Continua após publicidade

Volta dos lockdowns na Europa derruba o mercado

Ibovespa cai 2,03% com o avanço global da Ômicron e o retorno das medidas de isolamento pelo mundo.

Por Alexandre Versignassi
20 dez 2021, 19h00


2021 está terminando com cara de 2020. A Holanda anunciou o fechamento de serviços não-essenciais até 14 de janeiro: nada de bar, restaurante, evento. Nem as festas caseiras de Natal escaparam: cada lar só vai poder receber até dois convidados. 

Na Irlanda, impuseram um toque de recolher para restaurantes e pubs: vão ter de fechar às 20h. No Reino Unido, Boris Johnson já anunciou que “não pretende descartar medida alguma para conter a Ômicron”. 

Nos EUA, a cidade de Nova York registrou um aumento de 80% nos novos casos. Washington, 200% – o que fez a capital dos EUA voltar a tornar obrigatório o uso de máscaras. Pior: o número de mortes por lá está em 1.280 na média móvel dos últimos sete dias, com picos de 2 mil (caso da última quinta-feira, 17).

Ou seja: o cenário aparentemente tranquilo no Brasil, com a média móvel de mortes consistentemente abaixo de 200, é algo que engana. E que pode não durar muito mais tempo. Se na saúde pública o pior ainda não chegou, não dá para dizer o mesmo sobre o mercado financeiro. 

O Ibovespa caiu 2,03% nesta segunda – estendendo as perdas da última sexta. Nos últimos dois pregões, o Índice caiu de 108,2 mil pontos para 105 mil. 

As maiores perdas estão nos setores que mais sofrem com lockdowns, como turismo (CVC caiu 8,43%; Gol, -4,24%; Azul, -3,58%) e shoppings (BR Malls, -6,90%). 

Continua após a publicidade

A turma das commodities também teve um dia péssimo. O petróleo caiu 3%, já que a iminência de novos lockdowns mina a demanda por combustíveis, e o tombo levou a reboque Petrobras (-2,86%) e PetroRio (-5,86%). 

Destaque de baixa também para as siderúrgicas/mineradoras, já que uma eventual freada na economia global não ajuda nas vendas de aço e de minério. Entre as maiores quedas nessa turma, CSN (-6,83%), Gerdau (-5,93%) e Usiminas (-5,60%). 

No fim do dia, só 4 das 92 ações do Ibovespa fecharam no azul. Duas delas (JBS Minerva), produtoras de carne (o setor de frigoríficos que passou bem pelas fases mais agudas de restrição, lá no início da pandemia – já que as pessoas não deixam de comer).

E a semana do natal começa nesse clima de eterno retorno, e com a sensação de que o ano que está por vir não será, ao menos no início, realmente novo.

  

Continua após a publicidade

Até amanhã.

    

 

Maiores altas

Eneva (ENEV3): 1,86%

Continua após a publicidade

Minerva (BEEF3): 1,52%

JBS (JBSS3): 1,27%

Braskem (BRKM5): 0,04%

Maiores baixas

CVC (CVCB3): -8,43%

Continua após a publicidade

Locaweb (LWSA3): -7,21%

BrMalls (BRML3): -6,90%

CSN (CSNA3): -6,83%

Ultrapar (UGPA3): -6,25%

Ibovespa: -2,03%, a 105.019 pontos

Continua após a publicidade

Em NY

S&P 500: -1,14%, a 4568 pontos

Nasdaq: -1,24%, a 14.980 pontos

Dow Jones: -1,23%, a 34.932 pontos

Dólar: 1,02%, a R$ 5,7431

Petróleo

Brent: -2,72%, a US$ 71,52

WTI: -2,98%, a US$ 68,61

Minério de ferro: 3,72%, a US$ 123,51 no Porto de Qingdao (China)

Publicidade