Placar de setembro: Ibovespa 0,71% X -4,85% S&P 500

Alta de 6,7% do petróleo no mês garante Ibovespa positivo. Nesta sexta, alívio na inflação americana dá uma força extra.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 29 set 2023, 18h52 - Publicado em 29 set 2023, 17h37
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 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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O maior combustível para a alta de hoje no Ibovespa veio de fora: a inflação americana medida pelo PCE desacelerou (mais sobre ela adiante). Isso traz algum alívio nas perspectivas para os juros, e acaba dando uma força para a renda variável. Foram 0,72% nesta sexta. E o Ibovespa encerra o mês no azul, em 0,71%.

Achou pouco? Diante do exterior, é uma vitória. O S&P 500 acumulou uma queda de 4,85% em setembro. Nesta sexta, o índice gringo até tentou pegar uma carona no PCE, abrindo em alta de quase 1%. Mas o clima pesado do mês prevaleceu. E o S&P 500 fechou em cabisbaixos -0,27%. A Nasdaq, ao menos, ficou no positivo (0,14%). No mês, porém, foram -5,80%.   

A vantagem do Ibovespa sobre NY vem em grande parte da alta do petróleo no mês (6,7% para o Brent). Isso catapultou as ações da Petrobras, que viveram uma alta próxima de 10% em setembro. Como PETR3 e PETR4 representam 12% do Ibovespa, foi uma mão e tanto. 

Lá fora, onde as petroleiras não apitam tanto, vale mais o efeito deletério das altas do petróleo, já que elas puxam a inflação para cima. Falando em inflação, aliás, vamos ao PCE.       

Inflação americana 

O PCE de agosto ficou em 0,4%. Acima dos 0,2% de julho, mas aquém da expectativa do mercado, que apontava para mais pessimistas 0,5%. Na comparação anual, caiu levemente, de 3,5% para 3,4%

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Mas este não é o índice que o Fed olha com mais atenção na hora de tecer sua política de juros. O mais importante é o núcleo do PCE, que exclui os preços alimentos e combustíveis – pois esses variam mais ao sabor do clima e da geopolítica do que de acordo com as taxas de juros do banco central. 

E o núcleo do PCE veio em 0,1% – também mais dócil do que as expectativas, que apontavam para 0,2%, tal como tinha vindo em julho. É o menor ritmo desde dezembro de 2020 (quando o índice ficou em 0%). 

Na comparação anual, a queda foi mais pronunciada do que no PCE “cheio”: de 4,2% em julho para 3,9% em agosto. 

Juros só existem para controlar a inflação (não houvesse esse empecilho da natureza financeira, os bancos centrais deixariam em 0% para sempre e tudo certo). Um índice de preços mais comportado, então, reduz as expectativas de alta nos juros americanos, hoje em 5,5%.

De acordo com a pesquisa contínua da CME, a bolsa mercantil de Chicago, as apostas na determinação de um novo aumento na próxima reunião do Fomc (o Copom deles) caíram de 19% para 14%. O grosso do mercado segue prevendo a manutenção: 86% hoje, versus 81% ontem, antes do PCE.  

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A tendência dos juros americanos, seja ela qual for, contagia imediatamente a dos nossos. O DI futuro caiu por toda a curva temporal (que abrange contratos com apostas de como a Selic estará em 2024, 2025, 2026… 2033). 

DI futuro em baixa diminui os juros dos títulos IPCA+. O 2035 cedeu de 5,79% para 5,70%. Juro menor significa valorização do papel. Nesse caso, a alta foi de 1% – forte para essa classe de ativos. Por outro lado, quedas nos juros dos títulos públicos trazem mais dinheiro para a renda variável. Daí a forcinha que o Ibovespa ganhou nesta sexta-feira.

Não foram só os juros que ajudaram, de qualquer forma. Hoje saiu a PNAD Contínua do IBGE, e ela mostrou mais um recuo na taxa de desemprego. Ela está em 7,8% no trimestre encerrado em agosto – ante 7,9% da leitura anterior (a do período entre maio e julho). 

Trata-se do nível mais baixo desde fevereiro de 2015. O menor desde o início da série histórica (que começou e 2002) foi de 4,3%, entre o final de 2013 e o início de 2014, quando o país crescia com força – só para comparar. 

Na bolsa, a combinação de juros futuros em baixa e de emprego em alta foi uma mão na roda para as varejistas, tão cansadas de guerra. Casas Bahia (BHIA3) fechou em 6,78%. Magalu (MGLU3), em 4,39%. Pão de Açúcar (PCAR3), 5,06%. 

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Bom fim de semana, e até outubro!

 

MAIORES ALTAS

Casas Bahia (BHIA3): 6,78%

Hapvida (HAPV3): 5,37%

IRB Brasil (IRBR3): 5,12%

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Pão de Açúcar (PCAR3): 5,06%

Magalu (MGLU3): 4,39%

 

MAIORES BAIXAS

CVC (CVCB3): -3,02%

Natura (NTCO3):-2,01%

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BB Seguridade (BBSE3): -1,26%

Eztec (EZTC3):-1,05%

CPLF Energia (CPFE3):-1,00%

 

Ibovespa: 0,72%, a 116.565 pontos. Na semana, 0,48%

 

Em Nova York

Dow Jones: -0,47%, a 33.508 pontos

S&P 500: -0,27%, a 4.288 pontos

Nasdaq: 0,14%, a 13.219 pontos

 

Dólar: -0,26%, a R$ 5,02. Na semana, 1,91%

 

Petróleo

Brent: -0,97%, a US$ 92,2 o barril. Na semana, 0,26%

WTI: -1%, a US$ 90,79 o barril. Na semana, 0,94%.

 

Minério de ferro: feriado nacional na China (bolsa de Dalian fechada).

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