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Sai home broker, entra cerveja: negócios na bolsa caem 20% em dia de jogo do Brasil

Liquidez despencou nos pregões do feriado não oficial em 2018 e 2022, mostra levantamento.

Por Bruno Carbinatto
2 dez 2022, 14h20

Jogo do Brasil na Copa é quase um feriado não oficial, você sabe – menos para a bolsa de valores, que continua operando normalmente apesar da paixão nacional. Não significa que investidores dediquem à mesma atenção ao home broker no período, pelo contrário. Nos dias em que a seleção brasileira entra em campo, os negócios na bolsa caem 20%, segundo um levantamento da plataforma TradeMap.

O cálculo foi feito com base nos dois primeiros jogos do Brasil na fase de grupos de 22 (contra Sérvia e Suíça) e também considerando as partidas da Copa de 2018, na Rússia. 

Na média, o volume negociado, considerando o Ibovespa, soma R$ 18,7 bilhões por dia desde que a Copa do Qatar começou. No jogo contra a Suíça, dia 28, esse valor caiu para R$ 15,3 bilhões (-18%). Contra a Sérvia, foi para R$ 14,1 bilhões – queda de 24,5%. Em média, então, a B3 teve pregões 21% menores.

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E nem é só em jogo do Brasil que a liquidez cai, diga-se .Em um dia normal de 2022, o volume médio negociado foi de R$ 25,4 bi – 26,4% maior do que os  R$ 18,7 bi diários desde o início da Copa. Ou seja: basta a bola rolar, independente do time, para uma fatia dos investidores deixarem os negócios de lado.

Esse padrão também se repete quando olhamos para 2018. Naquele ano, a média negociada durante o período da Copa foi de R$ 8,7 bilhões – e caiu para R$ 6,9 bilhões nos quatro dias úteis que o Brasil entrou em campo, um tombo de 20,7%. 

Nos dias normais, sem Copa, o volume médio de 2018 atingiu R$ 10,8 bi – 19% maior – reforçando o impacto do campeonato como um todo nos pregões (os valores totais são menores do que em 2022 porque, nestes quatro anos, a B3 ganhou mais de quatro milhões de contas).

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O horário dos confrontos parece influenciar. A queda no volume do jogo da Sérvia foi maior porque a partida aconteceu às 16h de Brasília, pouco antes do fechamento do pregão (que ocorre às 18h). Contra a Suíça, os jogadores entraram em campo às 13h. 

Na Copa da Rússia aconteceu a mesma coisa: jogos que começaram mais cedo tiveram menor impacto na liquidez daquele dia do que os que aconteceram nas últimas horas das negociações. No único jogo que começou antes da abertura do mercado, às 9h, foi pouca a diferença no total negociado em relação à média do período.

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