Continua após publicidade

Petróleo em alta bate nas estimativas de inflação na véspera da Super Quarta

Economistas esperam que BC ajuste estimativa para o IPCA. Além de Brasil e EUA, China, Japão e Reino Unido também divulgam decisão de juros nesta semana.

Por Camila Barros e Sofia Kercher
Atualizado em 21 out 2024, 10h21 - Publicado em 19 set 2023, 08h28
-
 (Tiago Araújo/Você S/A)
Continua após publicidade

 

Bom dia!

A escalada firme do petróleo, que entra nesta manhã mais uma vez em alta, começa a tirar o sono dos economistas – e de quem tem que projetar a inflação daqui para frente. Analistas consultados pelo Broadcast acreditam que o BC deve aumentar a estimativa para a inflação de 2023 em até 0,30pp, destacando o salto de US$ 11/barril no preço do Brent desde a última reunião, no início de agosto. 

Saberemos na quarta-feira, quando o Copom divulgar a sua decisão para a Selic. Tudo mais constante, a taxa de juros deve cair para 12,75%, como pré-sinalizado na reunião de agosto. O que importa é o quanto isso afeta as próximas decisões e qual será o novo patamar da Selic ao fim do ciclo de cortes.

O Copom deixou avisado que pretende promover quedas de 0,50pp durante as próximas três reuniões de 2023, incluindo a de amanhã. Se confirmado, o movimento levará a Selic ao patamar de 11,75%. O mercado vinha nutrindo expectativas de que o BC decida acelerar o movimento de queda.

A escalada do preço do petróleo pode ser um impeditivo. Em alta de 25% desde julho, o Brent segue sem perspectiva de queda. No início do mês, a Arabia Saudita e a Rússia – duas das maiores produtoras de petróleo do mundo, atrás apenas dos EUA – anunciaram que vão manter o corte na produção de petróleo até dezembro. Com a oferta mais escassa, o valor da commodity sobe. 

Antes mesmo do BC, economistas já vinham apostando em um IPCA mais alto. O Boletim Focus da semana mostra que as expectativas do mercado para a inflação seguem subindo: agora, a mediana de projeções para o IPCA é de 4,93% ao final de 2023. Semana passada eram 4,92% e, há um mês, 4,84%. A meta do BC, vale lembrar, é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5pp para cima ou para baixo. Já é consenso, no entanto, que o alvo não deve ser alcançado. 

Continua após a publicidade

Já para o PIB, a mediana de projeções aponta para alta de 2,64% ao fim do ano. Há um mês, era 2,29%. Pistas sobre o ritmo de crescimento do país chegarão logo menos, às 9h, quando o BC divulga o IBC-Br de julho, índice de atividade econômica considerado uma prévia do PIB. A expectativa é de alta de 0,35% no mês e  0,75% em um ano – uma desaceleração em relação aos 2,1% em 12 meses registrados em junho. 

Boletim Focus tem toda semana – uma oportunidade de economistas ajustarem os seus chutes (informados) para a economia. O relatório ganha mais atenção porque essa é uma semana monotemática: só se fala da Super Quarta, dia em que Brasil e EUA decidem simultaneamente suas novas taxas de juros. 

Nos EUA, espera-se que o Fomc, comitê de política monetária do Fed, mantenha os juros no patamar de 5,50% por ora. Trata-se de uma visão unânime: há um dia da decisão, 99% dos agentes do mercado apostam na manutenção, segundo dados do CME FedWatch Tool. 

Uma nova alta até o fim do ano, no entanto, não está descartada. Para dezembro, 35,4% dos investidores apostam em alta de 0,25pp, para 5,75%. Contra 59,7% que se agarram aos 5,50%. 

Mais decisões 

A agenda de política monetária ao redor do mundo não se resume a Brasil e EUA: esta noite, o Banco Popular da China também divulga sua decisão. Por lá, espera-se que o governo mantenha a taxa de referência (LPR) de 1 e 5 anos no mesmo patamar. Na quinta é vez do Reino Unido e, na sexta, do Japão. 

Continua após a publicidade

Em meio a tantas decisões em aberto, é natural que o mercado mantenha certa cautela. Ontem, as bolsas americanas fecharam estáveis e o Ibovespa em queda de 0,40%. Hoje, o EWZ, ETF da bolsa brasileira em Nova York, cai 0,50% no pré-mercado. Já os futuros dos EUA assumem certo bom humor (veja abaixo). 

Bons negócios!

Compartilhe essa matéria via:

 

 

market facts

Meta estuda colocar anúncios no Whatsapp

A dona do Facebook está avaliando inserir anúncios como os do Messenger, que aparecem intercalados entre bate-papos (não nas próprias conversas). Mas nada certo ainda: segundo o Financial Times, a discussão tem causado bastante polêmica interna.

Continua após a publicidade

A notícia foi negada pelo chefe do Whatsapp, Will Cathcart. Ainda sim, o FT afirma: um porta-voz da empresa não contestou que a ideia havia sido discutida.

O fato de a plataforma até hoje não estar aberta para anúncios é algo fora da curva, dado que o Whats é usado diariamente por 2 bilhões de pessoas. Até agora, a empresa manteve-se firme em resistir à ideia, justamente para não poluir a experiência dos usuários.

A fonte de receita ali é o Whatsapp Business, ferramenta desenvolvida para empresas que conta com 200 milhões de usuários mensais. Por meio dela, comerciantes podem automatizar mensagens de marketing e atendimento, por exemplo, pagando tarifas por isso.

Agenda

Dia todo: primeiro dia da reunião do Copom

Continua após a publicidade

09h00: BC divulga IBC-Br de julho

22h15: Na China, PBoC estabelece taxa de juro de referência (LPR) de 1 e 5 anos

Europa

  • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,35%
  • Londres (FTSE 100): 0,18%
  • Frankfurt (Dax): 0,02%
  • Paris (CAC): 0,32%

*às 8h05

Continua após a publicidade

Fechamento na Ásia

  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,51%
  • Hong Kong (Hang Seng): -1,39%
  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): Feriado

Commodities

      • Brent: 0,57%, a US$ 94,97*
      • Minério de ferro: -0,69% a US$ 118,30 por tonelada na bolsa de Dalian

      *às 8h07

      Vale a pena ler:

      Brasil, o país do filho único

      5,7 filhos por mulher – essa era a média nos anos 1970, de acordo com o IBGE. Hoje, a taxa de fecundidade está em 1,7 – abaixo da taxa de reposição populacional (de 2,1; ou seja, 2 para repor o pai e a mãe e 0,1 para compensar quem não produziu crianças), e com viés de baixa. 

      Como resposta, o mercado de produtos e serviços tem procurado se adaptar à redução do tamanho das famílias. Confira nesta reportagem da Folha de S. Paulo.

      Publicidade

      Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

      Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

      Domine o fato. Confie na fonte.

      10 grandes marcas em uma única assinatura digital

      MELHOR
      OFERTA

      Digital Completo
      Digital Completo

      Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

      a partir de 6,00/mês*

      *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
      *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

      PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
      Fechar

      Não vá embora sem ler essa matéria!
      Assista um anúncio e leia grátis
      CLIQUE AQUI.