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Petróleo volta a valer US$ 90 e derruba bolsas. Petrobras se dá bem: PETR4 +3,34%

Arábia Saudita e Rússia anunciaram que vão prolongar a redução na oferta de petróleo. Medida desanimou S&P 500 (-0,42%), que teme insistência da inflação.

Por Camila Barros
Atualizado em 5 set 2023, 17h57 - Publicado em 5 set 2023, 17h57

Nada mais perigoso do que uma decisão provisória se tornar permanente. Nesta terça, a Arábia Saudita e a Rússia anunciaram que vão prorrogar a decisão de reduzir a oferta de petróleo, em vigor desde julho. O prazo inicial era de que o ajuste terminasse em setembro – agora, ele vai (pelo menos) até dezembro.

A Arábia Saudita – que é a segunda maior produtora da commodity no mundo, depois dos EUA – vai fornecer 1 milhão de barris por dia (bpd) a menos pelos próximos três meses. Já a Rússia, terceira maior exportadora, vai diminuir a produção em 300 mil bpd. 

A decisão é unilateral. Isso quer dizer que os países não orquestraram o corte com a OPEP+, a organização de países exportadores de petróleo. Juntos, eles representam 40% de toda a produção da commodity. Com o corte, ambos buscam encarecer os barris, que já vêm uma trajetória de alta  – desde junho, a alta é de 20%. 

Com a notícia, a cotação do Brent, que amanheceu em queda, deu a volta e subiu 1,17%, a US$ 90,04. Maior valor desde novembro de 2022. 

A nova redução reacende o medo de que a inflação americana (e global) perdure por mais tempo do que o esperado, já que a alta do petróleo deve refletir no preço da gasolina nos postos de combustível. No fim, caímos naquele receio de sempre: o de que os juros altos demorem mais a cair, e continuem atravancando a renda variável por mais tempo do que o planejado. O S&P refletiu o pessimismo e fechou em queda de 0,42%. 

Mais cedo, dados do PMI chinês, que mede o desempenho da economia do país, já haviam contribuído para que as bolsas ocidentais acordassem cabisbaixas. No gigante asiático, o PMI recuou de 54,1 em julho para 51,8 em agosto. Não é de todo mal: acima de 50 pontos, o indicador mostra expansão na economia. Só que esse foi o pior resultado do ano – o que ajudou a reforçar a tese de que o país perdeu seu fôlego de Michael Phelps no crescimento econômico. 

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PETR4: 3,34%

Por aqui, o Ibovespa acompanhou o mau humor do exterior. Das 86 ações que compõem o índice, 72 fecharam em queda. Mas a coisa não foi tão catastrófica assim: entre altas e baixas ao longo do dia, o saldo do dia foi de queda de 0,38%. 

E olha que as blue chips (jargão pras ações com mais peso na bolsa) não ajudaram: VALE3, de mal com a China, fechou a -0,43%. E os bancões também não se deram bem, com Itaú a -1,50%, Santander, -1,14, e Bradesco, -2,15%. 

Por que, então, o Ibovespa não caiu mais? Porque tinha a Petrobras puxando pro lado contrário. A maior alta do dia PETR3 saltou 4,59%; PETR4, também nas maiores altas, subiu 3,34%. 

Claro: a redução da oferta global de petróleo é boa notícia para o caixa da companhia, que se beneficia dos preços mais altos.

Suas colegas de setor também aproveitaram o dia: RRRP3 subiu 1,13% e PRIO3, +1,89%. Só a Petrorecôncavo (RECV3), que passou a integrar o Ibovespa ontem, não acompanhou a alta: -5,49%. 

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Até amanhã!

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MAIORES ALTAS

Petrobras ON (PETR3): 4,59%

Assaí (ASAI3): 4,24%

Raízen (RAIZ4): 3,89%

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Petrobras PN (PETR4): 3,34%

São Martinho (SMTO3): 1,96%

MAIORES BAIXAS

Via (VIIA3): -7,14%

CVC (CVCB3): -5,81%

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Petroreconcavo (RECV3): -5,49%

Vamos (VAMO3): -5,25%

Azul (AZUL4): -4,86% 

Ibovespa:  -0,38%, aos 117.331 pontos.

Em Nova York

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S&P 500: -0,42%

Nasdaq: -0,08%

Dow Jones: -0,56%

Dólar: 0,82%, a R$ 4,97

Petróleo

Brent: 1,17%, a US$ 90,04 por barril

WTI: 1,33%, a US$ 86,69 por barril

Minério de ferro: -0,59% a US$ 115,90 em Dalian

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