Petróleo sobe 8%, e vai a US$ 105 com o início da guerra
Chance real de um embargo ao petróleo russo faz o preço do barril explodir. Bolsas desabam.
Na madrugada de hoje, Putin anunciou na TV que tinha decido “levar adiante uma ‘operação militar especial’ na Ucrânia. Era um eufemismo para “a guerra começou”.
Logo após a fala, foram registradas explosões não apenas nas regiões separatistas, mas também em Kiev, a capital, que teve seu aeroporto bombardeado; e em Kharkiv, a segunda maior cidade do país.
Oleksiy Reznikov, ministro da defesa da Ucrânia, disse que qualquer cidadão que queira colaborar na luta contra a Rússia receberá armas – basta apresentar um passaporte ucranianio.
O espaço aéreo ucraniano foi evacuado:
Após os bombardeios ao aeroporto, formaram-se congestionamentos nas vias de saída de Kiev, filas em postos de gasolina, supermercados e agências de banco.
Pânico nas ruas, pânico no mercado. As bolsas Europeias caíam 4% nesta manhã. O S&P 500 abriu 2,5% negativo.
O Petróleo sobe 8%, a R$ 105, já que a chance de um embargo internacional ao óleo russo agora é real. Os russos são responsáveis por 11% das exportações globais da commodity, quase o mesmo tanto da líder Arábia Saudita (13%).
Só a expectativa de uma baixa na oferta já faz o preço aumentar. Se o embargo vier, será ainda pior. Petróleo mais caro faz subir o preço de todos os produtos, já que eleva os custos de transporte. Ou seja: uma pressão extra, e gigantesca, sobre a inflação global.
Uma saída de emergência seria acabar com outro embargo, aquele contra o petróleo iraniano, em retaliação ao programa nuclear que o país toca há anos (e que pode resultar no desenvolvimento de uma bomba atômica). Os EUA proibiram a compra de óleo do Irã (ou seja, os países que fizerem isso correm o risco de sofrer retaliações comerciais dos americanos).
As conversas do Ocidente com o Irã, visando uma freada no programa nuclear em troca da queda do embargo, estão adiantadas. Chegou a hora de resolver essa conversa de uma vez, mesmo que de forma temporária.
No Ibovespa, que abriu os trabalhos em baixa de 2%, a 3R Petroleum operava em alta de mais de 3% nesta tarde, subindo na esteira da commodity; PetroRio ficava nos 0,5; já a Petrobras caía 3,5% – mesmo após ter divulgado um dividendo monstruoso ontem à noite – veja mais abaixo, nos Market Facts.
[conteúdo atualizado a partir do post Abertura de Mercado, publicado originalmente às 8h40]
S&P 500: -2,49%
Futuros Nasdaq: -3,19%
Futuros Dow: -2,34%
*às 10h15
Índice europeu (EuroStoxx 50): -4,79%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -3,20%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -5,09%
Bolsa de Paris (CAC): -4,73%
*às 10h00
Brent: 8,34%, a US$ 105,05*
*às 10h00
Dividendos da Petrobras
A Petrobras anunciou na quarta (24) à noite mais R$ 37,3 bilhões em dividendos, relativos ao 4T21. Com isso, o total de proventos de 2021 vai a R$ 101,4 bilhões. Dá R$ 7,77 por ação. Como cada ação, no momento, custa R$ 34, estamos falando num rendimento brutal de 22% – algo que nem a renda fixa da Selic de dois dígitos faz por você.
No 4T21, o lucro líquido da companhia caiu 47,4%, a R$ 31,5 bilhões. Apesar disso, o lucro anual foi recorde: R$ 106,6 bi, o que representa um crescimento de 1.400% ante o registrado em 2020.
O governo federal, dono de 4,79 bilhões de ações da Petro (36,75%), receberá um total de R$ 37 bilhões em dividendos relativos ao ano passado.
Após o fechamento do mercado, saem os resultados da Vale, Braskem, AES Brasil, Americanas, BK Brasil, CCR, Grendene, Randon, Grupo SBF, Hypera e JHSF.