Semana de decisões sobre juros traz cautela aos mercados
Amanhã, Brasil e EUA definem política monetária e quinta, é a vez da zona do euro.

Bom dia!
A semana mais curta promete ser agitada. Amanhã, os bancos centrais daqui e dos Estados Unidos divulgam suas decisões de política monetária. Na quinta, será a vez do europeu BCE.
As apostas não são nada boas para o mercado de renda variável. A previsão é de manutenção da Selic em 13,75% ao ano para o desgosto do governo Lula e aumento de juros nos EUA e na zona do euro.
Segundo o monitoramento do CME Group, quase todo o mercado (96,2%) espera que a taxa americana suba 0,25 para 5,25% ao ano, mesmo com o fantasma da crise bancária rondando Wall Street. Por enquanto, pelo menos, investidores respiram aliviados após a compra da maioria dos ativos do falido First Republic Bank pelo JP Morgan.
E o ciclo de contração monetária tem mostrado seus efeitos. Na semana passada, o PCE (índice de preços para despesas com consumo pessoal) de março, termômetro inflacionário preferido do Fed, mostrou uma desaceleração (4,2%) maior do que a prevista (4,5%) em março, de 5,1% em fevereiro. Esta é a menor leitura desde maio de 2021.
Na Europa, se espera uma alta da mesma magnitude, para 3,75% ao ano. Por lá, a inflação segue alta. O CPI de abril divulgada nesta terça registrou leve alta, indo de 6,9% em março para 7%, dentro do previsto. O núcleo, que desconsidera os voláteis preços de alimentos e energia, porém, subiu um pouco menos do que o esperado: 5,6% contra 5,7%.
Já a China fica sem negociações até quinta-feira, por conta do feriado do Dia do Trabalho. No sábado, o PMI industrial do país caiu para a zona de contração (49,2 pontos) em abril, de 51,9 pontos em março e abaixo do consenso (51,4), preocupando investidores acerca da recuperação da economia chinesa, que tem mostrado forças na parte do consumo.
Bons negócios!

Futuros S&P 500: -0,14%
Futuros Nasdaq: -0,02%
Futuros Dow: -0,17%
*às 8h38

Buffett consegue bater o S&P 500?
O mercado financeiro acredita que a carteira de ações da Berkshire Hathaway vai superar o rendimento do S&P 500 nos próximos cinco anos, de acordo com uma pesquisa da consultoria Markets Live Pulse. Dos investidores profissionais consultados, 53,2% creem que o grupo de Warren Buffett vai bater o índice americano, e 33,3% acreditam que ele chegará bem perto. Já dentre os investidores pessoa física, as porcentagens são de 54,4% e 37,5%, respectivamente.
À medida que o mercado de ações segue instável e pouco atrativo pelo segundo ano consecutivo, os investidores parecem ter voltado suas apostas para a estratégia mais famosa do Oráculo de Omaha: o value investing, método de investir para o longo prazo em empresas com bons fundamentos e boa perspectiva de crescimento.
À frente da Berkshire desde 1970, Buffett costuma entregar aos acionistas uma rentabilidade média de 20% ao ano.

9h30 Presidente do Banco Mundial, David Malpass, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, e a representante comercial dos EUA, Katherine Tai, participam de evento em Washington;
10h Fernando Haddad tem audiência com o ministro André Mendonça, do STF;
11h Relatório sobre empregos nos EUA em março (Jolts);
11h encomendas à indústria americana em março;
17h30 estoques de petróleo nos EUA na semana até 31/03.

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,27%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,05%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,19%
Bolsa de Paris (CAC): -0,41%
*às 8h24

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): fechado para feriado
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,12%
Hong Kong (Hang Seng): 0,22%

Brent*: -0,24% a US$ 79,12 o barril
*às 8h41
Minério de ferro: 0,34%, a US$ 102,20 por tonelada em Singapura

Crise imobiliária à vista
Charlie Munger, sócio de Warren Buffett e vice-presidente da Berkshire Hathaway, disse que observa uma tempestade em formação no mercado imobiliário comercial dos EUA. Segundo ele, os bancos americanos emprestaram demais para negócios (como alguns escritórios corporativos e shoppings centers) que estão indo mal. E isso pode se tornar o problema para eles – mas nada na escala da crise de 2008, acredita Munger. Veja aqui a entrevista completa com o executivo, realizada pelo Financial Times.
CLT, 80 anos
Ontem, o Brasil comemorou o aniversário de 80 anos da CLT. Promulgada em 1943 por Getúlio Vargas, a lei acompanhou uma tendência internacional de regulamentação do mercado de trabalho, e tinha o objetivo de organizar as relações trabalhistas durante um período de industrialização e urbanização aceleradas no país. Oito décadas depois, ela continua sendo a principal lei trabalhista brasileira – apesar de ter perdido espaço com o aumento recorde de trabalhadores informais. Esta reportagem da BBC Brasil conta a história da criação da CLT, os percalços que passou até aqui e o que pode estar por vir nos próximos anos.

Após o fechamento do mercado: Ford, nos EUA, e Arezzo, Carrefour, Iguatemi, Intelbras, ISA CTEEP, Marcopolo e Raia Drogasil, no Brasil.