco dessa nova era de comunicação. No estudo, os alunos também foram solicitados a classificar as competências digitais de seus professores e sua abertura ao uso de mídia digital.
Contudo, apenas cerca de metade dos jovens acredita que seus professores têm as habilidades necessárias para usar dispositivos digitais em sala de aula. Além disso, cerca de 60% dos jovens de 15 anos afirmam que seus professores estão abertos ao uso de mídia digital em sala de aula.
Essas percepções são importantes porque o estudo revela uma ligação com a autoavaliação dos adolescentes sobre suas próprias habilidades. “Tanto a competência digital dos professores quanto sua abertura à mídia digital podem ajudar a melhorar a competência de informação digital de seus alunos”, diz Samuel Greiff. “Consequentemente, os professores devem receber apoio para tornar o manuseio de informações online um componente rotineiro de suas aulas em várias disciplinas.”
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