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Petróleo sobe 8%, e vai a US$ 105 com o início da guerra

Chance real de um embargo ao petróleo russo faz o preço do barril explodir. Bolsas desabam.

Por Alexandre Versignassi, Guilherme Jacques
Atualizado em 24 fev 2022, 15h15 - Publicado em 24 fev 2022, 08h37
Tanque russo na cidade de Chuhuiv, leste da Ucrânia e fora das regiões separatistas, na manhã desta quinta.
Tanque russo na cidade de Chuhuiv, leste da Ucrânia e fora das regiões separatistas, na manhã desta quinta. (Anadolu Agency/Getty Images)

Na madrugada de hoje, Putin anunciou na TV que tinha decido “levar adiante uma ‘operação militar especial’ na Ucrânia. Era um eufemismo para “a guerra começou”. 

Logo após a fala, foram registradas explosões não apenas nas regiões separatistas, mas também em Kiev, a capital, que teve seu aeroporto bombardeado; e em Kharkiv, a segunda maior cidade do país.

Oleksiy Reznikov, ministro da defesa da Ucrânia, disse que qualquer cidadão que queira colaborar na luta contra a Rússia receberá armas – basta apresentar um passaporte ucranianio.  

O espaço aéreo ucraniano foi evacuado:

espaço aéreo ucrânia
“KBP” é o código do aeroporto de Kiev (FlightAware/Reprodução)

Após os bombardeios ao aeroporto, formaram-se congestionamentos nas vias de saída de Kiev, filas em postos de gasolina, supermercados e agências de banco. 

Pânico nas ruas, pânico no mercado. As bolsas Europeias caíam 4% nesta manhã. O S&P 500 abriu 2,5% negativo. 

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O Petróleo sobe 8%, a R$ 105, já que a chance de um embargo internacional ao óleo russo agora é real. Os russos são responsáveis por 11% das exportações globais da commodity, quase o mesmo tanto da líder Arábia Saudita (13%). 

Só a expectativa de uma baixa na oferta já faz o preço aumentar. Se o embargo vier, será ainda pior. Petróleo mais caro faz subir o preço de todos os produtos, já que eleva os custos de transporte. Ou seja: uma pressão extra, e gigantesca, sobre a inflação global. 

Uma saída de emergência seria acabar com outro embargo, aquele contra o petróleo iraniano, em retaliação ao programa nuclear que o país toca há anos (e que pode resultar no desenvolvimento de uma bomba atômica). Os EUA proibiram a compra de óleo do Irã (ou seja, os países que fizerem isso correm o risco de sofrer retaliações comerciais dos americanos). 

As conversas do Ocidente com o Irã, visando uma freada no programa nuclear em troca da queda do embargo, estão adiantadas. Chegou a hora de resolver essa conversa de uma vez, mesmo que de forma temporária.

No Ibovespa, que abriu os trabalhos em baixa de 2%, a 3R Petroleum operava em alta de mais de 3% nesta tarde, subindo na esteira da commodity; PetroRio ficava nos 0,5; já a Petrobras caía 3,5% – mesmo após ter divulgado um dividendo monstruoso ontem à noite – veja mais abaixo, nos Market Facts.

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[conteúdo atualizado a partir do post Abertura de Mercado, publicado originalmente às 8h40]

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

S&P 500: -2,49%

Futuros Nasdaq: -3,19%

Futuros Dow: -2,34%

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*às 10h15

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -4,79%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): -5,09%

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Bolsa de Paris (CAC): -4,73%

*às 10h00

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Commodities

Brent: 8,34%, a US$ 105,05*

*às 10h00

 

market facts

Dividendos da Petrobras

A Petrobras anunciou na quarta (24) à noite mais R$ 37,3 bilhões em dividendos, relativos ao 4T21. Com isso, o total de proventos de 2021 vai a R$ 101,4 bilhões. Dá R$ 7,77 por ação. Como cada ação, no momento, custa R$ 34, estamos falando num rendimento brutal de 22% – algo que nem a renda fixa da Selic de dois dígitos faz por você.   

No 4T21, o lucro líquido da companhia caiu 47,4%, a R$ 31,5 bilhões. Apesar disso, o lucro anual foi recorde: R$ 106,6 bi, o que representa um crescimento de 1.400% ante o registrado em 2020.

O governo federal, dono de 4,79 bilhões de ações da Petro (36,75%), receberá um total de R$ 37 bilhões em dividendos relativos ao ano passado. 

 

 

Temporada de balanços

Após o fechamento do mercado, saem os resultados da Vale, Braskem, AES Brasil, Americanas, BK Brasil, CCR, Grendene, Randon, Grupo SBF, Hypera e JHSF.

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