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Votação da PL das offshores e novo dado de empregos dos EUA dão o tom nesta quarta

Expectativa é de que o ADP de setembro registre mais 140 mil vagas de emprego. Por aqui, Congresso adia alterações no JCP.

Por Camila Barros e Sofia Kercher
Atualizado em 4 out 2023, 17h59 - Publicado em 4 out 2023, 08h24

 

 

Bom dia!

Ainda no aquecimento para o payroll, na sexta-feira, os EUA divulgam hoje mais um relatório de empregos: o ADP de setembro, que registra a abertura de vagas no setor privado. 

A expectativa é de criação de 140 mil vagas no mês – ainda em ritmo consistente, mas abaixo do resultado de agosto, quando foram registradas 177 mil. 

Ontem, a divulgação do Jolts de agosto, outro relatório de empregos dos EUA, derrubou as bolsas, levou o dólar para R$ 5,15 e os títulos públicos americanos para as máximas desde 2006. É que o número veio acima do esperado: 9,6 milhões, contra expectativa de 8,8 mi. 

Aí reacendeu o temor de que, num cenário com o mercado de trabalho ainda resiliente, os juros devam demorar mais do que o esperado para cair por lá. 

Os índices asiáticos seguiram o pessimismo do ocidente, caindo em uníssono (veja abaixo). As bolsas da China, vale lembrar, não operam essa semana por causa do Golden Week., feriado nacional. 

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Deste lado do globo, o dia amanhece com ventos mais amenos, com os futuros de NY operando estáveis – às 7h30, o S&P 500 subia 0,05% e o Nasdaq caía 0,04%. O EWZ, ETF que acompanha a bolsa brasileira em NY, segue na mesma toada, a -0,07% no pré-mercado. 

Votação das offshores 

No Brasil, os olhares se voltam para a votação do PL das offshores na Câmara dos Deputados. A proposta busca tributar fundos exclusivos (que possuem um só cotista) e fundos em paraísos fiscais. 

Trata-se de uma forma de corrigir vantagens tributárias dadas aos super-ricos, público-alvo desses fundos. Também é uma nova fonte de arrecadação para o governo: a Fazenda prevê angariar R$ 20 bilhões com a proposta em 2024. 

Relator do PL, o deputado Pedro Paulo apresentou o texto na noite de ontem. A ideia inicial era incluir a alterações nos JCP (juros sobre capital próprio) no mesmo balaio. Mas não rolou: segundo informações do Estadão, a junção dos dois projetos enfrentou resistências na Câmara, e poderia inviabilizar a votação. 

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Na prática, os JCP têm a mesma função dos dividendos: são uma fatia do lucro que uma empresa distribui aos seus sócios, uma forma de remuneração aos acionistas. A diferença é que as companhias pagam imposto antes de repartir dividendos. Já o JCP sai da base de cálculo do imposto, já que é um jeito de transformar lucro em despesa. Mais vantajoso para as empresas. 

Há meses, Haddad vem dizendo que o mecanismo ajuda grandes empresas a driblar o pagamento de tributos. Sua proposta inicial era extingui-lo, mas a ideia, claro, foi extremamente impopular no mercado. A ideia, agora, é mudar a forma que o JCP é taxado. Sem a inclusão da pauta na PL das offshores, ainda fica em aberto como isso deve rolar. 

Bons negócios!

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humorômetro: o dia começou sem tendência definida

Futuros do S&P 500: 0,01%

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Futuros do Nasdaq: -0,04%

Futuros do Dow Jones: 0,03%

*às 8h16

market facts

WeWork ameaça calote e ações derretem 24% em Nova York

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Na segunda-feira (2), a companhia de Nova York deveria ter pago US$ 92,5 milhões (cerca de R$ 475 mi) em juros de títulos de dívidas. Desse total, US$ 37,3 milhões seriam em dinheiro e US$ 57,9 milhões em títulos cambiários. 

Acontece que a companhia não pagou nem dinheiro, nem título, nem nada. Em nota enviada à SEC (a CVM dos EUA), ela confirmou que não realizou a quitação. Segundo a empresa, não é que ela não tenha a grana: a decisão de postergar o pagamento para o futuro é uma questão de “preservar caixa”.

Desde o começo do ano, a WeWork vem fechando escritórios e cortando funcionários para tentar aliviar as contas, mas a saída de seu presidente-executivo e diretor financeiro complicaram a tentativa de recuperação. A ascensão e queda da companhia virou até série da Apple (para quem não tem tempo de ver todos os oito episódios, mas quer entender o que rolou, vale a leitura desta matéria de 2020 da Você S/A).

A partir de agora, a companhia entra num período de 30 dias de carência antes da decisão ser declarada como calote. Na véspera, as ações chegaram a cair 24% na bolsa de Nova York. Os papéis fecharam em queda de 13,9%, cotados a US$ 2,54. Desde seu IPO, em outubro de 2021, a companhia perdeu 98% de seu valor de mercado.

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

9h15, EUA: relatório de empregos no setor privado (ADP) de setembro

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9h15, EUA: S&P Global divulga PMI composto final de setembro

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
          • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,25%
          • Londres (FTSE 100): 0,04%
          • Frankfurt (Dax): 0,10%
          • Paris (CAC): 0,26%

          *às 8h14

          Fechamento na Ásia
          (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
          • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): fechado por conta de feriado
          • Hong Kong (Hang Seng): -0,78% 
          • Bolsa de Tóquio (Nikkei): -2,28%
          Commodities
          (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
                • Brent: -1,63%, a US$ 89,44
                • Minério de ferro: feriado na China. Em Singapura, -0,90%, a US$ 115,45 por tonelada

                *às 8h10

                Vale a pena ler:
                (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

                Fim da Covid-19 (e do lucro das farmacêuticas)

                Desde o pico de valorização registrado em 2021, as ações da Pfizer caíram 46%. As ações da BioNTech caíram 75%; as da Moderna, 79%. Nem as ações das fabricantes menos conhecidas não saíram ilesas: os papéis da Novavax derreteram 97% no mesmo período.

                As empresas envolvidas na fabricação de vacinas contra a Covid-19 ainda não forneceram um plano de negócio sólido para investidores após a pandemia. Afetadas pela demanda imprevisível, esta reportagem do Financial Times mostra como as farmacêuticas estão tentando usar a grana extra das vacinas para tentar reverter sua sorte.

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