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Sem Nova York para ditar o ritmo, Ibovespa cai 0,10%

Com o feriado mantendo as bolsas americanas fechadas, o volume negociado no principal índice da B3 não chegou à metade da média do ano, que é de R$ 25,6 bi

Por Jasmine Olga
4 set 2023, 17h41

O investidor brasileiro ainda terá que esperar até quinta-feira para tirar o grito de #feriadou do peito, mas nos Estados Unidos a história é diferente. A semana começou com as bolsas fechadas para a celebração Dia do Trabalho, patrocinando um dia de volume de negociação mirrado nas bolsas globais. 

Sem a referência dos índices de Wall Street, o Ibovespa passou a maior parte do dia próximo do zero a zero, até fechar a sessão em queda de 0,10%, aos 117.776 pontos. Na B3, o volume transacionado não chegou a metade da média do ano — R$ 11,9 bilhões. 

A maior parte das negociações rolou na parte da manhã e o Ibovespa conseguiu sustentar um movimento tímido de alta, de carona com as ações da Vale (VALE3) e das siderúrgicas na bolsa (CSNA3, USIM5 e GGBR4). 

Isso porque as boas novas da China deram sobrevida aos ativos mais correlacionados às idas e vindas da segunda maior economia do mundo. Segundo informações da Bloomberg, as tentativas do governo de evitar uma crise ainda maior no setor imobiliário começam a surtir efeito. O interesse por novas casas disparou e a venda de imóveis dobraram de uma semana para a outra. 

A notícia é boa para o setor de commodities, principalmente as metálicas, e ajudou o dólar à vista a fechar o dia em queda de 0,12%, a R$ 4,93. 

Mas não deu para o Ibovespa. Depois de acumular ganhos de 1,7% na semana passada, o dia fraco garantiu uma segunda-feira no vermelho.  

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BEEF3 (4,56%)

A Minerva conseguiu escapar do resultado mirrado do Ibovespa: alta de 4,56%%, o melhor desempenho do dia dentro do Ibov. Nos últimos 30 dias, a queda é de 15,7%. 

Se na semana passada as ações despencaram após a companhia anunciar a aquisição de um pedaço da operação da Marfrig na América do Sul por R$ 7,5 bilhões, hoje a segunda-feira foi de forte recuperação para os papéis, ainda de olho na transação que promete aumentar o caixa da Minerva em até 45% no longo prazo. 

É que a companhia parece ter dado o primeiro passo para garantir o pagamento da nova compra sem pressionar o caixa da empresa — uma emissão de US$ 1 bilhão em títulos de dívida no exterior. 

A Minerva ainda não fez nenhum anúncio oficial sobre a operação, mas já iniciou a apresentação da proposta para investidores estratégicos e agências de classificação de riscos — a Fitch e a S&P emitiram pareceres sobre a proposta de emissão externa, ambas com nota “BB”. De acordo com a S&P, o rating é dado para ativos menos vulneráveis no curto prazo, mas que ainda enfrentam incertezas com relação às condições de negócio e saúde financeira. 

EZTC3 (-2,08%), CYRE3 (-1,45%), MRVE (-1,61%) 

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Na ponta contrária do índice, o destaque negativo desta segunda-feira ficou com o setor de construção, principalmente Eztec (-2,08%), MRV (-1,61%) e Cyrella (-1,45%). 

Com o volume baixo, sobrou espaço para um pessimismo vindo de Brasília. Depois de uma suspensão de 90 dias, o ministro Kassio Nunes Marques devolveu o processo de revisão da correção monetária paga pelo FGTS aos trabalhadores, e o julgamento pode ser retomado. 

Desde 1990, o fundo paga o valor da Taxa Referencial mais juros de 3% ao ano, mas há quem defenda que o índice utilizado deva ser a inflação oficial, o IPCA. 

Embora a mudança possa ser considerada um ganho para os trabalhadores — já que não é raro que o valor pago fique abaixo da inflação —, ela é ruim para as construtoras, principalmente aquelas com projetos financiados pelo Minha Casa, Minha Vida. 

Acontece que se o FGTS rende mais para o trabalhador, isso quer dizer que o custo do crédito do financiamento imobiliário que usa esse recurso aumenta junto. E aí tanto o financiamento às construtoras quanto o de quem compra a casa própria com recursos do fundo pode aumentar. Na prática, o que as construtoras alegam é que isso pode reduzir tanto a oferta quanto a demanda por moradias no futuro.

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A semana é mais curta, mas a retomada das negociações em Nova York amanhã deve injetar fôlego novamente nos negócios. 

Até mais!

MAIORES ALTAS

Minerva (BEEF3): 4,56%

Locaweb (LWSA3): 2,75%

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IRB (IRBR3): 3,72%

BRF (BRFS3): 3,31%

Assaí (ASAI3): 3,29%

 

MAIORES BAIXAS

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Magazine Luiza (MGLU3): 2,80%

Yduqs (YDUQ3): -2,56%

Cogna (COGN3): -2,33%

Eztec (EZTC3): -2,08%

MRV (MRVE3): -1,61%

Ibovespa: 0,10%, aos 117.776 pontos. 

Em Nova York: bolsas fechadas por conta do feriado do Dia do Trabalho

Dólar: – 0,12%, a R$ 4,93. 

Petróleo

Brent: 0,51%, a US$ 89 por barril

Minério de ferro: 0,55%, a US$ 117,80

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