Receio ao Fed e a balanços de big techs derruba futuros americanos

Nem FMI otimista e dados positivos da Europa animam mercados nesta terça.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h42 - Publicado em 31 jan 2023, 08h37
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

A ansiedade domina os mercados nesta terça, véspera da decisão de política monetária nos Estados Unidos e da divulgação dos balanços das big techs. Por mais que um ajuste de 0,25 ponto percentual seja dado como certo, o que preocupa mesmo é o que o presidente do banco central americano irá falar ao comunicar a decisão que deve elevar a Selic deles para 4,75% ao ano.

Dificilmente Jerome Powell sinalizará que o pico da inflação já passou e que os juros não precisam subir mais. O Fed já se mostrou e reafirmou cauteloso no combate à alta dos preços. E, o tamanho da cautela pode determinar a força de uma possível recessão no país ainda este ano.

Outro fator que assusta investidores é o que pode vir nos balanços das big techs do quarto trimestre. Amanhã, Meta divulga seus números após anunciar a demissão de 13% de sua força de trabalho.

Às 8h30, o índice futuro do S&P 500 recua 0,48%.

Nem mesmo uma melhora nas previsões do FMI para a economia fez efeito. A estimativa é que a economia global cresça 2,9%, ante a previsão anterior de 2,7%. A melhora se deve à expectativa que a inflação irá ceder este ano.

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“Tivemos alguns bons resultados [de inflação], mas é muito cedo para realmente declarar vitória”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI ao Yahoo Finance. Ele afirmou ainda que subir os juros americanos para além de 5% este ano parece adequado.

Para os EUA, a estimativa para o PIB deste ano melhorou de 1,0% para 1,4%, e a de 2024 foi de 1,2% para 1,0%. 

No caso do Brasil, o FMI agora projeta crescimento de 1,2% em 2023, ante 1% anteriormente. Para 2024, a previsão caiu de 1,9% para 1,5%.

A mais significativa melhora foi a da aposta para o PIB chinês deste ano, que foi de 4,4% para 5,2%, com manutenção da estimativa para 2024 em 4,5%.

Por lá, o fim do lockdown parece já estar dando resultado na economia. O PMI (sigla em inglês para Índice dos Gerentes de Compras) industrial oficial avançou de 47,0 pontos em dezembro para 50,1 em janeiro. A faixa de 50 pontos é o que separa um setor da contração (abaixo de 50) e expansão (acima de 50). Ou seja, a indústria chinesa voltou a crescer. Mas menos que o esperado (50,4 pontos). Já o PMI dos demais setores veio acima do esperado (52) saltando de 39,4 em dezembro para 54,4 em janeiro.

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Dados surpreendentemente positivos também vieram da Europa. Na primeira leitura, o PIB da Zona do Euro subiu 1,9% no quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2021, acima da projeção de 1,7%.

Como nem tudo são flores, as vendas no varejo alemão tombaram 5,3% em 

dezembro. O esperado era crescimento de 0,2%.

Por enquanto, o mercado está vendo o copo meio vazio.

Bons negócios!

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros do S&P 500: -0,48%

Futuros do Dow Jones: -0,40%

Futuros do Nasdaq: -0,67%

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*às 8h30

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Raízen diz adeus a acionista francês 

Segundo informações do Brazil Journal, a companhia francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC) deve vender todos os seus papéis da Raízen na quarta-feira, em uma operação conhecida como block trade (quando um grande número de ações é negociado em bloco e fora do mercado aberto). Atualmente, a LDC tem 330 milhões de ações da gigante brasileira de energia. O número equivale a apenas 3,5% do capital da Raízen, mas é quase 25% das ações em circulação na bolsa de valores. 

O mercado não encarou a negociação com bons olhos: depois do anúncio, as ações RAIZ4 caíram 4,97%, a R$ 3,25. 

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Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brasil, 9h: Febraban recebe os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Carlos Favaro (Agricultura) e Esther Dweck (Gestão e Inovação Pública), além do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante

Alemanha, 10h: CPI preliminar de janeiro

EUA, 11h45: PMI de janeiro

EUA, 12h: índice de confiança do consumidor de janeiro

Brasil, 13h30: Caged de dezembro e 2022 

Japão, 21h30: PMI industrial final de janeiro

China, 22h45: PMI industrial de janeiro (S&P Global/Caixin)

Europa
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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,74%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,96%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,78%

Bolsa de Paris (CAC): -0,71%

*às 8h16

Fechamento na Ásia
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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,06%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,39%

Hong Kong (Hang Seng): -1,03%

Brent*: -1,25%, a US$ 83,44

Minério de ferro:  -1,31%, a US$ 128,21 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

*às 8h33

Vale a pena ler:
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A flop era do Goldman Sachs 

No último dia 17, o Goldman Sachs divulgou seus resultados para o quarto trimestre de 2022: lucro de US$ 1,3 bilhões, uma queda de 66% em relação ao ano anterior. Alguns dias antes, o banco anunciou uma demissão em massa de 6% de sua força de trabalho. A crise por lá consegue ser mais acentuada do que a média do setor financeiro – que, graças à alta dos juros e à paralisia do mercado de ações, teve um 2022 de cão. Quem olha para o Goldman Sachs desidratado de agora não imagina que, há pouco mais de uma década, a instituição era apelidada de “grande lula vampira enrolada no rosto da humanidade” por um artigo da revista Rolling Stone. Nesta reportagem, a The Economist explica de onde vem a crise do banco. 

O dilema político da Tesla

Elon Musk gosta de se posicionar nas redes sociais como uma voz do conservadorismo americano. Em sua conta pessoal do Twitter, ele defende a posse de armas de fogo, propaga teorias da conspiração anti-vacina e conversa com seu público de orientação política semelhante. Não pega bem para uma forte base de compradores da Tesla: progressistas que procuraram a marca de carros elétricos por sua preocupação com o meio ambiente – pauta que os conservadores norte-americanos costumam se distanciar. Esta reportagem da  BBC News, republicada pela Folha, conta essa história. 

Temporada de balanços
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Nos EUA: Caterpillar, ExxonMobil, General Motors, International Paper, McDonald’s e Pfizer, antes da abertura do mercado

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