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Petróleo sobe 2%, e PETR4, PETR3, PRIO e RECV3 salvam Ibovespa do buraco

Bolsa brasileira fecha em alta de 0,12%. Juro de 10 anos da dívida americana sobe ao maior patamar desde 2007. Títulos Tesouro IPCA+ voltam a pagar 6%.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 27 set 2023, 17h44 - Publicado em 27 set 2023, 17h42
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 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Os ânimos de investidores já vinham exaltados desde a semana passada, quando o Fed decidiu apontar para juros mais altos e por ainda mais tempo nos Estados Unidos. Uma semana depois, eles entraram numa pororoca, sugados por uma nova subida nos preços do petróleo.

Nesta quarta, o barril do brent para dezembro subiu 2,09%, a US$ 94,36, após os Estados Unidos mostrarem estoques mais apertados da commodity. O vencimento para novembro, acompanhado pela Bloomberg, fechou acima de US$ 96, marca que não era alcançada há um ano.

Os dados mostram que o estoque do petróleo WTI (o tipo produzido nos EUA) em Cushing, uma cidadezinha em Oklahoma que serve como grande tanque de reserva, caiu abaixo de 22 milhões de barris, nível perto de seu mínimo operacional. O WTI subiu e puxou junto o preço do Brent.

Acontece que o petróleo é um elemento central na formação da inflação global, dado que tudo o que se produz e se movimenta pelo planeta demanda combustível. E o repique nos preços dos petróleo, que vêm de semanas em alta, ocorre logo após o Fed avisar que os juros precisarão subir mais para garantir que a inflação americana volte aos 2% ao ano. O que o mercado pensou foi um “imagine agora”. 

Se de fato há um problema com oferta de petróleo, isso significa que os esforços do Fed podem ser ainda maiores. Nesta tarde, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que o cenário-base é de mais uma alta de juros neste ano, em 0,25 p.p. É o que está no radar do mercado. Mas ele também complementou que dados sólidos da economia americana o fazem questionar se foi feito o suficiente para baixar a inflação. Ou seja, ele não descarta uma alta maior de juros.

Essa possibilidade leva a um ajuste nas expectativas do mercado. Resultado: os juros americanos avançaram nesta quarta, com destaque para o repique do título de 10 anos, cujo rendimento saltou a 4,625%, o maior patamar desde outubro de 2007.

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Aí veio a pororoca: bolsas e outros investimentos de risco em queda, enquanto o dólar sobe com gosto, reflexo da volta de dinheiro para casa, em busca dessa rentabilidade mais generosa. 

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de moedas estrangeiras, subiu 0,42%. Frente o real, a alta foi de 1,22%, a R$ 5,0478. 

Comparado com os piores momentos do pregão, o dia terminou relativamente bem – porque nos EUA os investidores também viraram a chave do pessimismo. No pior momento, o dólar chegou a superar os R$ 5,07. O Ibovespa chegou a cair abaixo dos 114 mil pontos, mas terminou a quarta no azul, a 114.327 pontos.

Em parte, justamente por causa do petróleo. No top 5 das maiores do dia, quatro foram ações de petroleiras. A Petrobras registrou alta de 3,71% na PETR3 e 3,17% na PETR4, pegando carona no dia de valorização da matéria-prima. Sozinha, a estatal não salvaria o dia. Mas a mudança de ânimos em Nova York se refletiu aqui. Prio e Petroreconcavo arremataram o ranking, liderado pela Gol (que, ironicamente, se dá mal com os preços do petróleo).

E no melhor espírito “não pense em crise, trabalhe”, o investidor brasileiro ganhou nessa pororoca americana uma janela de investimentos. Por aqui, os títulos do tipo IPCA+ voltaram para a faixa de 6% ao ano mais a inflação durante do pregão, isso mesmo sem que haja nenhum sinal de que a trajetória de queda da Selic deve se alterar. Foi uma influência dos EUA mesmo. No fim, eles fecharam um naquinho abaixo do patamar simbólico – o vencimento para 2045 rende 5,95% ao ano. A oportunidade aparece quando menos se espera. Até amanhã.

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MAIORES ALTAS

Gol (GOLL4): 7,19%

PetroRecôncavo (RECV3): 4,61%

Petrobras ON (PETR3): 3,71%

Petrobras PN (PETR4): 3,17%

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PetroRio (PRIO3): 2,92%

MAIORES BAIXAS

Casas Bahia (BHIA3): -5%

Pão de Açúcar (PCAR3): -2,99%

Copel (CPLE6): -2,90%

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Magazine Luiza (MGLU3): -2,86%

Cosan (CSAN3): -2,55%

Ibovespa:  0,12%, a 114.327 pontos

Em Nova York

Dow Jones: -0,20%, a 33.551 pontos

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S&P 500: 0,03%, a 4.275 pontos

Nasdaq: 0,22%, a 13.093 pontos

Dólar: 1,22%, a R$ 5,0478 

Petróleo

Brent: 2,09%, a US$ 94,36 por barril

WTI: 3,64%, a US$ 93,68 por barril

Minério de ferro: 0,59%, a US$ 115,76 por tonelada na bolsa de Dalian.

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