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Por que o payroll de hoje é tão importante para Wall Street

Investidores vêm apostando em um corte nos juros americanos já em março de 2024. O otimismo está exagerado? A resposta está no mercado de trabalho.

Por Bruno Carbinatto
8 dez 2023, 08h25

Bom dia!

Hoje o dia tem hora marcada para começar de verdade. É às 10h30, quando o Departamento do Trabalho dos EUA divulgará o payroll de novembro. Esse é o relatório oficial de emprego no país, que traz o número de novas vagas, a taxa de desemprego e o crescimento dos salários dos americanos.

E ele é tão importante porque vai servir para Wall Street calibrar as próprias apostas sobre os juros americanos – e tentar entender se o otimismo recente é exagerado ou não. Não só para Wall Street, é claro, mas também para o Brasil, já que a taxa americana dita o ritmo da economia mundial.

Hoje, metade das apostas acompanhadas pela ferramenta FedWatch, do CME Group, apontam para uma redução na taxa básica americana já em março de 2024. É uma visão otimista, que contrasta com as próprias sinalizações do Fed – dirigentes até concordam que novas altas provavelmente estão fora de cogitação, mas consideram prematuro já falar em cortes.

A visão que prevalece é que a política do banco central já é restritiva o suficiente para combater a inflação. E que, por isso, pode-se vislumbrar o corte dos juros mais cedo. 

O que define isso é justamente a força do mercado de trabalho – e por isso o payroll é tão aguardado. As previsões dos economistas falam em 190 mil novas vagas em novembro, com a taxa de desemprego estável em 3,9%. Já os salários devem ter aumento de 0,3%.

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Se o relatório vier mais fraco, crescem as chances de Wall Street fazer a festa – afinal, reforça a tese dominante. Se vier mais forte, reacende o medo de um Fed mais hawkish, já que um mercado de trabalho muito aquecido significa também mais inflação.

Antes do payroll, dois outros relatórios de empregos, menores e menos relevantes, já mostraram dados abaixo do esperado, apontando para um cenário de mercado mais enfraquecido.

Até ter a confirmação do payroll, porém, investidores aguardam na corda bamba. Os futuros americanos amanheceram nesta sexta-feira próximos à estabilidade.

Por aqui, a agenda é esvaziada, mas um outro fator entra na jogada: as commodities. Hoje é dia de nova alta no minério de ferro, que sobe 2,39% na China – e vem de uma longa e gradual trajetória de alta, na expectativa de que os estímulos à economia chinesa vão fazer a demanda bombar.

Já o petróleo, que está num caminho de queda, busca uma recuperação hoje, com o Brent subindo 1,7%. Deve fechar a semana, no entanto, em queda – o sétimo tombo semanal seguido para o barril.

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Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: 0,06%

Futuros Nasdaq: -0,04%

Futuros Dow Jones: 0,07%

*às 8h12

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Agenda

10h30 Departamento do Trabalho dos EUA divulga payroll de novembro

22h Dados de inflação da China

Europa

                • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,73%
                • Londres (FTSE 100): 0,38%
                • Frankfurt (Dax): 0,23%
                • Paris (CAC): 0,82%

                *às 8h14

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                Fechamento na Ásia

                  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,24%
                  • Hong Kong (Hang Seng): -0,07% 
                  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,68%

                  Commodities

                                              • Brent*: 1,66%, a US$ 75,28
                                              • Minério de ferro: 2,39%, cotado a US$ 134,89 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

                                              *às 8h04

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